Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
segunda-feira, 20 de dezembro de 2021
A Loja do Cidadão que não temos
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
Boletim climatológico de novembro de 2021 (IPMA)
O mês de novembro de 2021 foi o 5º mais quente a nível Global (mais quentes 2020, 2015, 2016 e 2019).
Na Europa o valor médio da
temperatura média do ar foi superior 1.1° C ao valor normal (1981-2010), no
entanto houve diferenças regionais significativas (Fig. 1). Assim por um lado,
o mês foi mais quente do que a média na parte leste e sudeste, e numa zona que
se estendia para oeste até a Irlanda. Por outo lado na Península Ibérica, na
França e nas partes mais setentrionais do continente o mês foi mais frio do que
a média.
Em relação à precipitação na Europa em novembro,
verificaram-se condições mais húmidas do que a média em partes do norte e
nordeste da Europa, bem como nas regiões do Mediterrâneo, onde ocorreram várias
inundações. No restante continente ocorreram condições mais secas do que a
média, nomeadamente na parte oeste e sudeste.
Em Portugal continental o mês de
novembro de 2021, classificou-se como muito frio e muito seco (Fig. 2).
O valor médio da temperatura média do ar, 11.17 °C,
foi o 4º mais baixo desde 2000 com uma anomalia de - 1.20 °C em relação ao
valor normal 1971-2000.
O valor médio de temperatura mínima do ar, 5.78 °C,
foi muito inferior ao valor normal, - 2.13 °C, sendo o 11º mais baixo desde
1931 e o 4º mais baixo desde 2000. O valor médio de temperatura máxima do ar,
16.56 °C, foi 0.27 °C inferior ao valor normal.
Durante o mês verificou-se alguma variabilidade dos
valores de temperatura média do ar. No entanto destacam-se os valores diários
de temperatura mínima diária do ar quase sempre inferiores ao valor médio
mensal.
Novembro de 2021 foi o 3º mais seco dos últimos 90 anos (mais seco em 1981, 0.9
mm). O valor médio da quantidade de precipitação em novembro, 18.9 mm, foi
muito inferior ao valor normal 1971-2000, correspondendo a apenas 17 %.
Durante o mês apenas se verificou precipitação mais
significativa nos dias 1 a 3 e 20 a 21. De realçar neste último período a
região do Algarve com ocorrência de aguaceiros localmente fortes, acompanhados
de trovoada, queda de granizo e o vento forte.
No final do mês de novembro 92 % do território estava
em situação de seca meteorológica. Verificou-se um aumento significativo da
área em seca meteorológica em todo o território. Destaca-se o aumento da
intensidade da seca na região Sul, com alguns locais dos distritos de Setúbal,
Beja e Faro na classe de seca severa.
Aqui está uma das consequências deste novembro frio: os meus diospireiros continuam carregados, sem dar mostras de amadurecerem, mesmo levando os frutos para o calor da casa.
José Teodoro Prata
segunda-feira, 13 de dezembro de 2021
Fazer, oferecer e conviver
Não faltaram voluntárias para ajudar a fazer as filhós.
Umas a amassar,
Outras a estenderem e a fritar.
Ao fim havia filhós com fartura para toda a gente.
Durante a tarde deste domingo os moradores da Vila não pararam de entrar e sair do salão da Casa do Povo para receber o seu saquinho, cada um com meia dúzia de filhós. Alguns aproveitavam para conversar…
E se estão boas, as filhós! Parabéns às doceiras e à Junta de Freguesia por esta antecipação dos sabores do nosso Natal!
Nota: as filhós distribuídas na Partida e nos Pereiros foram feitas pelas mulheres da Partida que, nestas coisas, estão sempre prontas a colaborar.
M. L. Ferreira
As fotografias são da Ana Jerónimo
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
segunda-feira, 6 de dezembro de 2021
Os Sanvincentinos na Grande Guerra
João Diogo
João
Diogo nasceu em São Vicente da Beira, no dia 4 de janeiro de 1895. Era filho de
Francisco Diogo, taberneiro, e Maria da Piedade, moradores na rua de São
Francisco.
De
acordo com a sua Folha de matrícula (não foi localizado o seu boletim
individual do CEP), tinha a profissão de jornaleiro e era analfabeto, quando
assentou praça no dia 12 de maio de 1916. Foi incorporado no 2.º Batalhão do
Regimento de Infantaria 21 e, pronto da instrução da recruta, em 29 de agosto
de 1916, passou ao 1.º Batalhão, em 11 de outubro.
Fazendo
parte do CEP, embarcou para França, no dia 20 de janeiro de 1917, com o posto
de soldado, com o n.º 502. Embora as datas de embarque não coincidam
exatamente, é provável que no mesmo barco tenha seguido também o seu irmão Luís
Diogo, 2 anos mais velho que ele.
João
Diogo regressou a Portugal, em 17 de junho de 1919, vindo a domiciliar-se em
São Vicente da Beira. Por imposição do serviço, passou ao 2.º Batalhão, em 10
de janeiro de 1920, e ao Batalhão n.º 5 da G.N.R., em março do mesmo ano, como
soldado de 2.ª classe.
Licenciado
em março de 1921, domiciliou-se na freguesia de Santa Isabel, em Lisboa. Passou
à reserva territorial em 31 de agosto de 1936.
Da
sua folha de matrícula constam várias punições, sendo a mais grave de quinze
dias de prisão correcional em dezembro de 1920, já depois de ter regressado de
França, porque «…tendo contraído uma
dívida de 13$54 a um civil, e tendo dela conhecimento o Sr. Comandante da
companhia, este ordenou ao 2º Sargento que pela mesma responde, para que aquela
importância lhe fosse descontada no pré, com o que o referido soldado não
concordou, tendo-se dirigido com modos não respeitosos, não só ao Sargento como
também ao Comandante da companhia…».
Condecorações:
- Medalha Militar de cobre com a
legenda: França 1917-1918;
- Medalha da Vitória.
Não
foram encontrados mais dados quanto à vida de João Diogo após a sua passagem à
reserva, mas, de acordo com as informações que constam na sua folha de matrícula,
é possível que tenha continuado a vida militar, provavelmente na G.N.R., e lá
tenha feito carreira pelo menos durante algum tempo. Foi considerado ausente,
sem domicílio conhecido, a partir de junho de 1936.
Não
foi possível saber se deixou descendência, nem a data e local da sua morte.
Maria Libânia Ferreira
Publicado no livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
Na encruzilhada
Já aqui escrevi que o problema das candidaturas independentes às eleições autárquicas é deixarem órfãos os seus eleitos, caso não vençam. Não sei se isto vai acontecer aos eleitos do Sempre e do MDT (que serviu de barriga de aluguer ao movimento criado pelo Rui Amaro Alves), mas o que me está a preocupar é a oposição obstinada dos líderes do Sempre a tudo o que a maioria socialista faz na Câmara.
E preocupa-me, porque todos
sabemos que os melhoramentos mais significativos que se fazem nas freguesias
são pagos diretamente pelas câmaras ou indiretamente através de projetos
elaborados por elas, em estreita articulação com as juntas de freguesia.
Ora as notícias veiculadas pela
comunicação social da última reunião da Câmara de Castelo Branco são para nós
vicentinos inquietantes, pois mostram que a postura negativa do Sempre veio
para ficar.
O ex-presidente da Câmara, Luís
Correia, questionou o atual presidente da Câmara com questões técnicas sobre a
possível construção da barragem do Alvito, sabendo que ele não poderia ter
respostas às suas perguntas, pelo tempo insuficiente que tem como presidente e sobretudo
porque a barragem, a ser construída, será da responsabilidade do poder central.
Esta postura é mais uma tentativa saloia de insinuar a incompetência do atual
presidente da Câmara, a mesma atitude arrogante que um alto responsável do seu movimento
já tivera no período pré-eleitoral.
O problema levantado pelo vereador
do Sempre Jorge Pio é para nós muito preocupante e é já consequência da postura
do seu líder que atrás revelei. Os agrupamentos de escola têm como órgão máximo
o Conselho de Escola, onde têm assento membros da comunidade, alguns deles
representantes da autarquia. Sei que o João Benevides Prata foi durante anos um
dos representantes da Câmara, pela sua qualidade de presidente da junta de uma
das freguesias onde se situa uma das principais escolas do agrupamento.
Desconheço se o Vítor Louro desempenhou o mesmo cargo. O Jorge Pio denunciou do
facto do nosso presidente da junta, João Filipe Goulão, eleito pelo Sempre, não
ter sido aceite pela maioria socialista para membro do Conselho de Escola do Agrupamento
de Alcains e São Vicente.
Isto é muito preocupante, pois
não teremos quem diretamente defenda os interesses de São Vicente no órgão
máximo do agrupamento de escolas e porque teremos pela frente anos de
marginalização, se as coisas continuarem como estão agora. Acabo de ler um
comunicado do Sempre, publicado do Diário Digital, que usa o nosso caso para
acentuar a guerrilha entre o Sempre e o PS.
Optei por me afastar a política
partidária, por isso procuro analisar o caso com isenção e a única dor que
sinto é a possível menorização da nossa freguesia, nos próximos anos. Para mim,
o pecado não está em termos uma junta do Sempre, que tem pessoas dinâmicas que
poderão vir a realizar um bom trabalho. O problema será se a atitude do Sempre
se mantiver e se os seus eleitos das freguesias, nomeadamente da nossa junta de
freguesia, tiverem continuamente uma atitude de oposição sistemática à Câmara.
Luís Correia pensa que esta atitude negativa serve os seus interesses futuros
de reconquista da Câmara, mas o vereador João Belém, do PSD, tem uma estratégia
completamente oposta e também está a defender os seus interesses partidários.
Não queria estar na pele do
Filipe Goulão, dividido entre os interesses do líder do Sempre e os interesses
da freguesia que representa. A maioria que gere atualmente a nossa freguesia
tem pela frente um grande desafio: qual o caminho a escolher nesta encruzilhada?
Há quatro caminhos e o futuro nos dirá se escolheu o melhor para a nossa
freguesia.
José Teodoro Prata
domingo, 28 de novembro de 2021
Mais sobre os alhos-porros
José Teodoro Prata