segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Os Sanvincentinos na Grande Guerra

 João Diogo

João Diogo nasceu em São Vicente da Beira, no dia 4 de janeiro de 1895. Era filho de Francisco Diogo, taberneiro, e Maria da Piedade, moradores na rua de São Francisco.

De acordo com a sua Folha de matrícula (não foi localizado o seu boletim individual do CEP), tinha a profissão de jornaleiro e era analfabeto, quando assentou praça no dia 12 de maio de 1916. Foi incorporado no 2.º Batalhão do Regimento de Infantaria 21 e, pronto da instrução da recruta, em 29 de agosto de 1916, passou ao 1.º Batalhão, em 11 de outubro.

Fazendo parte do CEP, embarcou para França, no dia 20 de janeiro de 1917, com o posto de soldado, com o n.º 502. Embora as datas de embarque não coincidam exatamente, é provável que no mesmo barco tenha seguido também o seu irmão Luís Diogo, 2 anos mais velho que ele.

João Diogo regressou a Portugal, em 17 de junho de 1919, vindo a domiciliar-se em São Vicente da Beira. Por imposição do serviço, passou ao 2.º Batalhão, em 10 de janeiro de 1920, e ao Batalhão n.º 5 da G.N.R., em março do mesmo ano, como soldado de 2.ª classe.

Licenciado em março de 1921, domiciliou-se na freguesia de Santa Isabel, em Lisboa. Passou à reserva territorial em 31 de agosto de 1936.

Da sua folha de matrícula constam várias punições, sendo a mais grave de quinze dias de prisão correcional em dezembro de 1920, já depois de ter regressado de França, porque «…tendo contraído uma dívida de 13$54 a um civil, e tendo dela conhecimento o Sr. Comandante da companhia, este ordenou ao 2º Sargento que pela mesma responde, para que aquela importância lhe fosse descontada no pré, com o que o referido soldado não concordou, tendo-se dirigido com modos não respeitosos, não só ao Sargento como também ao Comandante da companhia…».

Condecorações:

  • Medalha Militar de cobre com a legenda: França 1917-1918;
  • Medalha da Vitória.

Não foram encontrados mais dados quanto à vida de João Diogo após a sua passagem à reserva, mas, de acordo com as informações que constam na sua folha de matrícula, é possível que tenha continuado a vida militar, provavelmente na G.N.R., e lá tenha feito carreira pelo menos durante algum tempo. Foi considerado ausente, sem domicílio conhecido, a partir de junho de 1936.

Não foi possível saber se deixou descendência, nem a data e local da sua morte.

Maria Libânia Ferreira

Publicado no livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"

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