Casimiro Venâncio
Casimiro Venâncio nasceu no Tripeiro, a
21 de Junho de 1895. Era filho de Abel Venâncio e Maria Piedade.
Assentou praça no dia 19 de junho de
1915, e foi incorporado no dia 13 de maio de 1916, na 8.ª Companhia do 2.º
Batalhão do Regimento de Infantaria 21, como soldado com o n.º 530. Na altura
era analfabeto e tinha a profissão de jornaleiro. Foi vacinado.
Pronto da instrução da recruta, em 29
de agosto de 1916, passou ao 1.º Batalhão, em 11 de Outubro. Foi mobilizado
para a guerra e embarcou para França, no dia 20 de Janeiro de 1917, fazendo
parte do CEP (após o embarque, deve ter ficado alguns dias a aguardar a partida
do navio).
Não foi possível localizar o seu
boletim individual do CEP, mas a folha de matrícula militar refere vários
castigos, sendo o mais grave a condenação, pelo Tribunal de Guerra, a sete anos
de presídio militar por, no dia 23 de Setembro de 1918, «… encontrando-se de prevenção de marcha para um novo aquartelamento
mais avançado em relação à frente inimiga, se recusou a desarmar as barracas e
entrar na formatura ameaçando matar com granadas de mão e atirar com
metralhadora quem tal fizesse, e também se recusou a entrar na ordem às
intimações que lhe foram feitas pelos seus superiores, empregou violência
contra o alferes quando este o tentava impedir que desengatasse os cavalos de
um carro da companhia, o que levou a efeito e tentando impedir que outras
praças cumprissem o seu dever.»
Por esse castigo, deu entrada no forte
de São Julião da Barra, no dia nove de Julho de 1919, logo após o seu regresso
a Portugal.
Foi libertado por ordem da Secretaria
da Guerra, na sequência da Lei 1198, de 2 de setembro de 1921, que amnistiava
os crimes de guerra, e passou ao Regimento de Infantaria 21, em Setembro de
1921. Licenciado em 7 de Janeiro de 1922, veio domiciliar-se na freguesia de São
Vicente da Beira. Passou à reserva ativa, a 11 de Abril de 1928, e à reserva
territorial, em 31 dezembro de 1936.
Condecoração:
Medalha Militar de cobre com a
inscrição: França 1917-1918.
Família:
Casimiro Venâncio casou com Hermínia
Maria, no Posto de Registo Civil de São Vicente da Beira, no dia 24 de Dezembro
de 1922, e tiveram 4 filhos:
1.
José Venâncio, que casou com Joaquina Antunes e tiveram 5 filhos;
2.
Carmina Maria, que casou com António Martins Caetano e tiveram 4 filhos;
3.
António Venâncio (não teve descendência);
4.
Maria de Jesus Venâncio, que casou com Joaquim Micael e tiveram um
filho.
Contam que era uma pessoa muito trabalhadora,
mas bastante reservada. Trabalhou sempre na agricultura, quer como jornaleiro,
quer a tratar da sua própria horta. Também foi pastor durante alguns anos.
Ficou viúvo ainda novo, porque a esposa
faleceu em 27 de Março de 1950. Não voltou a casar.
Casimiro Venâncio faleceu no dia 11 de
Novembro de 1980. Tinha 85 anos de idade.
(Pesquisa feita com a colaboração da
neta Maria de Lurdes Afonso Venâncio)
Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"