Foi bonito! Igreja cheia, sinónimo de que merecemos espetáculos como este. Do que consegui perceber (estava na metade inferior da igreja), as canções eram melodias clássicas conceituadas (algumas celestiais) e não simples arranjos de algumas canções (o que não significa que não sejam bons, mas apenas que não estamos habituados a assistir ao vivo àquilo a que normalmente temos acesso apenas pela televisão ou via net).
Obrigado à Filipa, filha do Inácio Pereira, pelo seu trabalho como tradutora.
Após o concerto, foi assinado um protocolo entre a Câmara Municipal e a Paróquia, para a recuperação dos altares (franciscanos) da capela da Senhora da Orada. Finalmente!
Aproveitou-se a presença do presidente da Câmara Municipal para lhe pedir ajuda para a recuperação do telhado e teto da Igreja da Misericórdia, que estão em ruína. Após a assinatura de um protocolo que envolve muitos milhares de euros, o momento poderá não parecer oportuno para fazer este pedido, mas a ruína é iminente.
A Santa Casa fez recentemente melhorias no valor de alguns milhares de euros, a fim de adequar o templo ao serviço religioso, mas o valor necessário para recuperar toda a cobertura e a arte do teto está muito para lá das suas possibilidades. Por outro lado, nesta semana que passou, a parede da parte do altar-mor separou-se da parede do corpo da igreja, abrindo-se uma fresta de alto a baixo, no lado do adro.
Tal como as obras recentes na casa Hipólito Raposo, este é outro caso de negligência, pois o telhado é novo, embora tenha começado logo a meter água: data do período em que o Pedro Matias esteve como Presidente da Junta, perto de 1990, ainda com o Pe. Branco (mas a obra foi um projeto da Câmara). Em pouco mais de 30 anos, conseguimos fazer perigar um edifício com meio milénio!!!
José Teodoro Prata
4 comentários:
Foi, de facto, um final de tarde dos mais lindos a que muitos assistimos, na nossa terra, nos últimos anos: pela riqueza do reportório; pelas vozes celestiais dos cantores; pelo público que encheu a igreja como já não acontecia há muito; pela notícia de que, finalmente, os altares da Senhora da Orada vão ser restaurados.
Que pena que, num momento quase perfeito, muitos tenhamos sentido no ambiente alguns dos problemas que mais podem prejudicar uma comunidade: a falta de união e rivalidades entre pessoas e instituições.
Foi, de facto, um espetáculo inusual na nossa terra, a atuação do Coro da Catedral de uma cidade com a dimensão (500 mil habitantes, como foi referido) e o prestígio de Manchester, no Reino Unido. Castelo Branco tem cerca 52 mil (como penso que foi dito). Dez vezes menos! Este foi o único evento deste tipo, com este nível, no já longo período de 850 anos da história de S. Vicente da Beira (1173 - 2023) (omo também foi referido).
O que mais me impressionou foi a força vocal deste coro! Não sei o tamanho médio destes coros; mas penso que, se comparado com os coros das ópera, é mais pequeno. E, na óperas, o coro é acompanhado por uma grande orquestra, enquanto este foi apenas acompanhado por um piano. E nem em todas as músicas. Certo é que este Coro provoca nos ouvintes um extraordinário arrebatamento, pela grande qualidade das vozes, pela beleza das peças e pelo rigor dos intérpretes (fruto do trabalho do maestro).
Não consegui ouvir muito bem todas as informações, mas o repertório é muito variado e parece que percorre algumas décadas e até séculos.
Grandioso!
Abraços, hã!
J. Barroso
Acabei por não me pronunciar sobre as melhorias na Igreja da Misericórdia. Mas, antes, até posso dizer, que no que respeita a financiamentos, nada é como dantes. Antigamente, a principal fonte de liquidez da Misericórdia, eram as quotas dos Irmãos. Ora, isso, hoje, é simbólico. Até
o total dos 0,5% de donativos do IRS supera esse valor, como, aliás, já aqui escrevi noutra ocasião.
Sucede que em 2021 a Misericórdia ainda tentou candidatar-se ao Portugal 20 -20 da UE. Estava o prazo a acabar, mas como eu era um dos três encarregados do assunto, decidi meter no processo um indivíduo de Santarém especialista na matéria. Só que já tinha percebido que aquele programa da UE privilegiava as obras nas instituições já classificadas pela ONU. Por isso, as verbas estavam destinadas à Universidade Coimbra (2,9 milhões €) e ao Convento de Tomar (1,9 milhões). Para Castelo Branco / Guarda e Viseu / Lafões, havia 500 mil para cada. Outra bebedeira: depois das obras a realizar, exigia-se a criação de, pelo menos, 1 posto de trabalho (tipo um guia de museu), o que, diga-se, não era viável e ainda outras prerrogativas. Perante isto, o Bispo da Guarda foi de opinião que se desistisse da candidatura. Na altura (dizia o Bispo), havia outra hipótese de nos candidatarmos aos "Fundos Rainha D. Leonor" logo em setembro desse ano. Falámos com os técnicos de restauração de imagens e especialistas nessas candidaturas (almoços na Mila e no Tortosendo, pagos do nosso bolso, está claro!). O que é certo é que não foi em setembro, nem em janeiro seguinte (como foi falado), nem nunca mais! Por que é que eu estava mesmo a adivinhar que isto seria assim? É porque é o habitual.
Tanto que agora já se viraram outra vez para a Câmara!
A Igreja da Misericórdia foi mal construída. A estrutura do telhado, pelo menos nas duas empenas (os topos) assenta em paredes recuadas relativamente à linha externa. E, na lateral, junto ao edifício da Câmara, penso que também não está famoso. É por causa disso que entra água, apesar de o telhado ser novo, o que já deteriorou o teto de madeira. É para essa intervenção que é necessário uma verba e é preciso que o trabalho seja bem feito.
Abraços, hã!
J. Barroso
Parece que o Museu Francisco Tavares Proença Júnior tem igualmente infiltrações nas parede, devido ao mesmo erro de colocação do telhado: assenta na parte interior da parede em vez de assentar na parte exterior. As obras realizaram-se exatamente para resolver o problema da infiltração de água nas paredes e, apesar do responsável político ter dado orientações precisas sobre como resolver o problema, os serviços técnicos da Câmara e o empreiteiro fizeram tudo errado (o político não continuou no último mandato do Luís Correia) e o problema subsiste. Estive na semana passada no Museu da Memória da Presença Judaica e também escorre imensa água por uma parede...
Outro problema do telhado da nossa Misericórdia é o peso das telhas, o que as leva a escorregar e abrir frestas entre elas, por onde entra a água. Já vi um edifício histórico também remodelado com a mesma telha (não me recordo onde), mas aí prenderam cada telha à estrutura do telhado com arame.
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