José Teodoro Prata
Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
A Libânia enviou-me o texto do discurso de Margarida Duque Vieira, proferido na recente reedição do livro da Póvoa. Deixo-vos uma parte dele, pois relaciona-se indiretamente com a publicação Zero, que aqui fiz.
Ainda a propósito da mesma publicação, o José Miguel Teodoro enviou um comentário que poucos terão lido, pois chegou quando já andávamos pelas autárquicas. Publico-o a seguir ao texto da Póvoa, pois é um excelente desafio para uma reflexão séria sobre o que somos e aspiramos a ser.
Na
apresentação da 1.ª edição em Castelo Branco no Cineteatro, a Benedita chamou a
atenção para 3 casos que lhe pareciam estar a desvirtuar esse
passado.
Só recordo dois: o aparecimento recente de um grande portão metálico branco rasgando um belo muro em pedra e, a inusitada plantação de palmeiras junto à Barragem de Santa Águeda num local em que expressamente a Lei determina que “Nesta zona devem ser favorecidas as ações de beneficiação dos carvalhais existentes e de arborização de novas áreas recorrendo às espécies existentes”.
Qualquer destes temas mantém-se
bem atual.
Não há muito tempo, alguém que não
recordo quem fosse elogiava o cuidado existente na Póvoa na recuperação das
velhas casas. Creio que a Autarquia também tem estimulado isso dificultando a
sua destruição.
No entanto, esse esforço das
pessoas e da Câmara poderia ainda produzir melhores resultados se houvesse um
apoio técnico a juntar aos gostos de cada um que, como se diz, “gostos não se
discutem”, mas podem ser melhorados.
Não será certamente a Junta de
Freguesia a poder assumir esse papel, mas aproveitando a presença do Sr.
Presidente da Câmara atrevo-me a apelar para que essa função seja assumida ativamente
pela Câmara com benefício para a Póvoa, o Concelho, a região.
Há na Póvoa ainda bastante para olhar e cuidar desde a pequena casa familiar, ao edifício que se pensa ter sido sede de Câmara, à chamada “casa do Juiz”, o moinho que continua em ruínas ou aquele em que se assinala que “no ano de 1575 vale o pão a cruzado”. Neste Livro regista-se um razoável número de portados na maioria quinhentistas. É preciso manter e dignificar esses vestígios de outros tempos que valorizam a terra, não possibilitando a sua destruição ou abastardamento quando se realizam obras.
Voltando à Barragem
Dizem-me que foi a população a conseguir
que o nome da Santa que veneram - a Santa Águeda - cuja capelinha ficou
submersa na albufeira, se mantivesse identificando o local e, quiseram também
que a construção de uma nova perpetuasse a sua memória e tradição.
O alerta que foi dado naquela
sessão e, talvez não só, despoletou a criação de uma Plataforma destinada á
defesa da Barragem. Conseguiu esta Plataforma a retirada das ditas palmeiras, o
recuo da área que ilegalmente tinha sido ocupada, o embargo de obras ilegais, e
até agora, a contenção de novos projetos do mesmo tipo.
Mas o perigo continua, agora
agravado pela intenção de construir um regadio denominado “Gardunha Sul” cujo
fornecedor será a Barragem de Santa Águeda que irá consumir mais água do que a
destinada ao consumo público. Já sabemos as consequências na qualidade da água
originadas pelo uso excessivo de pesticidas, com tendência para agravar,
obrigando ainda a custos anormais no seu tratamento que recaem sobre o erário
público que deveria ser melhor aplicado.
Recentemente, conseguiu que um
grupo de membros da Plataforma, na maioria técnicos na matéria, visitasse a
Estação de Tratamento da Água. O parecer técnico enviado às instâncias
superiores, elaborado pelo Eng. Químico e sanitarista, José Cardoso Moura que
foi responsável pela construção de várias ETAR.s em Portugal e no estrangeiro,
é demolidor para a iniciativa. Também tem sido pública a contestação ao projeto
feita pelo antigo Vereador da Câmara, Eng. Carvalhinho.
Há poucos anos, numa sessão
comemorativa da aprovação da Constituição que teve lugar em Castelo Branco, no
Cineteatro, O Sr. Presidente da República, O General Ramalho Eanes e o
Professor Jorge Miranda foram unânimes na ideia de que a falha na concretização
da democracia em Portugal é a fraca participação dos cidadãos.
Muitos ainda fazem como Pilatos,
lavam as mãos o que no caso, levou à condenação de um Homem bom.
É altura de se estar atento e
ajudar quem decide a sentir-se apoiado pelos cidadãos. É altura de o povo da
Póvoa exercer novamente o papel de defesa da sua Barragem de Santa Águeda.
Tentei há dias fazer um
exercício sobre a nossa terra, tipo análise swot. Comecei pelo princípio, pelos
pontos fortes: se eu quisesse "vender" SVB como um destino, como um
lugar para morar ou para investir, ou apenas para visitar durante um dia, ou
uma semana, que "argumentos" eu podia usar?
Recomendo o exercício.
A seguir, se quisermos ir mais longe, podemos
fazer o mesmo exercício, procurando identificar os pontos fracos, uma lista que
poderá constituir um "caderno de encargos", um guia de ação, uma lista
de coisas concretas que é preciso fazer para "colocar no mapa" SVB.
No meu ver, usando uma ferramenta simples, podemos
perceber onde estamos - sendo cruel, pode acabar com mitos sem sentido, e, de
vez, fazer-nos perceber que é dentro de casa que têm de se encontrar as razões
e agentes do que se faz ou não se faz.
Podemos partilhar.
Só faltava o nosso homem do Violeiro para baralhar ainda mais as contas que alguém já tivesse feito.
Depois da recusa do PS em recandidatar Luís Correia, que se apresenta como independente, da candidatura socialista de Leopoldo Rodrigues e da candidatura social-democrata de João Belém, à revelia da concelhia, que já apelou para o órgão nacional de jurisdição, eis que avança Rui Amaro Alves, com uma candidatura independente.
Podem ler aqui a notícia da Reconquista: https://www.reconquista.pt/articles/autarquicas-rui-amaro-alves-e-candidato-independente-em-castelo-branco
José Teodoro Prata
É quanto valemos no turismo da região em que nos inserimos: zero.
Encontrei este site da comunidade intermunicipal da Beira Baixa (https://beirabaixatour.pt/home/), que pretende promover esta região, na época estival que se aproxima.
Quanto às rotas pedestres (Trilhos e Percursos), temos a da Gardunha, que desce das proximidades do Castelo Velho para a Torre, pelo Casal da Serra. Mais nada.
Experimentem clicar em O que Visitar!
José Teodoro Prata
Visitei o Parque do Barrocal, em Castelo Branco. As opiniões têm sido muito positivas, mas eu vim de lá algo apreensivo. As linhas que se seguem são apenas uma reflexão pessoal, sem quaisquer pretensões, nem sequer de estar certo.
Não me admira ter sido premiado a nível internacional, pois está tudo muito bem feito. O meu problema é que o que se fez foi urbanizar um pedaço de natureza às portas da cidade, ainda em estado quase puro. Quase todos os percursos de fazem sobre passadiços em madeira nuns locais e metal noutros.
É verdade que se pode admirar a natureza, sem a pisar, mas também sob os passadiços nada cresce e se crescer é imediatamente cortado. Passeei pelos Alpes Suíços, por carreirinhos que pareciam de cabras e não consta que alguém se venha queixar que ali a natureza não é respeitada.
Neste parque, os citadinos transferiram para a natureza as comodidades de que gozam na cidade: sem lama, sem ramos a rasgar ou ferir, sem escorregadelas. Estacionam num parque automóvel e a ele voltam sem praticamente terem pisado terra ou rocha, sempre ao colo dos milhões que aquilo custou.
Vários pontos de interesse foram acrescentados à paisagem, como a ponte suspensa que nos dispensa de descer e subir uma pequeníssima depressão entre duas rochas ou o túnel do lagarto que não passa de uma estrutura metálica colocada sobre o caminho.
Para mim é um parque urbano muito bem feito e não o quero desvalorizar. O que me preocupa é que projetos como este estão a tomar conta do país, transformando alguns dos sítios mais bonitos de Portugal numa Disneylândia. Em Oleiros chamou-se o Siza Vieira para prolongar com uma pala um lindo miradouro; em Vila de Rei construíram-se alguns metros de passadiços que custaram 600 mil euros; Arouca já reivindica ter a maior ponte suspensa do mundo, mas entretanto os seus passadiços do Paiva já arderam por duas vezes.
Queremos urbanizar a nossa paisagem? Mas não é uma forma de adulterar a paisagem, uma forma de poluição? Sobra dinheiro ao poder local? É o dinheiro dos nossos impostos e os portugueses não estão a viver bem!
Nota: sempre alertei os meus alunos para, se um dia nos reencontrássemos e eu dissesse mal da escola e dos alunos, em comparação com o passado, não ligassem, pois estaria a ficar velho; neste caso estarei a ficar velho ou isto que se está a fazer um pouco por todo o país é mesmo uma saloiice?
José Teodoro Prata
Esta oliveira é bical, variedade que não gosta do frio da serra. Mas este ano carregou de flor. A primavera chuvosa e quente foi favorável às oliveiras, por isso estão carregadas de flor, mesmo as que deram no ano passado, como é o caso das minhas (não esta, só as galegas).
Esta ameixeira dá um fruto longo, azul escuro, que amadurece em fins de setembro. Dá-se bem no clima da serra, o que não acontece com muitas.
Este kiwi está carregado de flor, mas infelizmente só a planta macho; a fêmea nem uma para amostra. É uma experiência que estou a fazer e parece que resulta neste clima.
Há bastantes cerejas, este ano. Esta ainda está a recuperar do incêndio de 2017, como é visível na imagem. Como não pulverizo, as que não forem colhidas já, são para os bichos...
Nota: perdera a máquina fotográfica, mas o cão dos meus vizinhos David e Helena, o Frigo, encontrou-a e levou-a aos donos. Se o virem, acompanhado da Maya, dois cachorros muito simpáticos, façam-lhes umas festas por mim.
José Teodoro Prata
Deixo-vos com as primeiras notícias sobre as eleições autárquicas no concelho de Castelo Branco e consequentemente na nossa freguesia. Sei pouco, muito menos do que quem está na Vila, por isso esta publicação é sobretudo para quem vive longe.
O anterior presidente da câmara, Luís Correia, do PS, perdeu
o mandato por decisão judicial, mas queria voltar a candidatar-se. O partido
não o aceitou e por isso desfiliou-se e concorre como independente. Está bem inserido nos meios empresarial e autárquico de Castelo Branco e por isso teve quem o incentivasse a avançar. Em São
Vicente já tem uma lista, encabeçada pelo Filipe Goulão (do armazém de rações).
O PS candidata à Câmara o atual presidente da Junta de Castelo Branco, Leopoldo
Rodrigues. Em São Vicente já há lista formada; o cabeça de lista é o David Moreira, filho do Manel Ar.
No PSD as coisas são ainda mais complicadas. O candidato apresentado
pela direção nacional é João Belém, antigo deputado e recentemente reformado de
diretor do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano. Só que o candidato da
concelhia era o seu presidente, Carlos Almeida, que não aceitou a escolha de Rui
Rio (a concelhia sempre se opôs a Rui Rio, embora um pequeno grupo de “notáveis”
locais o apoiem). No passado, estas divisões já custaram ao PSD a perda da sua
única(?) junta de freguesia, Tinalhas, que passou a independente. Temos então em João
Belém um general sem exército, no momento mais crítico para o PS. Em São Vicente,
penso que ainda não há lista, embora venha a haver certamente, pela tradicional
implantação do PSD na freguesia.
(Texto alterado/atualizado a 29 de maio)
José Teodoro Prata