Andei a passear-me pelas várias publicações do blogue sobre a Procissão dos Terceiros em São Vicente, e já nem fazia ideia dos vários artigos, com bastante informação, que foram sendo deixados, a propósito, ao longo destes anos. É fácil encontrá-los (para quem ainda não sabe, basta escrever Procissão dos Terceiros no retângulo à esquerda, quando se acede ao blogue, e aparecem vários artigos sobre o tema).
De todas, a publicação que mais me impressionou foi a de três de março de 2011, que mostra fotografias da procissão que se realizou em 1967, a primeira de que muitos temos memória. Mas não apenas por ser a primeira; é também porque as imagens nos lembram o mar de gente que era a nossa terra há pouco mais de cinquenta anos, e nos fazem recordar tantas histórias da infância; dalgumas pessoas, ter saudades. Mostram também a fé e recolhimento com que se viviam estas manifestações religiosas, pela necessidade que o povo tinha de se entregar à proteção dos santos que lhes acudiam nas muitas dificuldades da vida. Às vezes a oração era a única esperança que tinham.
Nas publicações dos anos mais recentes vê-se como as procissões vão trazendo ainda muita gente à terra no terceiro domingo da Quaresma; alguma vinda de longe, com fé ou apenas pela tradição. Vê-se ainda a presença de várias instituições (o Rancho, os Escoteiros ou os Bombeiros) que entretanto desapareceram ou estão em risco de acabar. A pouco e pouco a desertificação que se faz sentir em tantos outros aspetos da vida no interior, também vai tendo aqui os seus efeitos.
Mas este ano, apesar das previsões meteorológicas não serem muito favoráveis, ainda mantivemos a tradição. Não deve ter sido fácil aos organizadores conseguir reunir as quase sessenta pessoas que são necessárias para transportar os 14(?) andores que integram a procissão. São tantos que, em alguns momentos pareciam mais que os participantes...
M. L. Ferreira
Um comentário:
"Quem não arrisca não petisca", assim fui eu.
Desde meados da semana que estava prevista chuva para começar às 16 horas. Como a procissão começa às 15 e demora duas horas, esperava que fosse anulada e fiquei-me por C. Branco.
Aqui de facto a chuva começou a cair ainda antes das 16h, mas parece que na nossa terra demorou um pouco mais a chegar, vinda do Sul.
Ainda bem para os irmãos terceiros, que tanto tabalho tiveram a preparar tudo. E também foi bom para a povoação como comunidade, tão precisada está de eventos coletivos que lhe reforcem a pertença comum.
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