Estive este fim de semana em Foz Côa, onde participei no colóquio "Muros-apiários. Um Património Comum no Sudoeste Europeu."
Aos estudos realizados no âmbito do projecto Muros Apiários da Península Ibérica. O Mel e os Ursos, da Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT), juntaram-se outros trabalhos de investigadores vindos no norte de Portugal e da Galiza.
Há tempos, associara-me ao projecto da AEAT, através da recolha de documentação escrita sobre a criação de abelhas e a produção e comércio de mel e cera, nesta nossa região entre a Gardunha e o Tejo, desde a fundação de Portugal até ao século XIX. Por isso também participei, contente como um alho, como dizia o meu pai.
O meu estudo faz larga referência à freguesia de São Vicente da Beira, pois aqui se produzia muito mel, sobretudo na zona do Tripeiro, onde, no ano de 1775, 9 dos 13 vizinhos tinham colmeias. Tencionava desafiar os investigadores da AEAT a deslocarmo-nos ao vale da ribeira do Tripeiro, para verificar se haveria muros-apiários, mas fui surpreendido com a inclusão do Tripeiro no mapa regional dos muros-apiários, pois os investigadores Francisco Henriques e Mário Chambino já tinham feito um primeiro levantamento.
As fotos que se seguem foram-me facultadas por eles, a quem agradeço. O muro representado foi registado com o nome de Muro-Apiário da Foz do Ribeiro do Lapão.
As pedras salientes no alto do muro, em forma de beirado, destinavam-se a dificultar a entrada dos ursos no interior. Nos locais em que está conservado, o muro tem cerca de 4 metros de altura!
É notório o estado de ruína em que se encontra este muro-apiário. Desconheço como estão os outros que foram encontrados. Depende de nós perder ou recuperar este nosso património.
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