A Biblioteca
Hipólito Raposo encheu-se para conversarmos sobre a Senhora da Orada, animados
pelo dinamismo da Elsa Ligeiro. De certa forma, aconteceu o que o José Miguel
nos desafiou a fazer há uns tempos: ir com um gravador recolher junto das
pessoas as suas memórias das vivências que tiveram nas romarias da Senhora da
Orada.
Soubemos que o
Albano de Matos, do Casal da Serra, tem um livro novo precisamente sobre a
Senhora da Orada. Vamos trazê-lo cá, num futuro próximo!
Falámos sobre a
história da ermida, que poderá perder-se nos tempos, primeiro como Orada e no
último meio milénio como Nossa Senhora da Orada. E das várias versões do
milagre fundador, todas de cariz sexual, como já evidenciava o autor do livro
Oradas de Portugal, e nos dois últimos séculos dos milagres mais generalistas sobre as curas de doenças e a proteção de militares, emigrantes...
A Ascensão recitou-nos a lenda, em rimas feitas por ela; a Maria da Luz recordou as idas da ti Janja à escola, para contar a lenda às crianças; o Zé Manel narrou vários milagres atribuídos à
Senhora e falou do hábito do último visconde de Tinalhas, natural de São
Vicente, só beber água da Orada, levada semanalmente por um criado.
A animadora
encerrou a sessão com uma linda oração recolhida pela Maria João Matias junto
da ti Celeste Dias, a parteira de quase todos os presentes:
Do vosso andor,
juncado de rosas e de outras variedades de flores,
formosa como a aurora e brilhante como as estrelas do
céu,
Senhora da Orada orai por nós.
Lançai o maternal olhar,
guardai e protegei os devotos presentes e ausentes,
e muto particularmente todas as mães da nossa querida
pátria e do mundo, porque em vós confiam como mediadeiras de todas as graças
e de perdão de misericórdia junto de Deus.
No final, o
Marco (Junta de Freguesia) e as dinamizadoras da Biblioteca (Celeste, Libânia e
São) ofereceram aos participantes um abundante lanche.
Saímos saciados, de convívio e dos petiscos, mas com vontade de repetir.
José Teodoro
Prata
2 comentários:
Uma agradável surpresa!
Uma conversa sobre a história, o folclore e a crença das Oradas. Mas nem tudo lembra e o tempo nunca chega!
No folclore não se falou das quadras populares:
"Nossa Senhora da Orada/
Quem Vos varreu a capela?/
Foram as moças de S. Vicente/
Com raminhos de marcela".
E tantas outras!
Também não se falou sobre as origens das Oradas e Aparições (de raiz popular e muitas vezes pagã), nem da sua relação com a Igreja Católica. Modernamente, compreende-se que esta aceite umas e não aceite outras, dada a dificuldade de distinguir entre crenças e crendices.
No caso da Senhora da Orada, hoje seria impensável a lenda que lhe deu origem (era mais fácil uma ecografia...!); mas isso não impede as pessoas de continuarem a ter a sua fé e os seus milagres. E, porque estes são a sua verdade, quem somos nós, para as desmentir?! Além de que a magia também faz parte!
Pode ser que o Albano de Matos fale sobre estes assuntos quando for convidado pela Biblioteca a discorrer sobre a Senhora da Orada.
Estão de parabéns as responsáveis e voluntárias pelo evento!
Abraços, hã,!
José Barroso
Mais uma vez, parabéns pela iniciativa. Andando se faz o caminho!
Já vi eventos de maior pompa com mais reduzida assistência.
A propósito, pergunta-me aqui o Baldaque: se havia lanche, porque é que não fomos? Pois...
Cumprimentos.
JMT
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