Relação de pessoas que trouxeram porcos
na adua, no mês de março, e da quantia que lhes pertence pagar por mês
Francisco da Conceição – 1 porco, 90 réis
Joana Mesquita – 1 porco, 90 réis
João Domingues Covinhas – 1 porco, 90 réis
Rita do Nicolau – 2 porcos, 120 réis (a 60 réis cada um)
Maria de Jesus Preta – 1 porco, 60 réis
Viúva de Manuel Duarte Durão – 1 porco, 60 réis
José Simão – 2 porcos (que morreram), 2 meses, 120 réis (cada porco a
30 réis)
Catarina Geraldes – 1 porco, 90 réis
António Simão – 1 porco, 90 réis
Maria Vitório – 1 porco, 60 réis
António Matias – 1 porco, 90 réis
Gregório Fernandes – 1 porco, 60 réis
José Ramalho – 1 porco, 60 réis
Mariana Canuto – 1 porco, 90 réis
Damião Alves – 1 porco, 60 réis
Francisco Miguel – 1 porco, 2 meses, 30 réis
Maria Ramalho – 1 porco, 90 réis
José Claro – 1 porco, 90 réis
Francisco de Oliveira – 1 porco, 30 réis
Luís Patrício – 2 porcos, 120 réis
Manuel Barroso – 1 porco, 30 réis
António Rodrigues – 1 porco, 60 réis
António da Costa – 1 porco, 90 réis
António Dias – 1 porco, 90 réis
António de Oliveira – 1 porco, 60 réis
Domingos de Oliveira – 2 porcos, 120 réis
Manuel Patrício – 1 porco, 90 réis
José Hipólito – 1 porco, 60 réis
Maria Inês – 1 porco, 30 réis
Manuel Bernardo – 1 porco, 90 réis
Berardo Leitão – 1 porco, 90 réis
António Lobo – 1 porco, 90 réis
Francisco Eustáquio – 1 porco, 60 réis
Ana Emília – 1 porco, 30 réis
António Marques – 1 porco, 90 réis
Joaquim da Silva – 1 porco, 90 réis
Manuel Calmão – 1 porco, 30 réis
João Fernandes – 1 porco, 30 réis
Ana Leda – 1 porco, 30 réis
Isabel Santinha – 2 porcos, 180 réis
Jacinto Nunes – 1 porco, 90 réis
António Claro – 1 porco, 30 réis
Josefa Leda – 1 porco, 90 réis
António Moreira – 1 porco, 90 réis
Agostinho Bernardo – 1 porco, 30 réis
Cândida Leitão – 1 porco, 30 réis
Joaquim Moreira – 1 porco, 90 réis
Joaquim Rocha – 1 porco, 90 réis
António Ramalho – 2 porcos, 2 meses, 120 réis
João Castanheira – 2 porcos, 180 réis
Joaquim Hipólito – 1 porco, 90 réis
Maria Balbina – 2 porcos, 180 réis
Manuel Pereira – 4 porcos, 2 meses, 240 réis
José Matias – 1 porco, 90 réis
Su.al Britos – 1 porco, 60 réis
Maria Mateus – 1 porco, 90 réis
João Fernandes do Gregório – 1 porco, 60 réis
Jacinta Tomásia – 1 porco, 30 réis
Mara da Ponte – 1 porco, 90 réis
José Bernardo – 1 porco, 60 réis
José Gomes – 1 porco, 60 réis
António Mateus – 2 porcos, 2 meses, 120 réis
João Leitão – 1 porco, 2 meses, 60 réis
José Ramalho – 1 porco, 2 meses, 60 réis
António Castanheira – 3 porcos, 90 réis, 270 réis
José Fernandes moleiro – 2 porcos, 2 meses, 120 réis
João Mesquita – 2 porcos, 2 meses, 120 réis
Antónia Candeias – 1 porco, 30 réis
António Cardoso – 1 porco, 2 meses, 30 réis
Batista dos Santos – 2 porcos, 120 réis
José da Silva - – 1 porco, 60 réis
Joaquim Ramos – 3 porcos, 2 meses, 90 réis
Ana Rita – 1 porco, 2 meses, 60 réis
Margarida Antónia – 1 porco, 30 réis
António Peres – 1 porco, 60 réis
Manuel Vitório – 1 porco, 2 meses, 60 réis
Leonor Maria – 1 porco, 2 meses, 60 réis
João Vitório – 1 porco, 2 meses, 60 réis
Pulquéria de Boa – 1 porco, 2 meses, 30 réis
João Nogueira – 1 porco, 2 meses, 30 réis
António Tomás – 3 porcos, 270 réis
Inácio Moreira – 1 porco, 60 réis
Maria Calmão – 1 porco, 90 réis
Ana Eustáquio (viúva) – 1 porco, 90 réis
Entregou Joaquina Henriques, por conta deste rol, no dia 30 de julho,
dois mil, trezentos e vinte réis(?) – 2$320(?)
Notas:
- Há várias
incoerências nesta listagem, sobretudo apontamentos colocados à margem que
temos dificuldade em interpretar, cerca de 150 anos depois (pelas pessoas
identificadas, situaria o documento no 3.º quartel do século XIX – 1850-1875).
- A adua era
a pastagem coletiva dos porcos, nos terrenos baldios (Devesa, Carquejais…). A
Câmara teve durante centenas de anos uma porqueira (quase todos os nomes que fui encontrando eram de mulheres, mas também houve homens) que diariamente saía com
todos os porcos dos vizinhos, pagando cada vizinho um tanto por mês. No ano
desta listagem seria Joaquina Henriques? É estranho ser a porqueira a cobrar o
pagamento, mas as mulheres não ocupavam cargos administrativos.
- Para
pagamento, parece ter havido 4 categorias de porcos, certamente consoante o
tamanho, pagando cada uma um valor diferente: 15, 30, 60 e 90 réis (alguns dados
da listagem são contraditórios).
- Além da
prática da adua, o interesse deste documento reside no nome dos chefes de
família de São Vicente, naquela época. Faltam cá os nomes que costumo publicar
noutras listagens, mas esses eram os mais ricos, com espaços para criar os seus
porcos, sem recorrer à vara coletiva.
- O documento não está datado, nem assinado, à semelhança de outros que ultimamente tenho publicado. É que ele está na posse de um particular (tenho uma cópia), fora do lugar onde seria analisado e inserido junto da documentação a que pertence - O Arquivo Distrital, neste caso de Castelo Branco.
- O documento não está datado, nem assinado, à semelhança de outros que ultimamente tenho publicado. É que ele está na posse de um particular (tenho uma cópia), fora do lugar onde seria analisado e inserido junto da documentação a que pertence - O Arquivo Distrital, neste caso de Castelo Branco.
José
Teodoro Prata
3 comentários:
Bem interessantes, estes documentos pelo que nos revelam da vida comunitária doutros tempos!
Tantas mulheres na listagem; eram todas viúvas?
Uma das questões que se me levantaram foi como é que a porqueira sabia de quem eram os porcos para os entregar ao fim do dia aos respetivos donos. Lembrei-me depois deste texto que podemos encontrar no livro “O Concelho de S. Vicente da Beira nos finais do Antigo Regime”, pagina 48, de José Teodoro Prata: “Quem visita, pela primeira vez, Castelo Branco repara num facto que lhe prende a atenção. Todas as manhãs, um, ou mais indivíduos, tocando campainhas, se bem me lembro, percorrem várias ruas e vão convocando, a fim de irem para a adúa ou pastagens, os porcos que se acham recolhidos em lojas ou curraes de onde saem grunhindo e correndo para se reunirem aos seus companheiros, e, depois de um longo passeio de uma légua ou mais passam o dia no campo aprazivelmente brincando, comendo, e dormindo. Finalmente, uma vida de porco que faz inveja. O que, porém, se torna curioso, é, ao regressarem, a entrada delles na cidade. O rebanho que é muito numeroso, vem caminhando pacificamente sob a direção do seu condutor, como um exército disciplinado, até que chega a um dado sítio. Dalli depois os porcos debandam grunhindo e roncando, numa verdadeira correria febril e vertiginosa, procurando cada um a casa do seu dono. É notável, nunca se enganam e bastam apenas três dias durante os quaes comam à porta de quem os adquiriu para, no regresso da adúa, procurarem, sem a menor hesitação, os respectivos curraes.»
M. L. Ferreira
As mulheres da listagem, como chefes de família, só poderiam ser viúvas ou solteiras, nunca casadas, pois os homens tinham ainda o monopólio do poder.
Seriam quase todas viúvas, mas não é de excluir a hipótese de haver uma ou outra solteira.
Quanto ao regresso à casa do dono, seria como se conta no comentário da Libânia. Os porcos são bastante inteligentes!
Apreciei.
JMT
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