Como membro da Assembleia de Freguesia de São Vicente da Beira, sinto o
dever cívico (embora não sei se devesse) de informar e esclarecer alguns pontos
sobre as obras em São Vicente, que têm causado tanta polémica, principalmente
para quem está longe, pois os que estão perto continuam a não comparecer nas
reuniões de Assembleia, para assim ficarem mais esclarecidos, preferindo
comentar na rua, cafés ou redes sociais.
Ontem, dia 8 de abril, teve lugar uma Assembleia de Freguesia, na qual
foi explicado o projeto da demolição da casa do Coronel, que também está
afixado na vitrine da Junta. Além dos elementos da Assembleia, estavam
presentes 5 pessoas no público, uma das quais da Partida.
No lugar das casas a demolir, vai ser construída uma praça, onde a Misericórdia
vai ter bastante visibilidade, de um lado, dois bancos, do outro, um banco
comprido, duas árvores e um arco formado com as pedras das portadas da casa. A
varanda também vai ser aproveitada.
Ora, acontece que têm chegado à Câmara Municipal várias cartas de
vicentinos a manifestarem-se contra a demolição das casas, muitas das quais sem
conhecimento da Junta, que já foi questionada pela Câmara se as obras são mesmo
para avançar, por haver tanta gente contra, apesar da Assembleia ser toda a
favor.
A Junta não tem verbas nem funcionários para fazer obras, (neste momento
tem apenas um, que acumula as funções de motorista, coveiro, limpeza, entre
outras), não se pode contratar mais ninguém e quem está no desemprego não quer
arrancar ervas ou varrer ruas. As obras têm de ser feitas pela Câmara, mediante
projetos da mesma ou apresentados por associações, que é o que tem acontecido nalgumas
anexas.
Com este movimento de contestação, corre-se o risco de não se fazer obra
e qualquer dia a casa começar a cair (está abaulada, com fendas e telhas a
cair), pondo em risco a vida das pessoas que por ali passam. Também está
prevista a demolição do barracão do Quintalinho e o reboco e pintura da casa
paroquial. Já temos muitas casas a cair em São Vicente e é preciso evoluir!
Quanto ao abate de árvores na estrada, também tive muita pena e fiquei
chocada quando vi cortarem-nas. Acontece que a maioria estava deteriorada por
dentro, uma já tinha caído em cima de um carro, noutra cabia lá uma pessoa
dentro. Em dias de tempestade, eram assustadoras e só por acaso não se magoou
ninguém. A Câmara contactou uma empresa para cortá-las, o que ficou bastante
dispendioso, e optaram por cortar as que estavam em risco agora e nos próximos
anos, pois não voltariam cá tão depressa. As árvores foram substituídas por
outras iguais e daqui a alguns anos já estarão grandes outra vez.
Há muita falta de união e de diálogo em São Vicente e, falo por mim,
antes de falarmos, devemos tentar saber o porquê, falando com o Presidente da
Junta ou indo às reuniões da Assembleia e não ganhamos nada em estarmos de
costas voltadas uns para os outros.
Maria da Luz Teodoro