Todos os anos, por esta altura, sinto um grande orgulho e muita inquietação.
Do orgulho tenho escrito aqui o gosto que é ver o nosso Pedro Inácio Gama a participar neste evento, sendo um dos dois únicos tocadores de sinos que restam nas povoações do concelho.
A inquietação tenho-a calado, mas este ano não me fico. Há quantos anos não se ouve o toque dos sinos em São Vicente? Não é um património a valorizar, um património que nos identifica como comunidade? Ou é porque não sabemos valorizar e acarinhar os nossos?
Em verdade vos digo, algo está muito errado em nós como comunidade, se temos um dos raros tocadores de sinos e estes não repicam durante a procissão do Santo Cristo e noutros momentos marcantes da nossa vida coletiva.
4 comentários:
Pois Zé, também concordo contigo. Ainda bem que ganhaste coragem para o fazer porque na nossa terra não se pode dizer o que se pensa, como pude comprovar no fim de semana passado, sem se ser logo crucificado. Em todas as vertentes.
Tenho de acrescentar que a torre e os sinos, que foram da Câmara e da Junta durante centenas de anos, passaram para a Igreja cerca de 1990, por acordo entre o Pedro Matias e o Pe. Branco. Por outro lado, o Pedro Gama não pertence à direcção da Fábrica da Igreja, nem à Junta de Freguesia (é funcionário da Junta, mas isso é outro assunto). Se quisesse tocar os sinos, nem podia. Recordo-me que da última vez em que os tocou, no tempo em que o João Prata estava na Junta e se fez uma espécie de Dia dos Sinos, ele foi contratado e deram-lhe livre acesso à torre, para treinar os toques. Isto é, não depende dele. mas sim de todos nós.
Acho que é por haver tantas “capelinhas”, e quase sempre de candeias às avessas, que é tão difícil fazer em São Vicente alguma coisa que nos engrandeça e distinga como comunidade.
Como se não bastasse, pelo que percebi no domingo passado, já só cá nos faltava o facebook para ajudar à festa.
Mereciamos mais, e também o nosso DIA DOS SINOS!
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