quarta-feira, 9 de novembro de 2016

De passagem

Morte

Todos os dias faço o meu trabalhinho
Ninguém leva nada, nem um bocadinho
É assim a vida de uma criatura
Do nascimento à morte há um intervalinho
Que devemos aproveitar com cuidadinho
Mal nos descuidamos, poem-nos numa sepultura

Saibamos aproveitar o tempo da nossa vida
Rentabilizando as horas da nossa lida
Deixemos nossa marca, um rasto de luz
Ajudando o semelhante mesmo desconhecido
Afastemos o mal, sarando alguém ferido
Desta maneira torna-se mais leve nossa cruz

A morte que nos mata, não leva mais ninguém
É sempre vencida, não a olhemos com desdém
Quando menos esperamos, ei-la à nossa frente
Ninguém saberá nunca quando virá ou vem
Cada um tem a sua, neste instante morre alguém
Para onde vou! Não sei. Deixo de estar presente

Todos um dia para a grande viagem partiremos
E nunca mais te verei, ou veremos
Deixo estas rimas, esta mensagem
Quem sabe num outro mundo não nos juntaremos
Para todo o sempre e com saúde nos amaremos
Morte… Saibamos esperá-la com coragem

Senhor quando chegar a minha hora
Perdoai este pobre pecador
Este Teu filho que Te ama e adora


Zé da Villa

Um comentário:

Anônimo disse...

Vivam!
O Zé da Villa reflete muito sobre a vida e a morte. A vida é, de facto, uma passagem! E a introspeção sobre estes fenómenos deveria preocupar-nos a todos, crentes ou não crentes. Sou daqueles que entende que, quer uns, quer outros, têm muitas vezes dúvidas sobre as suas posições de princípio. Veja-se S. Tomé. Veja-se a notícia desta ou daquela pessoas que passou por uma grande aflição e que, de repente, se tornou crente porque passou aquela afronta sem haver uma explicação aparente! O próprio Cristo do alto da cruz disse: "Meu Deus, por que me abandonaste?". Talvez a Sua natureza humana (que não a divina e Ele tinha as duas - é a nossa fé!) lhe trouxesse essa dúvida!
Mas, sobretudo no mundo de hoje, com o avanço tecnológico ou com a notícia, ao minuto, do mundo dos famosos e das novidades espetaculares, parece haver um grande número de pessoas que apenas pensa num certo bem estar imediato! Não digo que algumas dessas coisas não sejam importantes! É claro que são! Mas parece não se dar conta (e é isto que me espanta!) que, em poucos anos, tudo desaparecerá!...
Como diria o poeta: "A vida é ai que mal soa."
Abraços.
ZB