quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O livro dos enxidros

Após as sessões com os alunos do 1.º ciclo de Alcains, há oito dias, achei que devia prestar contas a quem nos pagou o livro. Por isso enviei, via e-mail, ao sr. presidente da Câmara, a mensagem que se segue:

Senhor presidente:
Na passada quinta-feira, concluímos as apresentações do livro "Dos Enxidros aos casais: histórias e gentes de São Vicente da Beira". Eventualmente, faremos mais uma sessão em São Vicente e a Dr.ª Adelaide Salvado pediu-me que fosse à USALBI falar sobre este projeto, mas não marcámos data.
Como coordenador do projeto, cabe-me fazer um primeiro balanço:
·  O livro foi apresentado em São Vicente (uma sessão para a população em geral e outra no Lar), Partida, Castelo Branco e escolas de São Vicente e Alcains (aqui em 5 sessões, para os alunos do 6.º ano que haviam ilustrado o livro e para todos os alunos do 1.º Ciclo). Totalizam 10 sessões em que o público aderiu entusiasticamente ao livro. 
·  As sessões no Lar de São Vicente, em Castelo Branco e na Partida contaram com a animação do coro do Rancho Folclórico Vicentino, que cantou canções inseridas em algumas histórias.
·  O sucesso deste projeto ultrapassou largamente as melhores expetativas dos autores e tal facto deve-se sobretudo à estreita relação entre as histórias do livro e as vivências das pessoas. Diria que o livro aborda o património cultural das populações.
·  O número de vendas terá já ultrapassado as duas centenas.


Eu e a Libânia, na biblioteca da escola do 1.º ciclo, em Alcains.

O senhor presidente da Câmara respondeu de imediato, 
agradecendo a gentileza deste gesto, 
dando-nos os parabéns pelo sucesso do livro, que acompanhara pelo vereador da cultura e pela comunicação social, 
e disponibilizando-se para nos apoiar em novos projetos.

José Teodoro Prata

3 comentários:

Anônimo disse...

O sucesso deve-se sobretudo à grande generosidade e disponibilidade do Zé Teodoro, da Libânia e do Zé Manel que tantas passadas deram para a sua divulgação.
Ora, a sua dedicação à causa merece um grande bem hajam.
Aqui vai o meu.
FB

Anônimo disse...

É verdade que as vendas do livro superaram as melhores expetativas, e os exemplares que a Câmara disponibilizou para o Lar estão quase esgotados. O sucesso, como diz o coordenador do projeto, deveu-se ao facto de muitas das histórias contadas serem histórias de vida das nossas gentes, que poderiam ter sido também as nossas, e refletirem muito daquilo que é a nossa cultura e as nossas memórias.
Mas nem tudo são rosas! Tenho ouvido também algumas críticas, principalmente de pessoas que dizem que as coisas que contamos não foram bem assim. A minha justificação é a de que não pretendemos fazer história com este livro, mas contar histórias, simplesmente… O resto poderá ter vindo por acréscimo (pelo menos comigo foi assim).
A crítica mais destrutiva chegou por correio anónimo, acompanhada por um exemplar do livro, ao Ernesto Hipólito. Diz assim:
«Faço a devolução do livro, que adquiri, ao primeiro nome indicado na lista dos autores.
Considero a “Obra” de infeliz, extemporânea, ultrapassada no tempo e não hodierna (deve ser gralha…)».

Em democracia todos temos direito a ter opinião, mesmo que não esteja de acordo com a da maioria… Eu continuo muito orgulhosa e grata por ter tido oportunidade de participar neste projeto!

M. L. Ferreira

José Teodoro Prata disse...

A nossa ida à escola do 1.º ciclo de Alcains foi diferente de tudo o que havíamos feito até então.
Aquelas crianças não se identificavam, à partida, com o património cultural subjacente às histórias que contávamos.
As histórias valeriam ou não por si.
Pela minha parte, contei a do "Zé Nicho"; a lengalenga do Zé não era e de quando me apareceu o Rei Mago (tantas tradições que vamos perdendo...); e a história do encontro do Zé Barroso com o Rabomole (não está no livro) e depois a sua adoção como Saltitão e o seu papel numa história de Natal.
A Libânia contou "O primeiro milagre de Santo António", "A dança das bruxas" e parte do texto da "A menina e o poeta".
E estas histórias mostraram a sua força. Permitiram belos diálogos com as crianças e no final 4 das 8 professoras pediram-nos para lhes vendermos livros (livros que nós nem tínhamos, teve de a Libânia lá voltar à tarde).