Os irmãos José Duarte
Ribeiro e João Duarte Ribeiro requereram, em 1755, ao bispo da Guarda,
autorização para fazer, no seu Casal da Serra, uma capela devotada a São João Baptista.
A obra já estava concluída em 1760, fiscalizada pelo Padre João Antunes, também
casaleiro, mas capelão de São Tiago.
Em 1762, os castelhanos
invadiram Portugal, no contexto da Guerra dos Sete Anos. Em São Vicente da
Beira, destruíram parcialmente a povoação, incendiaram a câmara municipal, mataram
dois homens (um da Vila e outro do Sobral do Campo) e levaram consigo o Pe. João Antunes, talvez para evitarem ataques
na sua retaguarda. Sei que na Póvoa de Rio de Moinhos praticaram os mesmos atos
e levaram consigo oito homens, alguns dos mais importantes da vila.
Até aqui, tudo velho,
pois já divulguei estas informações neste blogue e em várias publicações
escritas. Mas hoje encontrei mais elementos.
Num assento de
casamento de 17 de julho de 1769, informa-se, no final, que «…os pais dos ditos contrahentes ambos
foram prisioneiors para Castella…».
Os pais chamavam-se Manoel Gomes Clamam(Manuel Gomes
Clamão) e Joze da Fonsequa(José da Fonseca), ambos naturais de São Vicente da Beira.
Sabemos que o Pe. João
Antunes não voltou e os prisioneiros da Póvoa também não. A mesma triste sorte
terão tido estes, pois já estávamos em 1769 e a paz com Castela fora assinada
logo em 1763.
Nota final: será que
este Manoel Gomes foi o nosso primeiro Calmão? Ou o clérigo se enganou ao
registar o apelido ou a alcunha era mesmo Clamão (de clamar, gritar) e o povo,
no seu falar, foi mudando para Calmão.
José Teodoro Prata
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