Esta
fotografia foi tirada há dois anos, mais ou menos por esta altura.
Apesar dos eucaliptos,
era um lugar lindíssimo: pelas cores, pelos cheiros, pelo silêncio ou o canto
dos pássaros e do vento, pelos encontros inesperados com toda a espécies de
animais.
Esta
tem mais ou menos um mês
(felizmente que as chuvas das últimas semanas
repuseram a água).
Depois
dos fogos, que queimaram quase tudo, vieram as máquinas e cortaram o que restou
de arvoredo à volta de São Vicente.
E
com as árvores terão ido outras espécies da vegetação que, por esta altura,
embelezava a Gardunha.
Terão ido também os coelhos, as raposas, os esquilos, as
perdizes e muitas outras espécies animais que começavam abundar por aqui, e agora,
provavelmente, tardarão a reaparecer. E os míscaros? E as pinhas? E o oxigénio?
Qualquer
dia nem teremos com que acender o lume, quanto mais biomassa para alimentar as
fábricas que começaram agora construir. Tarde, como quase sempre…
M.
L. Ferreira