segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Na Partida

As Jornadas Europeias do Património, realizadas ontem na Partida, superaram as expetativas. O número de participantes oscilou entre 50 e um pouco mais de 100, nas diferentes atividades, o que foi ótimo.


Coube aos bombos da Partida a abertura das Jornadas.


Seguiu-se a sessão solene e a inauguração do monumento de homenagem 
aos 9 combatentes na 1.ª Guerra Mundial, da Partida, já na entrada da Ribeirinha.



Depois fomos guiados numa visita ao parque da Ribeirinha, onde a Associação O Pequeno Lugar preserva o património arqueológico e promove a conservação e o enriquecimento do património natural.


No final, regressámos ao largo da Associação Recreativa, recentemente intervencionado pela Câmara Municipal, tendo ganho um lindo palco onde a Banda Vicentina nos deliciou com um concerto diferente: músicas cantadas dos santos populares.



A Mariana e o Miguel, filho do António Andrade, apresentaram-nos o seu (primeiro) livro, feito a pensar em leituras de crianças partilhadas com os adultos. O livro é em si uma obra de arte, com ilustrações à mão pelo Miguel e a computador pela Mariana.

Fomos lanchar e quem quis ainda visitou a sede d´O Pequeno Lugar, onde o António tem expostas as suas obras de arte.

Uma tarde bem passada. A aposta valeu francamente a pena!
Aposta que a comunidade da Partida soube merecer.

José Teodoro Prata
Fotos minhas, do Joaquim Trindade e do José Manuel dos Santos

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

As Jornadas na Partida

 

Começa cedo, para quem na Vila tem pilates de manhã e/ou missa às 13:30h. Mas o programa é vasto, dura toda a tarde!

José Teodoro Prata

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Os passadiços ardem

 

É pelo menos a segunda vez que os famosos passadiços do Paiva ardem. Os que querem tornar o interior de Portugal numa Disneylândia têm dificuldades em perceber algumas coisas. É a fartura de dinheiro, dos nossos impostos.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

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José Teodoro Prata

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Os Sanvincentinos na Grande Guerra

 Manuel da Silva

Manuel da Silva nasceu na freguesia de S. Martinho, na cidade da Covilhã, no dia 23 de setembro de 1892. Era filho de António Augusto, natural de Nogueira do Cravo, e de Maria do Patrocínio Silva, de São Vicente da Beira.

Assentou praça no dia 2 de abril de 1912 e foi incorporado, em 14 de janeiro de 1913, no 1.º Batalhão de Sapadores Mineiros da Covilhã. Pronto da recruta em 9 de julho de 1913, foi licenciado no dia 21. De acordo com a sua folha de matrícula, sabia ler e escrever e tinha a ocupação de pedreiro.

Em maio de 1917 (já vivia em São Vicente da Beira), foi novamente mobilizado para fazer parte do CEP, e embarcou para França no dia 26 do mesmo mês, integrando a 4.ª Companhia do Regimento de Sapadores Mineiros. Tinha o posto de soldado sapador, com o n.º 457 e chapa de identificação n.º 55211.


Sobre o período em que permaneceu em França, o seu boletim individual refere o seguinte.

a)     Baixa à ambulância n.º 4, em 30 de junho de 1917; alta em 4 de julho,           apresentando-se nesse mesmo dia na sua unidade;

b)     Promovido a 1.º Cabo, pelo Comandante da Companhia, em 2 de                    novembro de 1917;

c)     Diligência para o Batalhão de Infantaria 13, em 17 de março de 1918,           permanecendo nesse batalhão até 2 de abril;  

d)     Baixa em 16 de junho de 1918; alta em 20 do mesmo mês;

e)     Foi abatido ao efetivo da sua companhia, em março de 1919, a fim de               ser repatriado;

f)       Regressou a Portugal a bordo do navio Menomminé e desembarcou              em Lisboa, no dia 3 de abril de 1919.


Condecorações: 

Medalha comemorativa da participação de Portugal na Grande Guerra com a inscrição: França 1917-1918.

Família:

Manuel da Silva casou com Maria Celeste Silva, no dia 9 de abril de 1920. Tiveram 3 filhos, um dos quais faleceu com apenas 6 anos de idade. Criaram:

1-     Maria do Rosário Silva, que casou com José Guardado Moreira, oficial do exército, e tiveram 3 filhos;

2-     Maria Manuela Silva (faleceu sem deixar descendência).



Manuel da Silva regressou da guerra com alguns problemas de saúde que o obrigaram a uma vida muito regrada, principalmente em termos da dieta alimentar, mas que não o impediram de se tornar num dos homens mais empreendedores e considerados de São Vicente, no seu tempo.

Para além de comerciante a retalho, com um dos melhores estabelecimentos de venda de mercearias, pão, retrosaria e drogaria, teve também uma pequena empresa de camionagem, com uma camioneta de transporte de passageiros e outra de mercadorias.

Paralelamente à actividade comercial, foi presidente da Junta de Freguesia entre 1942 e 1959, pertenceu à direção da Banda Filarmónica Vicentina e foi provedor da Santa Casa da Misericórdia durante vários mandatos.

Os tempos livres dedicava-os a conversar com os amigos e, sempre que podia, abalava para o campo, à caça, a sua grande paixão. 

Manuel da Silva faleceu em casa, em São Vicente da Beira, no dia 27 de dezembro de 1979. Tinha 87 anos de idade.

Maria Libânia Ferreira

Do livro: Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Fonte de Sto. António: em jeito de comentário

 


A publicação anterior é muito rica em termos de informação:

1. A data de inauguração foi 1948 e não 1947, como está neste painel de azulejos. Esta contradição é natural, pois o painel foi feito fora de São Vicente, mandado fazer para 1947, como data de inauguração previsível.

2. Nele constam todas as pessoas que pertenciam à elite local de São Vicente, da época (pelo menos aqueles que na altura desempenhavam cargos ou que eram da simpatia da organização da festa e do autor da notícia). E ainda o nome do antigo médico, anterior ao Dr. Alves, quase de certeza natural de Monforte da Beira, por um ex-voto existente na Igreja da Misericórdia e porque uma minha professora do Magistério Primário, Dona Josefina, falou-me do tempo da sua infância em que vivera com o pai em São Vicente e até me pediu uma broa das nossas, para matar saudades. Por essa altura, 1978, já não encontrei ninguém que fizesse broa caseira.

3. O meu avô João Prata consta desta notícia, porque integrava a equipa do Sr. Manuel da Silva na Junta de Freguesia, nesse ano e por mais de 20 anos. Por isso, é possível que o texto da Libânia sobre a eletrificação do Casal da Fraga tenha uma inprecisão, pois era natural que o presidente da Junta mandasse o seu secretário falar com o rancho que desejava atuar para o Presidente da Câmara e não o seu filho, António Prata, que também poderia estar no banquete, mas era bem menos provável (pode ser um lapso de memória da pessoa que informou, mas também pode estar certo).

4. A população de São Vicente recebeu as autoridades concelhias com todas as prerrogativas que constavam da cartilha propagandística do Estado Novo: Vivas a Salazar, primeiro, e depois ao Presidente da Republica e ao regime, mais ao Presidente da Câmara, que na altura não era eleito (era nomeado pelo Governo). E o envolvimento das crianças nesse culto da personalidade.

5. Infelizmente não esclarece se o chafariz era realmente novo ou o resultado de uma remodelação de um outro que ali existira (apenas refere a inauguração do novo Chafariz de Sto. António). Faz aqui falta um comentário do José Manuel dos Santos...

José Teodoro Prata
Fotos da Celeste Teodoro