Marco Nunes
Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
domingo, 3 de dezembro de 2017
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
1 de dezembro
ERA UM VEZ DOIS IRMÃOS
Era uma vez dois irmãos
Um dia seguiram seus rumos
Nas partilhas, um ficou com a parte de leão
Mas tanto um como o outro
Para aumentar seu pecúlio
Tiveram que guerrear com o Islão
Durante muitos anos andaram com a espada na mão
Até se guerreava o cristão.
Iam muitas vezes ao fossado
Para talarem as terras de cultivo
Viam-se espadas por todo o lado
Um desconhecido, era um inimigo
Tempo desgraçado
De vez em quando lá se fazia um tratado
Através de casamentos
E os irmãos pegavam no arado
A espada era arrumada
Os homens cavavam com a enxada
A terra por todo o lado era arroteada,
Lavrada e semeada
E o povo de um e outro lado
Vivia feliz, contente
Eis uma nova desavença, gritavam
Santiago… e matavam
São Jorge…
E guerreavam
Destruíam e queimavam
Mas, os irmãos iam andando
Trabalhando e lutando
O tempo ia passando.
Um dia o rei Lusitano
Não seguiu o conselho do irmão castelhano
E foi para o deserto guerrear
Por lá morreu, que azar
Um cardeal começou a governar
Pouco tempo esteve a mandar
Morreu… mais um azar
Então o irmão mais abastado
Veio tomar conta do nosso bocado
E a Península voltou a ficar unida
O povo ia sofrendo calado
Porque de impostos era carregado
Aquilo não era vida.
Sessenta anos depois
Quarenta valentes finalmente
Destronaram a duquesa
Havia novamente rei nacional
No reino de Portugal
O outro irmão não se conformou
Durante muitos anos lutou
Até que um tratado se assinou
Ambos juraram amizade.
A partir desse momento a sociedade
Pode começar a construir
Com o tempo as desavenças foram-se diluindo
De mãos dadas, juntos, temos que avançar
Só assim podemos conquistar
A riqueza, o bem-estar
Então, todos devemos colaborar.
Portugal, Espanha, dois irmãos fortes e valentes
Chegou a hora de mostrarmos ao mundo
Quase todo por nós descoberto
É mais o que nos une
Que aquilo que tanto tempo nos separou
Nossos santos, heróis e guerreiros
Nas suas tumbas se alegrarão
Possamos finalmente dizer;
Sou português, sou espanhol
Sou Ibérico, pois então
Por isso tu és meu irmão
Zé da Villa
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terça-feira, 28 de novembro de 2017
Gente nossa
O Padre José Antunes, meu colega e amigo do
tempo do seminário do Tortosendo, nas suas andanças pelo mundo «Em Macau, ao visitar a igreja do Seminário de
São José, na fachada da entrada vi uma lápide que menciona o bispo João
Ramalho. Como ele era natural de São Vicente da Beira tirei uma foto.»
E enviou-ma, pois ele, natural do Maxial do Campo, também visita o nosso
blogue.
Diz-se
que quem não sabe latim fica assim, mas não é verdade, pois o latim
é a nossa língua-mãe e por isso parecido com o português.
Transcrição das 7.ª, 8.ª e 9.ª linhas:
D.(?)
Dom João de Deus Ramalho Sociedade de Jesus
Bispo
de Macau
Ano de
1953
José Teodoro Prata
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
A Igreja Matriz
A 3 de maio de 1829, a Igreja (capela, no dizer o vigário da época) da Misericórdia de São Vicente da Beira funcionava como Matriz, segundo o registo de batismo que a seguir se apresenta (linhas 9 e 10).
Datam destes anos do século XIX as obras de ampliação da nossa Igreja Matriz, como se pode verificar pela data inscrita por cima do pórtico principal.
José Teodoro Prata
sábado, 25 de novembro de 2017
Gente nossa
Global
Mosquito Alert: NASA DEVELOP Project Partners Handoff
O
programa DEVELOP, parte do Programa de Ciências Aplicadas da NASA, aborda
questões ambientais e de políticas públicas através de projetos de pesquisa
interdisciplinares que aplicam a lente das observações da Terra da NASA às
preocupações da comunidade em todo o mundo. Colocando o fosso entre a Ciência
da Terra da NASA e a sociedade, o DESENVOLVIMENTO cria capacidade tanto em
participantes quanto em organizações parceiras para melhor prepará-los para
enfrentar os desafios que enfrentam a nossa sociedade e as gerações futuras.
Com a natureza competitiva e o crescente papel societário da ciência e da
tecnologia no local de trabalho global de hoje, o DEVELOP promove um corpo
adepto de cientistas e líderes do futuro.
No
Outono de 2017, o Programa de Inovação de Ciência e Tecnologia do Wilson Center
se associou com outros membros do Global Mosquito Alert Consortium (GMAC) em um
projeto, Taking a Bite Out of Mosquito-Disease: mapeamento e monitoramento de
doenças transmitidas por vetores na Europa Ocidental.
As
doenças transmitidas por vetores são conhecidas por serem desenfreadas por
países em desenvolvimento, no entanto, eles estão se tornando cada vez mais
comuns em áreas desenvolvidas do mundo. Nos últimos anos, a Europa Ocidental
tem crescido em surtos de doenças transmitidos por vetores. Em resposta a esta
preocupação, pesquisadores, cientistas cidadãos e várias organizações
internacionais estão trabalhando juntos para monitorar habitats e áreas de reprodução
de mosquitos. Mesmo assim, prever e prevenir surtos continua a ser um sério
desafio. A equipe da NASA DEVELOP combinou as observações da Terra da NASA com
dados de ciência cidadã para criar uma metodologia e mapa de adequação do
habitat para auxiliar os usuários finais no monitoramento e mitigação de surtos
de doenças transmitidos por vetores.
Linha traseira:
Victor Lenske, Alison Thieme, Aaron Warga, Doug Gardiner
Primeira linha: Luísa
Gama da Silva, Sara Lubkin, Gia Mancini, Helen Plattner
Durante
a transferência do projeto, 3 membros da equipe NASA DEVELOP apresentarão a
pesquisa que realizaram durante o período de 10 semanas e entregarão os
resultados de suas pesquisas aos parceiros do projeto. Gia Mancini, Doug
Gardiner e Luísa Gama da Silva são membros do projeto de 10 semanas
de Europa da Saúde e Qualidade do Oeste com o programa NASA DEVELOP no Goddard
Space Flight Center. Gia Manicini se formou na Universidade Estadual de Ohio
com um diploma em Meio Ambiente e Recursos Naturais e é o líder do projeto para
este período de outono. Doug Gardiner é atualmente um aluno de mestrado na
Universidade George Mason, estudando Estudos Interdisciplinares com uma
concentração em Energia e Sustentabilidade. Luísa Gama da Silva
graduou-se na Universidade de Boston com licenciatura em Ciência Ambiental e
Energia Sustentável. Juntar-se à equipe para a apresentação será a Dra. Sara
Lubkin, que recebeu seu doutorado em Geologia da Cornell e é o Centro
Assistente do Centro e um Coordenador de Coordenação do Projeto para
DESENVOLVER.
Este Wilson Center
está animado para trabalhar com a NASA neste importante esforço.
Genologia de Luísa Gama da Silva,
Washington DC:
Filha de: Ednaldo
Araquém Silva, João Pessoa - Brasil e de Rita Maria Craveiro Parreira da
Gama, Lisboa
Neta de:
Artur Manuel Parreira da Gama, Alcácer do Sa,l e
de Maria Ângela Alves de Sousa Craveiro, Oliveira do Bairro (pais de Rita
Maria Craveiro Parreira da Gama).
Bisneta de:
Francisco Gama, São Vicente da Beira, e de Adelaide da Conceição
Villa-Boim Parreira, Alcácer do Sal (pais de Artur
Manuel Parreira da Gama).
Bisneta de: António
de Jesus Craveiro, São Vicente da Beira, e de Aida Alves de Sousa, São
Vicente da Beira (pais de Maria Ângela Alves de Sousa Craveiro).
Trineta de: Manuel
Martins Gama, São Vicente da Beira, e de Maria Emília Alves de Sousa, São
Vicente da Beira (pais de Francisco Gama).
Jaime da Gama
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quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Casal da Serra: o Cavaco
Quem
atravessa o Casal da Serra e continua a subir pela Gardunha, vai encontrando ao
longo do caminho muitas casas espalhadas pela encosta. Depois do incêndio
ficaram mais visíveis, mas, mesmo assim, feitas da pedra da Serra, confundem-se
com a paisagem. Algumas estão dispersas e isoladas; outras formam pequenos
casais onde viveram várias famílias ou gerações da mesma família.
Um
desses casais é o Cavaco. São meia dúzia de casas, atualmente todas
desabitadas, mas dizem que já houve tempos em que os que lá moravam eram mais
que os que agora vivem no Casal da Serra. Eram quase todos da família Serra e
dos Jacintos; tiveram muitos filhos que agora andam espalhados por esse mundo
fora.
Quem
lá morava, era quase auto-suficiente. Produziam de tudo para casa, nas hortas e
lameiros que por lá abundam; e havia água com fartura para as regas.
Também
havia muitos castanheiros. Produziam bem, e as castanhas, frescas ou piladas,
ajudavam a encher a barriga ao longo de quase todo o ano.
As
casas tinham dois pisos: por baixo guardava-se o gado, cabras e vacas, e por
cima viviam os donos. Na eira, mesmo em frente, secavam-se e malhavam-se os
cereais.
Os
porcos viviam nas furdas, mesmo ao lado das casas; e as galinhas andavam na rua,
a comer o que apanhavam, que lá nisso não são esquisitas…
Mas,
à noite, eram fechadas. Aproveitavam-se os vãos das escadas e dos balcões para
as proteger dos lobos e das raposas, que havia muitos, naquele tempo.
Vidas
simples, mas trabalhosas, das quais só se saía aos domingos, para ir à missa.
Não
me parece que o Francisco Sarmento [rever publicação Incêndios: um outro olhar] queira recuar tanto quando diz que temos que
mudar o nosso modo de vida se queremos salvar o planeta, mas alguma coisa tem
que ser feita. Também fico escandalizada que nos supermercados portugueses haja
tanta carne, fruta e legumes que dão quase a volta ao mundo para cá chegar.
Penso que não é assim tão difícil combater estas práticas: basta não comprarmos
esses produtos e escolher o que é nacional. O problema é que somos quase todos
muito pobres para podermos fazer essas opções. Pobres na carteira e no
espírito, e por isso também ainda deitamos o lixo para o chão…
M.
L. Ferreira
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terça-feira, 21 de novembro de 2017
Roque Lino, uma vida
Foto dos fundadores do Partido Socialista.
O Roque Lino é o terceiro, em cima, a contar da esquerda.
Assinaturas dos fundadores do Partido Socialista.
Fonte das duas imagens: Ditadura e Revolução, Maria João Avillez.
O Roque Lino, em São Vicente da Beira, a colar um cartaz do Partido Socialista, na Rua do Beco, junto à Praça, a 8 de setembro de 1985, uma semana antes das Festas de Verão (que nessa época ainda eram no 3.º fim de semana de setembro).
Festas dos Josés, a 19 de março de 1983, em São Vicente da Beira.
O Roque Lino pega no andor de São José, na frente, à esquerda.
José Manuel dos Santos
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