quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Os sanvicentinos na Grande Guerra

Foto do Jaime da Gama


Lista dos sanvicentinos que participaram na Grande Guerra

  1. Agostinho Miguel
  2. Aires Pedro
  3. Albano Frade
  4. Alberto Carlos das Neves e Castro
  5. Alberto Rodrigues Inês
  6. Aníbal dos Santos
  7. Anselmo Fernandes
  8. António Amaro
  9. António Batista
  10. António de Matos
  11. António Fernandes
  12. António José
  13. António Marques
  14. António Matias
  15. António Mendes
  16. António Simão de Matos
  17. Basílio Leitão
  18. Bernardo Cruz
  19. Carlos Moreira
  20. Casimiro Venâncio
  21. Domingos Canuto
  22. Domingos Esteves (Partida)
  23. Domingos Esteves (Mourelo)
  24. Domingos João
  25. Domingos Lourenço
  26. Domingos Mendes
  27. Domingos Nunes
  28. Domingos Nunes
  29. Domingos Rodrigues Inês
  30. Fernando Diogo
  31. Francisco Candeias
  32. Francisco Diogo
  33. Francisco Frade
  34. Francisco Gomes Barroso
  35. Francisco Jerónimo
  36. Francisco Maria Tavares
  37. Francisco Marques Candeias
  38. Francisco Martins
  39. Francisco Patrício Leitão
  40. Hermenegildo Marques
  41. Hipólito dos Santos Nascimento
  42. Jaime Duarte da Fonseca Fabião
  43. João Diogo
  44. João Fernandes
  45. João Nunes
  46. João Prata
  47. João Ricardo
  48. João Simão
  49. Joaquim Inácio
  50. Joaquim Ramalho
  51. Joaquim Simão
  52. José Ambrósio
  53. José Caetano
  54. José Caetano Amoroso
  55. José da Cruz
  56. José da Silva Lobo
  57. José de Matos
  58. José Domingos
  59. José dos Santos
  60. José Francisco Afonso
  61. José Joaquim dos Santos
  62. José Leitão
  63. José Maria Gama
  64. José Marques Neto
  65. José Nunes
  66. José Nunes Caetano
  67. José Silvestre
  68. José Simão
  69. José Venâncio
  70. Luís Batista
  71. Luis da Costa
  72. Luis Diogo
  73. Manuel da Silva
  74. Manuel Vaz
  75. Mário de Souza
  76. Roberto Ribeiro Robles
  77. Silvestre Serra

Maria Libânia Ferreira

Boas ideias


José Teodoro Prata

domingo, 18 de novembro de 2018

A Grande Guerra


A GRANDE GUERRA
A I Guerra Mundial ou Grande Guerra, como na época foi designada, ocorreu entre 1914 e 1918, faz agora 100 anos.
Ela foi causada por razões económicas e políticas. As rivalidades comerciais colocavam em confronto as maiores potências industriais, com destaque para a Alemanha, a França e a Inglaterra, ansiosas por dominar o máximo de mercados internacionais, sobretudo em territórios coloniais, que lhes permitissem fornecer-se de matérias primas baratas e vender todo o excesso das suas produções industriais.
No plano político, um amplo movimento nacionalista levara à independência de muitos territórios já no século XIX e continuava  a manifestar-se, como por exemplo na oposição dos bósnios ao domínio austríaco, o que levou ao assassinato do herdeiro do Império Austro-Húngaro, em junho de 1914, e consequentemente ao início da guerra.
Este conflito ficou caraterizado pelo uso de trincheiras, valas e abrigos subterrâneos onde cada exército se escondia do exército inimigo, também entrincheirado a poucas dezenas de metros.
Nas horas livres, os militares percorriam os campos em redor, à procura de comida. No Natal de 1917, um soldado de São Vicente da Beira trouxe um pouco de farinha e alguns ovos. Fizeram filhós e cantaram o Menino Jesus, imaginando-se nas suas terras, em redor da fogueira, junto dos seus.
A Grande Guerra impressionou as gentes da época pelo grau de mortalidade alcançado. Morreram cerca de 8 milhões de pessoas e ficaram inválidas cerca de 6 milhões.
Nela se usaram armas novas, muito mais mortíferas do que até então: metralhadoras, canhões de longo alcance, aviões, submarinos e gases. Foi a revolução científica e tecnológica posta ao serviço da morte.

José Teodoro Prata

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O nosso falar. vagamundo


Há dias, já quase noite e um frio de rachar, tocou o telefone. Era uma vizinha a avisar:
- Olha que tu fecha as portas bem fechadas, que está um vagamundo mesmo aí à frente da tua casa.
Fui espreitar e, de facto, vi um homem sentado na paragem da camioneta. Tinha o cabelo comprido e as barbas brancas chegavam-lhe até ao peito. À roda dele, no chão, tinha dois sacos de plástico cheios com qualquer coisa, provavelmente roupa. Passado um bocado voltei a espreitar e o homem continuava no mesmo sítio, mas já embrulhado numa manta, como se fosse passar ali a noite.
A pretexto de lhe levar algum agasalho, saí de casa e fui meter conversa com ele. Era espanhol, por isso tive dificuldade em entender tudo o que disse, mas percebi que tinha nascido numa terra da Andaluzia. Percebi também que não se quedava por muito tempo no mesmo sítio e por isso abalava, sem destino certo, por esse mundo fora. Desta vez tinha vindo para Portugal e já andava por cá desde junho.
Ao outro dia, bem cedo, o homem tinha desaparecido. Na paragem da camioneta não havia qualquer vestígio de que alguém tivesse dormido naquele sítio. No centro do banco estava apenas a malga da sopa que lhe levara na véspera, bem lavada. Por baixo dela, um bocado de cartão com a palavra “gracias” escrita em letras mal alinhadas.
Durante alguns dias pensei várias vezes naquele homem e em como há vidas… (qualquer adjetivo pode ser válido ou descabido). Compreendi, finalmente, o sentido do termo vagamundo utilizado pela minha vizinha. E, cá no fundo, fiquei contente porque, do alto da minha sapiência, por pouco não lhe emendei o falar.  

Nota: A palavra vagamundo ainda consta numa edição já velhinha (sem data, infelizmente) do Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora (se atentarmos bem, o significado do termo não é exatamente o mesmo de “vagabundo”), mas já não se encontra em dicionários mais recentes, como o Houaiss da Língua Portuguesa.

Maria Libânia Ferreira