Na viagem que fiz, em julho, ao concelho do Sabugal, deparei-me com esta pedra de atafona, na povoação de Aldeia da Ponte. É utilizada como adorno, à porta de casa.
É de pequenas dimensões (cerca de 50/60 centímetros de diâmetro, incluindo o rebordo), embora na foto pareça maior.
Uma atafona era um moinho manual, a sangue, isto é, movido à força de braços ou por animais. Eram utilizados nas zonas mais afastadas dos cursos de água, cuja corrente permitia a moagem a partir da força da água. Foram abundantes até surgir a moagem industrial. Algumas casas com mais posses tinham um para suprir as suas necessidades de farinha. No século XVIII, havia vários em Tinalhas, que moíam para a população.
Esta seria a pedra inferior, pois tem um corte no rebordo (em cima, o corte da esquerda é o rebordo partido) para sair a farinha. Esta pedra inferior estava fixa. A pedra de cima estaria presa à de baixo pelo eixo que existiria no buraco do centro. Na pedra de cima, talvez ligado a este eixo ou independente, haveria um pau para fazer rodar a pedra, manualmente.
Na área do nosso antigo concelho, ao engenho para moer azeitona, utilizando a força animal, chamava-se zangarra.
Segundo a Wikipédia, «Atafona, do árabe at-tahunâ, «moinho», é um tipo de mecanismo manual ou movido por força animal[1] destinado a transformar o andamento do animal em movimento rotativo para mover moinhos, engenhos de açúcar, engenhos de ralar mandioca, engenhos de pastel, bombas para elevação de água, teares e outros equipamentos. Para além de seres humanos, foram utilizados para mover atafonas, entre outros animais, cavalos, burros, camelos, bovinos, carneiros e cães.»
José Teodoro Prata