Mais uma palavra do outro mundo ou antes, de outros mundos.
Conheço a palavra fenadouro desde sempre e ainda a uso frequentemente, mas nada sei dela além do significado que lhe atribuo: sentir uma fome ligeira, um leve despertar do apetite para comer algo, o protesto delicado de um estômago já vazio. Ainda não é fome, nem fraqueza, é apenas um ratinho, ou melhor, um fenadouro.
Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
domingo, 2 de dezembro de 2012
Genealogia de um beirão restaurador
A existência de Portugal e a qualidade de ser português devem-se a homens e mulheres que, em vários momentos da nossa história, teimaram em manter uma individualidade própria neste nosso berço à beira mar plantado. São Vicente da Beira não se alheou deste esforço colectivo de afirmar a nossa identidade nacional.
Os moçárabes desta região lutaram ao lado dos guerreiros de D. Afonso Henriques, na batalha da Oles, ainda Portugal era pouco mais que um sonho. Em 1385, os castelhanos foram barrados em Aljubarrota pelo vicentino D. Fernando Rodrigues de Sequeira e um punhado (de poucos milhares) de heróis que desprezaram as suas vidas em troca do ser português. Em 1640, António de Azevedo Pimentel Galache, capitão-mor de São Vicente da Beira, levantou a bandeira real portuguesa por D. João IV, na vila e depois em Castelo Branco. Deu-nos tanto e a nós basta-nos conhecê-lo melhor.
Os moçárabes desta região lutaram ao lado dos guerreiros de D. Afonso Henriques, na batalha da Oles, ainda Portugal era pouco mais que um sonho. Em 1385, os castelhanos foram barrados em Aljubarrota pelo vicentino D. Fernando Rodrigues de Sequeira e um punhado (de poucos milhares) de heróis que desprezaram as suas vidas em troca do ser português. Em 1640, António de Azevedo Pimentel Galache, capitão-mor de São Vicente da Beira, levantou a bandeira real portuguesa por D. João IV, na vila e depois em Castelo Branco. Deu-nos tanto e a nós basta-nos conhecê-lo melhor.
1. António de Azevedo
Pimentel, fidalgo, casou com Isabel Ferrão Galache, de Castelo Branco,
senhora de Felices, em Espanha. Tiveram:
2. Fernão de Azevedo,
moço fidalgo da Casa Real, por Alvará de 1551. Casou, em 1567, com Leonor da Costa,
filha de Gaspar da Costa, de S. Vicente da Beira. Neste
casamento, foi testemunha Jácome de Sousa e Refoios, também de São Vicente, cuja mãe pertencia
igualmente aos Costa e que foram antepassados dos condes de São Vicente.
Fernão de Azevedo casou, em segundas núpcias, com Maria de
Brito, filha de João Homem de Brito e Clara Tavares, neta paterna de Vasco
Homem de Brito, comendador de S. Vicente da Beira. Deste casamento nasceram 3
filhos, o mais velho dos quais foi:
3. António de Azevedo
Pimentel Galache que nasceu em S. Vicente, no dia 07-10-1567 e aqui faleceu
em 21-01-1643. Foi moço fidalgo e senhor de um morgado de bens de raiz em São
Felices dos Galegos, herdado da avó Isabel Ferrão Galache.
Em 29-10-1731, António de Azevedo Pimentel Galache foi testemunha,
em Castelo Branco, do casamento de António Feio da Maia e Almeida, natural de
Abrantes, e Oriana Maria Brígida de Brito e Fonseca, de Castelo Branco.
Um documento da mesa do Desembargo do Paço, de 24 de Julho
de 1641, refere-se-lhe como sendo «Antonio de Azevedo Pimentel fidalgo da casa
de V. Majestade morador na vila de sam Vicente da Beira…».
De seguida, informa que ele era possuidor de um morgado de
bens de raiz na vila de São Felices dos Galegos, Reino de Castela, no valor de mais de vinte mil cruzados, confiscado pelos espanhóis logo após a Restauração
da independência, em Portugal.
Por isso se queixava de não poder viver conforme a sua
qualidade, apesar de ter sido o primeiro a aclamar D. João IV em S. Vicente da Beira, tomando a bandeira real nesta vila e depois em Castelo Branco.
E pedia que lhe fosse dado um morgado na cidade da Guarda,
propriedade de um castelhano de Cidade Rodrigo, no mesmo valor do que perdera, oferecendo-se para servir na guerra (da Restauração) com dois sobrinhos e
cunhados.
O Desembargo do Paço pediu informações ao Corregedor da
comarca de Castelo Branco, o qual confirmou tudo o que o capitão-mor de S. Vicente
da Beira tinha argumentado. Face a esta informação, a Mesa do Desembargo do Paço sugeriu a Sua
Majestade que lhe fosse dado o morgado da Guarda, conforme requerera.
António de Azevedo Pimentel Galache casou com Maria de Lemos
Pereira, natural de Almeida, e, em segundas núpcias, com a sobrinha Joana da
Costa, filha de António de Brito Homem, natural de S. Vicente da Beira, e de
Luísa da Costa, de Castelo Branco. Deste casamento nasceu:
4. Tomás Fernando de
Azevedo Pimentel, nascido em S. Vicente da Beira, a 07-03-1642. Tornou-se
moço por alvará de 1653. Foi padroeiro do Convento da Graça (atual Santa Casa
da Misericórdia), em Castelo Branco. Casou com Josefa Micaela de Freire de Avis
e tiveram:
5. António de Azevedo Pimentel Galache.
5. António de Azevedo Pimentel Galache.
BIBLIOGRAFIA
Hipólito Raposo, Um Beirão Restaurador, "Oferenda",
Lisboa, 1955
Manuel Estevam Martinho da Silva Rolão, “Famílias da Beira
Baixa”, Lisboa, 2007
Manuel da Silva Castelo Branco, O Amor e a Morte… nos
antigos registos paroquiais albicastrenses, Cadernos de Cultura “Medicina da
Beira Interior da Pré-História ao Século XX”, N.º 7, Novembro de 1993
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Um hino
A. dos Santos
GARDUNHA
Antes do lusco-fusco,
Da manhã,
Na serra,
Cheira já a hortelã.
Lá no cume,
Ti’ Liberato,
Salta da cama, brusco,
Para acender o lume.
Quer ir ver as coisas a crescer,
De imediato,
Pois, como é?!
Breve, põe-se a pé,
Deixando a brasa,
E a Ti’ Maria,
Em casa,
Ainda a dormir.
Logo ali, no pátio, ao alvorecer,
Nota-se o ar fresco,
Sente-se o esvoaçar d’asa,
Do passaredo,
Ouvem-se os porcos grunhir,
No cortelho,
O piar do mocho agoireiro,
Grotesco,
E o vento a dar no arvoredo.
Eia!!! De repente,
Mesmo ali no terreiro,
Em frente,
Um coelho,
Corre, desalmadamente,
Fugindo de um cão,
Ão, ão, ão, ão…
Esta madrugada,
Vai estando animada!
Mas, no mais,
Além do sururu dos animais,
Tão familiar,
Tudo está em sossego.
Liberato, no escuro,
A tatear,
Afoita-se à frente,
Com cautela, como que em segredo,
A perscrutar o breu profundo,
Para além do pequeno muro,
Ali à volta construído,
Postado como um guarda.
Pareceu-lhe ouvir um ruído,
Além do bulir do mundo,
Na vala, lá mais adiante.
Não precisa da espingarda,
A zagaloteira, sempre alerta, carregada,
Para a caça ou a bicharada,
Mas que já preveniu desavença.
Soberbo, confiante,
Como um juiz que profere uma sentença,
Sem medo,
Brada:
“Que é lá isso”?!
“Quem é que lá vem”?!
E nada…
Bem…
C’o mosquedo,
Que já ferra a sua lanceta,
Descorçoada,
Incomodada,
Talvez tivesse sido a “Preta”,
A burra,
Presa p’la trela,
Além mais a cima, na loja, a sós,
Que deu algum coice,
E bateu nalguma cancela.
Como que picada por foice,
Zurra,
Assim que lhe ouve a voz!!
Amanhece.
Naquele início de dia,
De primavera,
Ares lavados,
Orvalhada fria,
Liberato desce,
Cedo,
Por veredas e valados,
Com a maresia,
Para ver o trigo e o pão.
Assobio a silvar, ledo,
Volteando pelo ar,
Em melodia,
C’o vapor d’água,
Da respiração,
A desafiar o melro
E a cotovia,
Que cantam mágoa,
Alegria.
A lavourar, assim,
P’la serra,
(Ainda não viu vivalma),
A cheirar o rosmano e o alecrim,
A vistoriar a terra,
Solitário, parcimonioso,
Congemina,
Com toda a calma:
“Aqui semeio a ervilha”,
“Além o pepino”,
“E o grão”.
E lá p’rá frente, para a rega,
Há boa água na mina,
Que riqueza, que maravilha!
C’o sol a pino,
No verão,
Quando canta a cegarrega,
Tanque cheio todos os dias,
A vazar por cima,
Onde as aves nativas
Ou de arribação,
Vadias,
Vêm beber,
Furtivas,
Quase a arder,
Sequiosas,
Refugiando-se, depois, sadias,
À sombra das mimosas.
GARDUNHA
Antes do lusco-fusco,
Da manhã,
Na serra,
Cheira já a hortelã.
Lá no cume,
Ti’ Liberato,
Salta da cama, brusco,
Para acender o lume.
Quer ir ver as coisas a crescer,
De imediato,
Pois, como é?!
Breve, põe-se a pé,
Deixando a brasa,
E a Ti’ Maria,
Em casa,
Ainda a dormir.
Logo ali, no pátio, ao alvorecer,
Nota-se o ar fresco,
Sente-se o esvoaçar d’asa,
Do passaredo,
Ouvem-se os porcos grunhir,
No cortelho,
O piar do mocho agoireiro,
Grotesco,
E o vento a dar no arvoredo.
Eia!!! De repente,
Mesmo ali no terreiro,
Em frente,
Um coelho,
Corre, desalmadamente,
Fugindo de um cão,
Ão, ão, ão, ão…
Esta madrugada,
Vai estando animada!
Mas, no mais,
Além do sururu dos animais,
Tão familiar,
Tudo está em sossego.
Liberato, no escuro,
A tatear,
Afoita-se à frente,
Com cautela, como que em segredo,
A perscrutar o breu profundo,
Para além do pequeno muro,
Ali à volta construído,
Postado como um guarda.
Pareceu-lhe ouvir um ruído,
Além do bulir do mundo,
Na vala, lá mais adiante.
Não precisa da espingarda,
A zagaloteira, sempre alerta, carregada,
Para a caça ou a bicharada,
Mas que já preveniu desavença.
Soberbo, confiante,
Como um juiz que profere uma sentença,
Sem medo,
Brada:
“Que é lá isso”?!
“Quem é que lá vem”?!
E nada…
Bem…
C’o mosquedo,
Que já ferra a sua lanceta,
Descorçoada,
Incomodada,
Talvez tivesse sido a “Preta”,
A burra,
Presa p’la trela,
Além mais a cima, na loja, a sós,
Que deu algum coice,
E bateu nalguma cancela.
Como que picada por foice,
Zurra,
Assim que lhe ouve a voz!!
Amanhece.
Naquele início de dia,
De primavera,
Ares lavados,
Orvalhada fria,
Liberato desce,
Cedo,
Por veredas e valados,
Com a maresia,
Para ver o trigo e o pão.
Assobio a silvar, ledo,
Volteando pelo ar,
Em melodia,
C’o vapor d’água,
Da respiração,
A desafiar o melro
E a cotovia,
Que cantam mágoa,
Alegria.
A lavourar, assim,
P’la serra,
(Ainda não viu vivalma),
A cheirar o rosmano e o alecrim,
A vistoriar a terra,
Solitário, parcimonioso,
Congemina,
Com toda a calma:
“Aqui semeio a ervilha”,
“Além o pepino”,
“E o grão”.
E lá p’rá frente, para a rega,
Há boa água na mina,
Que riqueza, que maravilha!
C’o sol a pino,
No verão,
Quando canta a cegarrega,
Tanque cheio todos os dias,
A vazar por cima,
Onde as aves nativas
Ou de arribação,
Vadias,
Vêm beber,
Furtivas,
Quase a arder,
Sequiosas,
Refugiando-se, depois, sadias,
À sombra das mimosas.
sábado, 24 de novembro de 2012
Nas Jornadas do Património
Luzita Candeias
Dia de S. Martinho e das Jornadas Europeias do Património na nossa Vila.
O dia estava de vento frio que soprava da Gardunha, mas de um sol radioso e céu azul que convidavam a sair de casa e ir conviver, ver, conhecer, ouvir as histórias da nossa história, as nossas músicas, canções e tradições, participar no magusto, comer as castanhas e beber jeropiga.
Por incompatibilidade de horários, só me foi possível estar presente na Praça Vicentina, onde:
- Ouvi as músicas e canções, trajes e tradições do nosso Rancho Folclórico Vicentino.
- Senti e estremeci com os fortes batuques dos Bombos Vicentinos.
- Ofereceram-me castanha com verso-canção.
- Comi mais castanhas oferecidas de mão em mão.
- Bebi doce jeropiga que me aqueceu a alma e o coração.
- Recebi, dei e partilhei beijos e abraços dados com emoção.
- Não faltaram sorrisos de alegria e gargalhadas de satisfação.
- Nem me faltou o farrusco no rosto como manda a tradição.
E quando a noite chegou a Praça se iluminou.
É hora de regressar a casa e seguir a Estrela que sempre me guiou.
Dia de S. Martinho e das Jornadas Europeias do Património na nossa Vila.
O dia estava de vento frio que soprava da Gardunha, mas de um sol radioso e céu azul que convidavam a sair de casa e ir conviver, ver, conhecer, ouvir as histórias da nossa história, as nossas músicas, canções e tradições, participar no magusto, comer as castanhas e beber jeropiga.
Por incompatibilidade de horários, só me foi possível estar presente na Praça Vicentina, onde:
- Ouvi as músicas e canções, trajes e tradições do nosso Rancho Folclórico Vicentino.
- Senti e estremeci com os fortes batuques dos Bombos Vicentinos.
- Ofereceram-me castanha com verso-canção.
- Comi mais castanhas oferecidas de mão em mão.
- Bebi doce jeropiga que me aqueceu a alma e o coração.
- Recebi, dei e partilhei beijos e abraços dados com emoção.
- Não faltaram sorrisos de alegria e gargalhadas de satisfação.
- Nem me faltou o farrusco no rosto como manda a tradição.
E quando a noite chegou a Praça se iluminou.
É hora de regressar a casa e seguir a Estrela que sempre me guiou.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
5.º CENTENÁRIO DO FORAL MANUELINO DE S. VICENTE DA BEIRA
Amanhã, 22 de novembro, completam-se 500 anos da publicação do nosso foral, pelo rei D. Manuel I.
O GEGA produziu um vídeo alusivo a este foral. Aqui vo-lo deixo.
O GEGA produziu um vídeo alusivo a este foral. Aqui vo-lo deixo.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
O nosso falar: ladrões
Cresciam nos troncos das oliveiras e nos ramos mais fortes. Eram umas vergantas* esbeltas e viçosas que o meu pai cortava com a tesoura de podar, sem dó nem piedade.
Isso tinha eu, com pena de ramos tão belos que no ano seguinte dariam boa azeitona.
Que não, retorquia o meu pai, eles tiravam era a força à oliveira, deixavam sem seiva os ramos que davam azeitona. Por isso se chamavam ladrões!
Talvez sim, talvez não, ficava-me eu na minha, de adolescente. Às vezes, durante a colheita, deixava um por entre outro ou cortava-o só pelo meio, mas o meu pai vinha por trás e cortava-os rentes, pela base.
Nesse tempo ainda não chegara a moda atual de cortar os ramos todos da oliveira e esperar que dois anos depois os novos rebentos se encham de azeitona. Era ainda à moda antiga, em que a poda de uma oliveira requeria saber e arte.
Agora tenho de decidir sozinho, por minha conta e risco. No ano passado tinha uma oliveira cheia de ladrões altos no meio dos ramos, mas deixei-os todos, na esperança de que este ano vergassem com o peso da azeitona, pois era ano de ela carregar.
Qual quê? Fosse pela força excessiva dos ladrões ou pela seca estival, ou ambas duas, fui dar com a oliveira quase seca e sem azeitona. Cortei-lhe os ladrões rentes e limpei-a dos ramos secos. Agora é esperar que recupere.
E aprendi a lição. Fiz uma razia nos ladrões de todas as oliveiras, foi tudo ao chão!
Isso tinha eu, com pena de ramos tão belos que no ano seguinte dariam boa azeitona.
Que não, retorquia o meu pai, eles tiravam era a força à oliveira, deixavam sem seiva os ramos que davam azeitona. Por isso se chamavam ladrões!
Talvez sim, talvez não, ficava-me eu na minha, de adolescente. Às vezes, durante a colheita, deixava um por entre outro ou cortava-o só pelo meio, mas o meu pai vinha por trás e cortava-os rentes, pela base.
Nesse tempo ainda não chegara a moda atual de cortar os ramos todos da oliveira e esperar que dois anos depois os novos rebentos se encham de azeitona. Era ainda à moda antiga, em que a poda de uma oliveira requeria saber e arte.
Agora tenho de decidir sozinho, por minha conta e risco. No ano passado tinha uma oliveira cheia de ladrões altos no meio dos ramos, mas deixei-os todos, na esperança de que este ano vergassem com o peso da azeitona, pois era ano de ela carregar.
Qual quê? Fosse pela força excessiva dos ladrões ou pela seca estival, ou ambas duas, fui dar com a oliveira quase seca e sem azeitona. Cortei-lhe os ladrões rentes e limpei-a dos ramos secos. Agora é esperar que recupere.
E aprendi a lição. Fiz uma razia nos ladrões de todas as oliveiras, foi tudo ao chão!
Vergantas: a palavra correta é vergônteas, mas sabe-se como é o povo, a lei do menor esforço...
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Jornadas do Património em São Vicente
O São Martinho ajudou, mas à hora não havia quase ninguém, à portuguesa.
Depois o povo foi-se chegando. A banda tocou e as individualidades perfilaram-se.
Seguiu-se a sessão solene, no salão nobre. As pessoas já não cabiam, chegavam até ao balcão. Lá dentro os discursos e o povo a ver quem se saía melhor. O Presidente Joaquim Morão, sem rival de popularidade, ainda por cima em dia de grande forma!
Inaugurou-se o gabinete local das Aldeias Históricas de Portugal e da Praça mudámo-nos para a Fonte Velha. Na casa de Hipólito Raposo havia uma exposição sobre alguns dos mais ilustres vicentinos que, pelos seus feitos, se foram da lei da morte libertando.
Novamente casa cheia e de regresso à Praça parámos na casa onde nasceu Maria de Lourdes Hortas. Uma pequena homenagem, com leitura de poemas, por duas gerações com 50 anos de diferença.
Os bombos já nos chamavam para o magusto na Praça. Enquanto a caruma ardia, o rancho encantou.
Depois, castanhas assadas e jeropiga, com caras farruscadas e tudo. E mais bombos!
Entretanto, alguns foram visitar os nossos museus de arte sacra. Quando regressaram, já flautas e violinos soavam na Igreja. Meia casa, porque a noite estava fria. Mas meia casa é muita gente, na nossa Igreja. Gente que sabe apreciar boa música, nesta casa com excelentes condições acústicas.
Foi bonita a festa, pá. Poucos ficaram em casa. Sentiu-se o pulsar da nossa terra como comunidade, festejando o seu rico património: o da arte, o da gente que somos, o dos magustos, o da nossa natureza outonal soalheira e fria.
Notas:
Parabéns a toda a nossa comunidade, desde os simples participantes aos mais empenhados organizadores.
Obrigado aos forasteiros que vieram de longe partilhar connosco o património vicentino. Um agradecimento especial à Dr.ª Isabel da Veiga Cabral, presidente das Aldeias Históricas de Portugal, que nos desafiou a concretizar este projeto e nos acompanhou na sua organização, apoiando-nos com a sua experiência.
(Obrigado à Sara Varanda, pelas fotos.)
Depois o povo foi-se chegando. A banda tocou e as individualidades perfilaram-se.
Seguiu-se a sessão solene, no salão nobre. As pessoas já não cabiam, chegavam até ao balcão. Lá dentro os discursos e o povo a ver quem se saía melhor. O Presidente Joaquim Morão, sem rival de popularidade, ainda por cima em dia de grande forma!
Inaugurou-se o gabinete local das Aldeias Históricas de Portugal e da Praça mudámo-nos para a Fonte Velha. Na casa de Hipólito Raposo havia uma exposição sobre alguns dos mais ilustres vicentinos que, pelos seus feitos, se foram da lei da morte libertando.
Novamente casa cheia e de regresso à Praça parámos na casa onde nasceu Maria de Lourdes Hortas. Uma pequena homenagem, com leitura de poemas, por duas gerações com 50 anos de diferença.
Os bombos já nos chamavam para o magusto na Praça. Enquanto a caruma ardia, o rancho encantou.
Depois, castanhas assadas e jeropiga, com caras farruscadas e tudo. E mais bombos!
Entretanto, alguns foram visitar os nossos museus de arte sacra. Quando regressaram, já flautas e violinos soavam na Igreja. Meia casa, porque a noite estava fria. Mas meia casa é muita gente, na nossa Igreja. Gente que sabe apreciar boa música, nesta casa com excelentes condições acústicas.
Foi bonita a festa, pá. Poucos ficaram em casa. Sentiu-se o pulsar da nossa terra como comunidade, festejando o seu rico património: o da arte, o da gente que somos, o dos magustos, o da nossa natureza outonal soalheira e fria.
Notas:
Parabéns a toda a nossa comunidade, desde os simples participantes aos mais empenhados organizadores.
Obrigado aos forasteiros que vieram de longe partilhar connosco o património vicentino. Um agradecimento especial à Dr.ª Isabel da Veiga Cabral, presidente das Aldeias Históricas de Portugal, que nos desafiou a concretizar este projeto e nos acompanhou na sua organização, apoiando-nos com a sua experiência.
(Obrigado à Sara Varanda, pelas fotos.)
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