sexta-feira, 16 de junho de 2023

Boletim Climático de Portugal Continental, Maio

 O mês de maio de 2023 foi o 2º mais quente a nível Global e o 8º mais quente desde 1931 em Portugal Continental, conheça as principais conclusões do boletim climatológico de maio.

A nível global, maio foi o 2º mais quente de sempre (mais quente em 2020). A temperatura média global em maio foi 0.40 °C superior ao valor médio 1991-2020 (Fig. 1). Na Europa a o valor médio da temperatura média do ar foi muito próximo do valor médio 1991-2020 (-0.01 °C). Verificaram-se condições um pouco mais quentes do que a média nas zonas mais a oeste do continente e um pouco mais frio que o normal nas partes central e leste. Verificaram-se valores muito acima do normal apenas no extremo nordeste do continente. Em relação à precipitação na Europa, verificaram-se condições mais húmidas do que a média na maior parte do sul da Europa e no oeste da Islândia; fortes precipitações levaram a inundações na Itália e nos Balcãs Ocidental. Por outro lado, verificaram-se condições mais secas que a média na maior parte da Península Ibérica, na Dinamarca, nos países Bálticos, no sul da Escandinávia e em grande parte do oeste da Rússia.

Em Portugal continental o mês de maio de 2023 classificou-se como muito quente em relação à temperatura do ar e muito seco em relação à precipitação (Fig. 2). Foi o 8º maio mais quente desde 1931 (mais alto em 2022, 19.2 °C); valor médio da temperatura média do ar, 18.19 °C, +2.47 °C em relação ao valor normal 1971-2000. De referir que dos 10 meses de maio mais quentes, 7 ocorreram depois de 2000.

O valor médio da temperatura máxima foi o 10º mais alto desde 1931 com um valor médio de 24.55 °C, 3.60 °C acima do valor normal e o valor médio da temperatura mínima foi o 7º mais alto desde 2000 com um valor médio de 11.84 °C, 1.34 °C superior ao valor normal. Durante o mês destacam-se os valores diários da temperatura máxima do ar, quase sempre acima do valor médio mensal, sendo de realçar os primeiros 3 dias com desvios superiores a 5 °C; na temperatura mínima de referir os valores sempre superiores à média a partir de dia 23.

Em relação à precipitação, registou-se um total 34.8 mm que corresponde a 49 % do valor normal, valores inferiores aos deste mês ocorreram em 25 % dos anos, desde 1931. Durante o mês destaca-se o período de 26 a 31 de maio com ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes, de granizo e acompanhados de trovoada, em especial na região interior Norte e Centro.

De acordo com o índice de seca PDSI, no final de maio 35 % do território encontrava-se em seca severa e extrema (26 % e 9 % respetivamente) afetando especialmente as zonas do vale do Tejo, do Alentejo e do Algarve; de realçar também o aumento da classe de seca moderada na região Norte e Centro.

Ler mais em: https://www.ipma.pt/pt/media/noticias/documentos/2023/Boletim_clima_IPMA_Mai2023.pdf


O dramático é o vermelho nos oceanos e o vermelho forte junto aos polos. As águas dos oceanos estão a aquecer dramaticamente e nos polos os gelos derretem a um ritmo cada vez mais acelerado.


José Teodoro Prata

2 comentários:

José Teodoro Prata disse...

Há dias, na costa atlântica dos Estados Unidos da América, uma extensáo de costa de algumas dezenas de quilómetros apareceu coberta de peixes mortos, eram centenas de milhares e quanto mais se recolhiam, mais as ondas traziam.
Esta tragédia terá sido causada pela falta de oxigénio na água: água à temperatura acima do normal, mar calmo, sem grande ondulação, e céu nublado durante vários dias impediram a normal fotossíntese da água, de que resultou a consequente descida do nível de oxigénio e a morte dos peixes.
Sabiam que as águas do mar, tal como as florestas, também limpam a atmosfera, aborvendo o CO2 e libertando oxigénio? Aprendi há uns tempos. A Natureza é uma máquina maravilhosa!

M. L. Ferreira disse...

Apesar de ser assim maravilhosa, precisa da ajuda humana para funcionar adequadamente. É o que lhe está a faltar desde há algum tempo, quando percebemos os problemas, mas não alterámos os estilos de vida que levaram à situação catastrófica que estamos a atingir.
E o mais dramático é que não são apenas os peixes e outras espécies animais e vegetais que estão a morrer: quantos seres humanos têm dado à costa ou estão enterrados no fundo do mar por estarem a fugir de países onde já não conseguem sobreviver?