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segunda-feira, 8 de junho de 2020

Os Sanvicentinos na Grande Guerra


Casimiro Venâncio

Casimiro Venâncio nasceu no Tripeiro, a 21 de Junho de 1895. Era filho de Abel Venâncio e Maria Piedade.
Assentou praça no dia 19 de junho de 1915, e foi incorporado no dia 13 de maio de 1916, na 8.ª Companhia do 2.º Batalhão do Regimento de Infantaria 21, como soldado com o n.º 530. Na altura era analfabeto e tinha a profissão de jornaleiro. Foi vacinado.
Pronto da instrução da recruta, em 29 de agosto de 1916, passou ao 1.º Batalhão, em 11 de Outubro. Foi mobilizado para a guerra e embarcou para França, no dia 20 de Janeiro de 1917, fazendo parte do CEP (após o embarque, deve ter ficado alguns dias a aguardar a partida do navio).
Não foi possível localizar o seu boletim individual do CEP, mas a folha de matrícula militar refere vários castigos, sendo o mais grave a condenação, pelo Tribunal de Guerra, a sete anos de presídio militar por, no dia 23 de Setembro de 1918, «… encontrando-se de prevenção de marcha para um novo aquartelamento mais avançado em relação à frente inimiga, se recusou a desarmar as barracas e entrar na formatura ameaçando matar com granadas de mão e atirar com metralhadora quem tal fizesse, e também se recusou a entrar na ordem às intimações que lhe foram feitas pelos seus superiores, empregou violência contra o alferes quando este o tentava impedir que desengatasse os cavalos de um carro da companhia, o que levou a efeito e tentando impedir que outras praças cumprissem o seu dever.»
Por esse castigo, deu entrada no forte de São Julião da Barra, no dia nove de Julho de 1919, logo após o seu regresso a Portugal.
Foi libertado por ordem da Secretaria da Guerra, na sequência da Lei 1198, de 2 de setembro de 1921, que amnistiava os crimes de guerra, e passou ao Regimento de Infantaria 21, em Setembro de 1921. Licenciado em 7 de Janeiro de 1922, veio domiciliar-se na freguesia de São Vicente da Beira. Passou à reserva ativa, a 11 de Abril de 1928, e à reserva territorial, em 31 dezembro de 1936.
Condecoração:
Medalha Militar de cobre com a inscrição: França 1917-1918.




Família:
Casimiro Venâncio casou com Hermínia Maria, no Posto de Registo Civil de São Vicente da Beira, no dia 24 de Dezembro de 1922, e tiveram 4 filhos:
1.    José Venâncio, que casou com Joaquina Antunes e tiveram 5 filhos;
2.    Carmina Maria, que casou com António Martins Caetano e tiveram 4 filhos;
3.    António Venâncio (não teve descendência);
4.    Maria de Jesus Venâncio, que casou com Joaquim Micael e tiveram um filho.
Contam que era uma pessoa muito trabalhadora, mas bastante reservada. Trabalhou sempre na agricultura, quer como jornaleiro, quer a tratar da sua própria horta. Também foi pastor durante alguns anos.  
Ficou viúvo ainda novo, porque a esposa faleceu em 27 de Março de 1950. Não voltou a casar.
Casimiro Venâncio faleceu no dia 11 de Novembro de 1980. Tinha 85 anos de idade.

(Pesquisa feita com a colaboração da neta Maria de Lurdes Afonso Venâncio)


Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"