Em trabalho anterior (Onde é?), pedi que me ajudassem a localizar o sítio das Taliscas. Acrescentei que era perto da ribeira e ali se situava uma capela da Câmara, além de uma propriedade da mesma.
Não recebi resposta, nem podia receber, pois uma leitura superficial do documento induziu-me em erro. De facto, um chão da dita capela situava-se nas Taliscas, mas não a capela.
Esta seria a capela de S. Francisco e, além deste chão, possuía mais 4 propriedades.
No dia 11 de Março de 1763, o escrivão Patricio Joze Coelho de Faria, o alcaide Eleuterio da Costa Marques, o capelão Reverendo Antonio Lopes de Carvalho e as testemunhas Joaõ Baptista Nugueira e Manoel Vas Rapozo deslocaram-se a cada propriedade, a fim de o capelão tomar posse das mesmas.
Esta tomada de posse revestia-se de um ritual curioso: o P.e Antonio Lopes de Carvalho chegava a uma propriedade e atirava terra ao ar, partia ramos das árvores, abria e fechava portais. Face ao consentimento das autoridades e das testemunhas, a posse estava feita e ele passava a ser considerado o novo proprietário.
O P.e Antonio Lopes de Carvalho era natural de Alcains e foi nomeado capelão com a condição de vir residir para S. Vicente da Beira e cumprir as suas obrigações de capelão Foi escolhido por morte do P.e Manoel de Almeida, o capelão anterior.
Segundo o Pedro Gama Inácio, as Taliscas localizam-se a pouco mais de 100 metros acima da ponte da estrada sobre a Ribeirinha, junto ao Casal dos Ramos, na margem esquerda da ribeira, entre esta e o caminho para as Quintas e a Senhora da Orada.
O Casal do Lopio será mesmo o casal então existente junto ao Barbaído.
Pormenor da Carta Militar n.º 256, do Serviço Cartográfico do Exército.