Alberto Rodrigues Inês
nasceu em São Vicente da Beira, no dia 1 de julho de 1895. Era filho de António
Rodrigues Inês, ganhão, e de Maria da Ascensão Ramalho.
Assentou praça em
Castelo Branco, no dia 19 de junho de 1915, e foi incorporado no 2.º Batalhão
do Regimento de Infantaria 21. Era analfabeto e tinha a profissão de
jornaleiro.
Pronto da Instrução da
Recruta, em 28 de agosto de 1916, regressou a São Vicente da Beira onde
continuou a residir.
Voltou a apresentar-se
e foi mobilizado para integrar as forças do CEP, embarcando para França em janeiro
de 1917. Pertencia à 8.ª Companhia do 2.º Batalhão
do 2º Regimento de Infantaria e tinha o posto de soldado, com o n.º 587. Foi
vacinado.
No seu Boletim
Individual consta apenas o seguinte:
a)
Baixa
ao hospital no dia 25 de outubro de 1917; alta em 27;
b)
Ferido
por gases no dia 24 de gosto de 1917, tendo baixado ao hospital nesse mesmo
dia, alta em 15 de outubro;
c)
Regressou
a Portugal em abril de 1919, sendo licenciado no dia 7 de julho.
Passou ao Regimento de
Infantaria de Reserva 21, nos termos do Art.º 60.º da Lei da Recruta de 1911,
em 31 de dezembro de 1925; à reserva ativa, em 11 de abril de 1928; e à reserva
territorial, em 31 de dezembro de 1936.
Condecorações:
·
Medalha
Militar de cobre comemorativa da participação de Portugal na Grande Guerra com
a legenda: França 1917-1918.
Família:
Alberto Rodrigues Inês casou
com Emília Rodrigues Marques, no dia 17 de Setembro de 1921, e tiveram cinco filhos:
1.
Joaquim
Rodrigues Inês (faleceu com 12 dias);
2.
Maria
do Carmo Rodrigues Inês (faleceu ainda criança);
3.
José
Maria Rodrigues Inês (Guarda Fiscal), que casou com Filomena dos Santos e
tiveram dois filhos;
4.
Manuel
Rodrigues Inês, que casou com Eugénia Ramalho e tiveram um filho;
5.
Maria
do Resgata Rodrigues Inês, que casou com João Candeias e tiveram três filhos (o
primeiro faleceu logo após o nascimento).
Sobre o tempo em que
Alberto Rodrigues Inês esteve em França, não se conhecem relatos feitos pelo
próprio, mas um dos seus companheiros da guerra contava que sofreu por lá
muito. Diz que às vezes ia dar com ele a chorar com fome e que até ainda chegou
a repartir com ele o pouco que tinha para comer.
Alberto Rodrigues Inês
teve uma vida de muito trabalho, sempre na agricultura e pecuária, atividades a
que se dedicava de corpo e alma. Foi ganhão e rendeiro, ao mesmo tempo que
tratava das terras que herdou dos pais e das que foi adquirindo. Teve quase
sempre a sua própria junta de bois, com ganhão, e rebanhos de cabras e ovelhas,
com pastor.
Faleceu repentinamente,
no dia 17 de Fevereiro de 1957. Tinha 61 anos.
(Pesquisa feita com a
colaboração da neta Maria José Candeias)
Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
À venda, em São Vicente, nos Correios e no Lar; em Castelo Branco, na Biblioteca Municipal.
O dinheiro da venda
dos livros em São Vicente reverte para a Santa Casa da Misericórdia.