quinta-feira, 12 de julho de 2018

Encontros (já) pouco prováveis

O macho e a carroça eram o meio de transporte e os auxiliares agrícolas mais comuns até há algumas dezenas de anos atrás. Hoje em dia já é com algum espanto que reagimos quando nos cruzamos com eles. É por isso que, diz o Ti Tomás, muita gente lhe quer tirar o retrato. 
Também eu, depois de ter hesitado muitas vezes quando me cruzava com ele à entrada de Tinalhas, perdi a vergonha, parei o carro e meti conversa.
Não lhe perguntei os anos, mas vê-se logo que há muito ultrapassou a idade da reforma. Apesar disso ainda se levanta todos os dias com o sol, aparelha o macho à carroça e vão os dois até à horta, ali perto, onde tem um bocadinho de tudo, cultivado como antigamente.


É isso que lhe dá vida, diz o Ti Tomás. Que seja por muitos anos, desejo-lhe eu!

M. L. Ferreira

Um comentário:

José Barroso disse...

Como diria um jornalista da nossa praça: "Isto, afinal, anda tudo ligado!". Quando vejo esta fotografia, lembro-me da agricultura de subsistência; e ligo-a a uma frase do FB quando, há dias, ironizava num comentário "...temos que continuar a crescer de preferência até ao infinito." Portanto, até a agricultura está quase toda estandardizada; e quem diz estandardização, diz produção em massa. E lá estamos nós a falar outra vez do "crescimento até ao infinito".
Ora (e era aqui que queria chegar), passamos a vida a ouvir falar de crescimento. O país tem de crescer economicamento, dizem os políticos. A última vez, foi hoje mesmo, quando nas notícias se disse que, segundo Bruxelas, Portugal crescerá em 2018 cerca de 2,2%. Outra coisa relacionada com esta é a competitividade. Pois também se diz que o país tem que ser competitivo. Bem, isto sempre me fez uma certa confusão. Porque, se aceitarmos que a competição, até certo ponto, pode ser saudável, ela deixará de o ser se a competição for levada ao extremo. Na medida em que o processo nunca terá fim. E, ao contrário do que dantes se pensava, os recursos do planeta são, afinal, escassos. E é aí que está o problema. Como se está a ver nos dias de hoje. Como tudo foi tão rápido! A evolução e o progresso devem ser medidos e devidamente avaliados, sob pena de colapso.
Muitos cidadãos já não confiam nos seus Governos que, em muitos casos, desprezam os problemas ambientais. Governos, que desses problemas nos deveriam, teoricamente, salvaguardar. Só não o fazendo porque seguem princípios egoístas ou outros ainda mais inconfessáveis. Por isso têm nascido ONG's por todo o mundo a tentar equilibrar as coisas...
Abraços.
JB