sexta-feira, 29 de março de 2019

O canto do rouxinol


Contam que um dia o rouxinol, vindo lá das terras do sul, chegou ao destino já ao cair da noite. Vinha tão cansado que, mal poisou, adormeceu profundamente, aconchegado entre os galhos de uma videira. De manhã, quando acordou, quis levantar voo, mas não foi capaz pois estava todo enleado por uma enorme gavinha. Assustado, sem poder mexer-se, pôs-se a piar, aflito. Valeu-lhe Nossa Senhora, que passava por ali no seu passeio matinal e, ouvindo aquele pio tão desesperado, foi em seu auxílio.
Quando viu o passarinho assim preso, pegou nele e libertou-o meigamente. Mas antes de o deixar voar, recomendou-lhe que tivesse cuidado e, dali para diante, enquanto as gavinhas crescessem, nunca mais se deixasse adormecer durante a noite.
Contente e agradecido, voou à procura de sítio para fazer o ninho e, a partir dali, nunca mais o rouxinol adormeceu durante a noite, sempre a cantar:

Nossa Senhora disse, disse, disse…
Que enquanto o gavião crescesse,
O rouxinol não dormisse.
Não dormisse, não dormisse, não dormisse…

Deve ser por isso que, mal começa a primavera, acordo muitas vezes de madrugada e, tão linda é a melodia, que, por momentos, fico na dúvida se estarei na minha casa ou na Casa da Música…

M.ª Libânia Ferreira

domingo, 24 de março de 2019

A procissão franciscana







Foi bom estar! Havia muita gente, inluindo forasteiros.

José Teodoro Prata

quinta-feira, 21 de março de 2019

Procissão dos Terceiros, 2019


PROGRAMA:
Data: dia 24 de março, domingo.
Missa: 11 horas, celebrada por Frei Francesco, assistente espiritual das Fraternidades Franciscanas.
Procissão: 15 horas, com saída da capela de São Francisco e sermão pelo mesmo Frei Francesco.
Particularidades: 
- Serão distribuídas fotos dos santos que saem na procissão, em formato tipo postal, com a oração de São Francisco no verso.
- Estarão presentes representantes de outras fraternidades do país.

José Teodoro Prata 

domingo, 17 de março de 2019

O Hospital Civil de S. Vicente da Beira

A Libânia enviou-me o registo de óbito que se segue, o qual indica que a defunta morreu no Hospital Civil de São Vicente da Beira.


Há anos, consultei o arquivo do nosso hospital, para fazer um estudo sobre a pneumónica em São Vicente da Beira, que publiquei na Revista Cadernos de Medicina da Beira Interior.
Voltei agora aos apontamentos da época e deixo-vos as seguintes notas:
1. O livro n.º 1 intitula-se "Movimento do hospital da Santa Casa da Misericórdia de S. Vicente da Beira". Nele, o registo de doentes começou em 8 de março de 1894.
2. Ata da sessão da Mesa, em 14.01.1894: "Foi resolvido que no dia primeiro de Março proximo futuro se abra o novo hospital desta Santa Casa de que se lavrará o competente auto dando-se copia aos Administradores do Concelho, Governador Civil e hospital de S. José."
3. As listagens dos doentes internados eram entregues, mensalmente, ao Administrador do Concelho [que no concelho representava o Governo Civil].
4. Entre 1910 e 1918, os termos de abertura dos livros chamam ao hospital Hospital do Pe. Simão [o P.e Simão Duarte do Rosário, do Sobral do campo, falecido em 1893, deixou em testamento o dinheiro para construir o nosso hospital, ainda em vida do benemérito, como parece].
5. O livro de receitas e despesas, de julho de 1918, chama-lhe Hospital Civil de S. Vicente da Beira.
6. Até 1918, era a Misericórdia que pagava ao médico, depois passou a ser o Estado.
7. A 27 de outubro de 1918, o hospital recebeu 200$00 do Governo Civil, para ajuda no combate à pneumónica.

Conclusão: apesar do pouco rigor usado na designação do hospital, este parece ter pertencido, sempre, à rede pública e por isso ter sentido ser chamado de hospital civil, mesmo que administrado pela Santa Casa da Misericórdia. 

José Teodoro Prata

quinta-feira, 14 de março de 2019

O nosso falar: sagorro

Ao escrever o texto dramático Pagar o vinho, já aqui publicado, usei a palavra sagorro e na altura consultei os dicionários.
Curiosamente, sagorro é sinónimo de avarento, enquanto na nossa terra é sinónimo de saloio.
Vá-se lá saber porquê esta colagem do avarento ao saloio! Talvez porque o avarento, por sê-lo, vive como um saloio.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 11 de março de 2019

Gente nossa


João Moreira, provavelmente em São Vicente onde gosta de vir, principalmente nas Festa de Verão.

Quem o viu ao lado de Conan Osíris, percebe que se lhe deve grande parte do êxito da canção vencedora do Festival RTP da Canção 2019. E, pela coreografia, agilidade de movimentos e sobretudo por aquela queda que terá deixado muita gente em sobressalto, não nos passaria pela cabeça que não fosse um bailarino profissional.
A verdade é que não tem formação em dança: foi aluno da Escola António Arroio, onde se formam grandes artistas de várias áreas; terá também formação em teatro. Mas o que o distingue, segundo dizem os amigos, é a alegria, a irreverência e o prazer com que faz as coisas. Notou-se. Primeiro estranhámos e achámos que “Telemóveis” não iria longe; mas depois, muitos dos que seguimos o Festival, começámos a torcer para que fosse a vencedora.
Eu fiquei contente. Fiquei ainda mais quando, há dias, soube que o João Reis Moreira tem raízes, pela parte do pai, em São Vicente. Descende, como muitos Sanvicentinos, do José Moreira, que nasceu em Aldeia das Dez em 1786, e veio para São Vicente onde se casou e teve muitos filhos, dando origem aos vários ramos da família Moreira que por cá existem atualmente. João Reis Moreira é neto de Joaquim Moreira (Joaquim da Rita) e Maria Alice, que viveram no Caldeira, e onde criaram os muitos filhos que tiveram, entre eles o pai do João.  
Oxalá “Telemóveis” tenha, em Israel, o mesmo êxito que está a ter em Portugal! Em São Vicente estaremos todos a torcer.

Nota: falei com duas ou três pessoas para obter a informação que aqui deixo, mas se alguma coisa não estiver correta, há sempre a possibilidade de corrigir ou acrescentar outros dados através dos comentários ou outro meio qualquer.

M. L. Ferreira