quinta-feira, 2 de julho de 2020

Vicentinos ilustres

D. Álvaro da Costa

Em 2012, participámos nas Jornadas Europeias do Património. O tema era O FUTURO DA MEMÓRIA. Entre outras iniciativas, deram-se a conhecer os vicentinos mais insignes (se é que há uns mais que outros). Essa foi a parte que me coube, a pedido da Junta de Freguesia, de que resultou um conjunto de placares, cada um com uma personalidade. A exposição foi apresentada na casa Hipólito Raposo, à Fonte Velha.
Os materiais perderam-se, mas tenho-os em PDF, assim como os documentos necessários para compor cada placar. 
Vou dá-los a conhecer a partir de hoje, seguindo a ordem alfabética.

Pintura representando o casamento do rei D-Manuel. D. Álvaro da Costa será a personagem à direita do rei, de barbas brancas, com a cruz da Ordem de Cristo ao peito.

VIDA E OBRA
- Nasceu em São Vicente da Beira, cerca de 1470.
- Era filho de Martim Rodrigues de Lemos e de Isabel Gonçalves da Costa, herdeira da fazenda vinculada do Ninho do Açor. Martim de Lemos foi comendador de São Vicente da Beira na Ordem de Avis. O casal tinha casas na vila.
- Álvaro da Costa tornou-se escudeiro-fidalgo da Casa Real, por influência de D. Jorge da Costa, o cardeal de Alpedrinha, seu familiar. Foi guarda-roupa e camareiro-mor de D. Manuel I e depois armeiro-mor do Reino e conselheiro de Estado. Recebeu do rei o título de Dom.
- Casou com D. Beatriz de Paiva e tiveram 5 filhos: D. Gil Eanes da Costa (vedor da Fazenda e membro do Conselho de Estado de D. Sebastião), D. Duarte da Costa (armeiro-mor do Reino e 2.º Governador Geral do Brasil)…
- Foi embaixador de D. Manuel I a Espanha e a Roma.
- Deteve a comenda de São Vicente da Beira na Ordem de Cristo, organização de que era membro.
- Desempenhou o cargo de vedor da Casa da rainha D. Leonor.
- Foi o 1.º provedor da Misericórdia de Lisboa.
- D. Álvaro da Costa foi sepultado no Convento de Nossa Senhora do Paraíso, em Évora, num túmulo do escultor renascentista Nicolau de Chanterene.

 Uma das nossas jóias do estilo artístico chamado manuelino: pia de água benta da capela da Senhora da Orada.
Como comendador da comenda de São Vicente da Beira da Ordem de Cristo, este Grande do Reino era o dirigente máximo da empresa (a comenda) que geria os bens religiosos no concelho de São Vicente da Beira. Esta pia e outras obras de arte da nossa terra terão sido adquiridas por D. Álvaro da Costa. O futuro museu de arte sacra dar-nos-à a conhecer outras preciosidades com que o comendador proviu as nossas igrejas e capelas.

Brasão dos Costa

Carta de D. Álvaro da Costa ao rei D. Manuel.

Túmulo de D. Álvaro da Costa, no Museu de Évora, proveniente da capela mor do convento dominicano do Paraíso, Évora, demolido em 1899.

José Teodoro Prata

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