Basílio
Leitão
Assentou
praça em Castelo Branco, no dia 9 de julho de 1913, e foi incorporado no
Regimento de Artilharia de Montanha em 13 de janeiro de 1914. Segundo a sua
folha de matrícula, era analfabeto e tinha a profissão de jornaleiro. Foi
vacinado.
Foi
destacado para Angola, e embarcou no dia 11 de setembro de 1914, integrado na
1.ª Expedição que seguiu para aquela província ultramarina. Tinha o posto de
soldado atirador de 3.ª classe. Desembarcou no porto de Moçâmedes, a 1 de
outubro, seguindo depois para sul, a fim de reforçar a força militar que já se
encontrava na fronteira daquele território, ameaçado pelas tentativas de
ocupação alemã, a partir da Namíbia.
Participou
na ação do dia 18 de dezembro de 1914 contra os alemães, fazendo parte das
tropas que ocuparam o vau de Caluéque. Regressou à metrópole, em 11 de agosto
de 1915, e foi licenciado em 12 de dezembro.
Apresentou-se
novamente em 16 de fevereiro de 1917, por ter sido convocado para serviço
extraordinário. Foi destacado para Moçambique, e embarcou a 2 de julho (nesta
altura já era casado) no contingente de reforço à 3ª expedição enviada para
aquela província ultramarina. Regressou no dia 24 de outubro de 1918.
Condecorações:
· Medalha
comemorativa da campanha do exército português com a legenda: Angola 1914;
· Medalha
comemorativa das campanhas em Moçambique;
· Medalha
da Vitória.
· Por o seu
regimento ter sido condecorado com a Cruz de Guerra de 1.ª classe, ficou ao
abrigo do art.º 43 do regulamento das Ordens Militares Portuguesas de 1919.
Família:
Basílio
Leitão casou com Maria Inês, natural do Louriçal do Campo, no dia 21 de Outubro
de 1915, após ter regressado de Angola, e tiveram nove (?) filhos: Tomás,
António, José (faleceu com 14 anos), Maria Ascensão, João, Joaquim, Manuel,
Maria do Céu e Francisco.
«O meu pai vinha muito doente, quando voltou
da guerra, e por isso teve sempre muitas dificuldades em arranjar trabalho
certo. O único ofício que teve foi o de sapateiro de tamancos, mas o que
ganhava mal lhe dava para os gastos dele. O que nos valia era a minha mãe, que
se fartava de trabalhar nos terços e por onde o apanhava, para arranjar
qualquer coisa para matar a fome a tanto filho. E nós, mal podíamos,
começávamos também logo a trabalhar: os mais novos a guardar as cabras de um
rebanho que tínhamos a meias com outros vizinhos; depois, no campo, como
jornaleiros, nos quintos e na azeitona. Foi uma vida muito difícil, a nossa!»
(Testemunho do filho Manuel Leitão)
Basílio
Leitão faleceu no dia 7 de Outubro de 1963. Tinha 70 anos de idade.
Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"