terça-feira, 28 de abril de 2020

Doçaria conventual

Era até hoje um enigma na nossa terra: qual seria a marca que as religiosas do Convento Franciscano deixaram na nossa culinária, mais particularmente na doçaria?
O José Miguel Teodoro encontrou um livro que faz luz sobre a nossa doçaria conventual e mandou-me as imagens que se seguem.
Agora é fazer, saborear e chorar por mais!!!




Outra preciosidade:

José Teodoro Prata
Documentos de José Miguel Teodoro

3 comentários:

José Barroso disse...

À custa dos bolos conventuais, há uma terra perto de Coimbra (Tentúgal), que é falada em todo o país! Conheci primeiro os pastéis do que a própria terra! E lembro-me que nos cafés do Fundão (trabalhei perto desta, hoje cidade, algum tempo), pedíamos "um Tentúgal" e não um "pastel de Tentúgal"; os pastéis levam o nome da própria terra (que também foi vila concelhia)! Em Tentúgal ainda está o convento onde as monjas fabricaram os primeiros pastéis (com a roda dos expostos). Afinal, também existe um bolo de S. Vicente (e outros doces) e nós não sabíamos! Mas ainda que essas iguarias fossem conhecidas, acho que não ia haver quem as promovesse! Modernamente, já que mais não seja para turista ver, os serviços oficiais têm pegado em certos produtos e têm-nos propagandeado. Um dos mais bem sucedidos é a cereja do Fundão. Eles vão numa excursão para Lisboa, para a Avenida da Liberdade, com o Presidente da Câmara à frente, a distribuir cerejas pela população... Poucas, não fossem os lisboetas alambazar-se! Só para encher o olho! E, depois, claro, pagar! É isso que traz divisas a quem investe e enriquece uma terra. Um extraordinário golpe publicitário! Muitos outros produtos serviram para fomentar as terras, por esse país fora. Nós, porém, estamos sempre muito quietinhos! Está-nos no sangue!
Salvam-nos os bolos das nossas mães: os bolos de leite (ou de mel), os esquecidos, as cavacas, os borrachos, o bolo de Páscoa, as filhoses, etc. Mas tudo muito domesticamente...!
Abraços, hã!
JB

M. L. Ferreira disse...

São uma preciosidade, estes livros da doçaria conventual, caracterizada pela nobreza dos ingredientes e o exagero dos adoçantes, principalmente o mel, como é o caso desta receita dos bolos de São Vicente (a confirmar a sua produção na nossa terra, desde há muito tempo), e o açúcar, após a descoberta da Madeira.
É estranho como é que esta se perdeu no tempo, tendo havido em São Vicente tão grandes doceiras de bolos finos (cavacas, biscoitos, pães leves, para além dos outros todos…) como não se encontram em mais nenhum lugar de Portugal. Infelizmente também estes se estão a perder porque as donas dos segredos e das mãos habilidosas já morreram quase todas.
Também nunca foram devidamente divulgadas fora de portas porque estas campanhas de “marketing”, como feiras, mostras, provas, etc. são coisas relativamente recentes, facilitadas também pela melhoria dos transportes e o aumento da procura. Atualmente, em vários mercados de Lisboa ou outras cidades do país, encontramos produtos do Algarve ou de Trás-os-Montes. Não sei se serão os melhores da cada região, porque nunca lá provei filhós ou bolos da Páscoa como os da nossa terra.
Não sou grande cozinheira, mas um dia destes vou experimentar esta receita, que não parece muito complicada. Depois dou notícias, espero que para fazer crescer água na boca…

Anônimo disse...

Ó Libânia pede ajuda ao Zé (pasteleiro) Moreira. Tem boas ferramentas e bom forno, para além do talento. Acho que com uma parceria tal; só poderá ficar divinal.
depois mandem-nos uma fatia, mesmo que seja virtual.
poderemos apreciar a coisa, sem que ela nos faça mal.

Saudades do Confinado.
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