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domingo, 17 de julho de 2022

Os Sanvincentinos na Grande Guerra

Joaquim Simão

Joaquim Simão, filho de João Simão e de Antónia Duarte, cultivadores, nasceu no Casal da Serra, a 31 de julho de 1895.

Era analfabeto e tinha a profissão de jornaleiro, quando assentou praça em Castelo Branco, como recrutado. Após a conclusão da instrução da recruta, foi mobilizado para a guerra, e embarcou para França no dia 21 de janeiro de 1917, integrado na 6.ª Companhia do 2.º Batalhão do 2.º Regimento de Infantaria 21, como soldado com o n.º 498, chapa de identidade n.º 9287.

Do seu boletim individual de militar do CEP constam as seguintes ocorrências:

a)   Baixa ao hospital em 23 de março de 1917; alta no dia 29;

b)   Diligência ao front em 20 de abril; presente em 26;

c)    Diligência para os postos da retaguarda, em vinte de janeiro de 1918; Punido em 14 de janeiro de 1919, com 4 guardas, por no dia 13 estar a fumar durante a formatura para a revista de saúde;

d)   Embarcou para Portugal com o Regimento de Infantaria 21, no dia 25 de fevereiro de 1919, a bordo do vapor Helenus.

Família:

Joaquim Simão casou com Olímpia da Conceição, no dia 26 de novembro de 1919, e tiveram 2 filhos:

·        João Joaquim, que casou com Maria da Conceição e tiveram uma filha;

·        Maria da Graça que casou com Joaquim da Cruz e tiveram três filhos.

Olímpia da Conceição faleceu em 1937, quando a filha mais nova tinha apenas cinco anos de idade. Joaquim Simão não voltou a casar.

Conta o neto João José que o avô era uma pessoa alegre e conversadora, mas não falava muito sobre o tempo da guerra. Lembra-se apenas de o ouvir falar de como era difícil a vida nas trincheiras e da fome que por lá passaram.

Viveu sempre com os filhos no Casal da Serra, onde trabalhou na agricultura e tratava de um pequeno rebanho. A terra e as suas cabras eram das coisas que ele mais gostava e, como diz o neto João José «mesmo já depois de muito velhinho, não largava o sacho da mão a arrancar as ervas da horta e ainda tinha uma cabra, mesmo só para se entreter.»

Depois do casamento da filha, acompanhou-a por várias localidades onde o genro ia sendo colocado como guarda de passagens de nível da CP. Por fim fixaram-se na Lardosa, localidade onde Joaquim Simão faleceu, no dia 3 de Março de 1974(?). 

(Pesquisa feita com a colaboração do neto João da Cruz)

Maria Libânia Ferreira

Do livro: Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra