segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

A Loja do Cidadão que não temos

 

A Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública veio há dias inaugurar a Loja do Ciodadão de Vila Velha de Rõdão e na altura afirmou que As lojas do Cidadão são "marca de mordernização".
O concelho de Castelo Branco já tem Lojas do Cidadão em cerca de metade (atrever-me-ia a afirmar que são mais de metade) das freguesias, mas na nossa não há.
Nos últimos meses do mandato da anterior Junta de Freguesia senti que havia uma polémica local em torno da possível transferência dos serviços da autarquia para as instalações onde funcionou a Caixa Geral de Depósitos, na Estrada Nova.  Presumi que o que estava em causa era juntar num mesmo local o serviço do Correios, a admninistração da Junta e a Loja do Cidadão (que finalmentre iria ser criada).
O clamor devia-se à deslocação para a periferia de serviços que dão vida ao centro da Vila. Procupação mais que justificada, não fosse nunca ter ouvido nenhuma proposta alternativa viável (que provavelmente existiram). A Junta ficará com quatro empregados, mas pensar que tem dinheiro para pagar a quem venha fazer as férias dos três administrativos é quase um delírio!
Ocupar o piso superior dos antigos paços do concelho, colocando um elevador para garantir o acesso aos utentes mais idosos? Sei que a Universidade Sénior ficaria desalojada, mas haveria alternativas.
Ocupar todo o piso inferior do edifício, ficando a administração da Junta onde está, passando os Correios para a sala contígua, que é a de trabalho da Junta, indo a Loja do Cidadão para o local onde agora funciona o Museu de Arte Sacra da Misericórdia, mas que vai ser parcialmente desativado com a abertura o Museu de Arte Sacra? (Essas instalações são da Junta e a Misericórdia continuaria com a sala ao lado da Igreja onde está o Senhor dos Passos; a arte sacra que não vai para o futuro museu cabe lá). Neste caso, a sala de reuniões da Junta passaria para uma das salas do piso superior.
Negociar com a Fábrica da Igreja a utilização da Casa Paroquial?

O meu objetivo não é colocar-me em bicos de pés, nem presumo que estou a propor algo de novo. A única coisa que me interessa é que criem a Loja do Cidadão, onde se achar que é melhor.
É caso para escrever como o outro na barragem do Alqueva: Criem-me, porra!

José Teodoro Prata

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Boletim climatológico de novembro de 2021 (IPMA)

Mais um boletim climatológico, para perceber estas coisas do aquecimento global e do degelo dos glaciares. Reparem que, enquanto nós tivemos um novembro frio, as regiões dos gelos polares, sobretudo o Norte do Canadá, tiverem temperaturas altíssimas para aquelas regiões.

O mês de novembro de 2021 foi o 5º mais quente a nível Global (mais quentes 2020, 2015, 2016 e 2019).

Na Europa o valor médio da temperatura média do ar foi superior 1.1° C ao valor normal (1981-2010), no entanto houve diferenças regionais significativas (Fig. 1). Assim por um lado, o mês foi mais quente do que a média na parte leste e sudeste, e numa zona que se estendia para oeste até a Irlanda. Por outo lado na Península Ibérica, na França e nas partes mais setentrionais do continente o mês foi mais frio do que a média.

Em relação à precipitação na Europa em novembro, verificaram-se condições mais húmidas do que a média em partes do norte e nordeste da Europa, bem como nas regiões do Mediterrâneo, onde ocorreram várias inundações. No restante continente ocorreram condições mais secas do que a média, nomeadamente na parte oeste e sudeste.

Em Portugal continental o mês de novembro de 2021, classificou-se como muito frio e muito seco (Fig. 2).

O valor médio da temperatura média do ar, 11.17 °C, foi o 4º mais baixo desde 2000 com uma anomalia de - 1.20 °C em relação ao valor normal 1971-2000.

O valor médio de temperatura mínima do ar, 5.78 °C, foi muito inferior ao valor normal, - 2.13 °C, sendo o 11º mais baixo desde 1931 e o 4º mais baixo desde 2000. O valor médio de temperatura máxima do ar, 16.56 °C, foi 0.27 °C inferior ao valor normal.

Durante o mês verificou-se alguma variabilidade dos valores de temperatura média do ar. No entanto destacam-se os valores diários de temperatura mínima diária do ar quase sempre inferiores ao valor médio mensal.
Novembro de 2021 foi o 3º mais seco dos últimos 90 anos (mais seco em 1981, 0.9 mm). O valor médio da quantidade de precipitação em novembro, 18.9 mm, foi muito inferior ao valor normal 1971-2000, correspondendo a apenas 17 %.

Durante o mês apenas se verificou precipitação mais significativa nos dias 1 a 3 e 20 a 21. De realçar neste último período a região do Algarve com ocorrência de aguaceiros localmente fortes, acompanhados de trovoada, queda de granizo e o vento forte.

No final do mês de novembro 92 % do território estava em situação de seca meteorológica. Verificou-se um aumento significativo da área em seca meteorológica em todo o território. Destaca-se o aumento da intensidade da seca na região Sul, com alguns locais dos distritos de Setúbal, Beja e Faro na classe de seca severa.


Aqui está uma das consequências deste novembro frio: os meus diospireiros continuam carregados, sem dar mostras de amadurecerem, mesmo levando os frutos para o calor da casa.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Fazer, oferecer e conviver

 Não faltaram voluntárias para ajudar a fazer as filhós.

Umas a amassar,

Outras a estenderem e a fritar.

Ao fim havia filhós com fartura para toda a gente.

 

Durante a tarde deste domingo os moradores da Vila não pararam de entrar e sair do salão da Casa do Povo para receber o seu saquinho, cada um com meia dúzia de filhós. Alguns aproveitavam para conversar…

 
E quem não pôde ir recebê-las, vieram trazer-lhas à porta, numa visita animada ao som dos nossos bombos.

E se estão boas, as filhós! Parabéns às doceiras e à Junta de Freguesia por esta antecipação dos sabores do nosso Natal!

Nota: as filhós distribuídas na Partida e nos Pereiros foram feitas pelas mulheres da Partida que, nestas coisas, estão sempre prontas a colaborar.

M. L. Ferreira

As fotografias são da Ana Jerónimo

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Os Sanvincentinos na Grande Guerra

 João Diogo

João Diogo nasceu em São Vicente da Beira, no dia 4 de janeiro de 1895. Era filho de Francisco Diogo, taberneiro, e Maria da Piedade, moradores na rua de São Francisco.

De acordo com a sua Folha de matrícula (não foi localizado o seu boletim individual do CEP), tinha a profissão de jornaleiro e era analfabeto, quando assentou praça no dia 12 de maio de 1916. Foi incorporado no 2.º Batalhão do Regimento de Infantaria 21 e, pronto da instrução da recruta, em 29 de agosto de 1916, passou ao 1.º Batalhão, em 11 de outubro.

Fazendo parte do CEP, embarcou para França, no dia 20 de janeiro de 1917, com o posto de soldado, com o n.º 502. Embora as datas de embarque não coincidam exatamente, é provável que no mesmo barco tenha seguido também o seu irmão Luís Diogo, 2 anos mais velho que ele.

João Diogo regressou a Portugal, em 17 de junho de 1919, vindo a domiciliar-se em São Vicente da Beira. Por imposição do serviço, passou ao 2.º Batalhão, em 10 de janeiro de 1920, e ao Batalhão n.º 5 da G.N.R., em março do mesmo ano, como soldado de 2.ª classe.

Licenciado em março de 1921, domiciliou-se na freguesia de Santa Isabel, em Lisboa. Passou à reserva territorial em 31 de agosto de 1936.

Da sua folha de matrícula constam várias punições, sendo a mais grave de quinze dias de prisão correcional em dezembro de 1920, já depois de ter regressado de França, porque «…tendo contraído uma dívida de 13$54 a um civil, e tendo dela conhecimento o Sr. Comandante da companhia, este ordenou ao 2º Sargento que pela mesma responde, para que aquela importância lhe fosse descontada no pré, com o que o referido soldado não concordou, tendo-se dirigido com modos não respeitosos, não só ao Sargento como também ao Comandante da companhia…».

Condecorações:

  • Medalha Militar de cobre com a legenda: França 1917-1918;
  • Medalha da Vitória.

Não foram encontrados mais dados quanto à vida de João Diogo após a sua passagem à reserva, mas, de acordo com as informações que constam na sua folha de matrícula, é possível que tenha continuado a vida militar, provavelmente na G.N.R., e lá tenha feito carreira pelo menos durante algum tempo. Foi considerado ausente, sem domicílio conhecido, a partir de junho de 1936.

Não foi possível saber se deixou descendência, nem a data e local da sua morte.

Maria Libânia Ferreira

Publicado no livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Na encruzilhada

Já aqui escrevi que o problema das candidaturas independentes às eleições autárquicas é deixarem órfãos os seus eleitos, caso não vençam. Não sei se isto vai acontecer aos eleitos do Sempre e do MDT (que serviu de barriga de aluguer ao movimento criado pelo Rui Amaro Alves), mas o que me está a preocupar é a oposição obstinada dos líderes do Sempre a tudo o que a maioria socialista faz na Câmara.

E preocupa-me, porque todos sabemos que os melhoramentos mais significativos que se fazem nas freguesias são pagos diretamente pelas câmaras ou indiretamente através de projetos elaborados por elas, em estreita articulação com as juntas de freguesia.

Ora as notícias veiculadas pela comunicação social da última reunião da Câmara de Castelo Branco são para nós vicentinos inquietantes, pois mostram que a postura negativa do Sempre veio para ficar.

O ex-presidente da Câmara, Luís Correia, questionou o atual presidente da Câmara com questões técnicas sobre a possível construção da barragem do Alvito, sabendo que ele não poderia ter respostas às suas perguntas, pelo tempo insuficiente que tem como presidente e sobretudo porque a barragem, a ser construída, será da responsabilidade do poder central. Esta postura é mais uma tentativa saloia de insinuar a incompetência do atual presidente da Câmara, a mesma atitude arrogante que um alto responsável do seu movimento já tivera no período pré-eleitoral.

O problema levantado pelo vereador do Sempre Jorge Pio é para nós muito preocupante e é já consequência da postura do seu líder que atrás revelei. Os agrupamentos de escola têm como órgão máximo o Conselho de Escola, onde têm assento membros da comunidade, alguns deles representantes da autarquia. Sei que o João Benevides Prata foi durante anos um dos representantes da Câmara, pela sua qualidade de presidente da junta de uma das freguesias onde se situa uma das principais escolas do agrupamento. Desconheço se o Vítor Louro desempenhou o mesmo cargo. O Jorge Pio denunciou do facto do nosso presidente da junta, João Filipe Goulão, eleito pelo Sempre, não ter sido aceite pela maioria socialista para membro do Conselho de Escola do Agrupamento de Alcains e São Vicente.

Isto é muito preocupante, pois não teremos quem diretamente defenda os interesses de São Vicente no órgão máximo do agrupamento de escolas e porque teremos pela frente anos de marginalização, se as coisas continuarem como estão agora. Acabo de ler um comunicado do Sempre, publicado do Diário Digital, que usa o nosso caso para acentuar a guerrilha entre o Sempre e o PS.

Optei por me afastar a política partidária, por isso procuro analisar o caso com isenção e a única dor que sinto é a possível menorização da nossa freguesia, nos próximos anos. Para mim, o pecado não está em termos uma junta do Sempre, que tem pessoas dinâmicas que poderão vir a realizar um bom trabalho. O problema será se a atitude do Sempre se mantiver e se os seus eleitos das freguesias, nomeadamente da nossa junta de freguesia, tiverem continuamente uma atitude de oposição sistemática à Câmara. Luís Correia pensa que esta atitude negativa serve os seus interesses futuros de reconquista da Câmara, mas o vereador João Belém, do PSD, tem uma estratégia completamente oposta e também está a defender os seus interesses partidários.

Não queria estar na pele do Filipe Goulão, dividido entre os interesses do líder do Sempre e os interesses da freguesia que representa. A maioria que gere atualmente a nossa freguesia tem pela frente um grande desafio: qual o caminho a escolher nesta encruzilhada? Há quatro caminhos e o futuro nos dirá se escolheu o melhor para a nossa freguesia.

José Teodoro Prata

domingo, 28 de novembro de 2021

Mais sobre os alhos-porros

 


É assim que se aterram os alhos-porros, para obter caules compridos e brancos. Estes foram plantados em fins de setembro e já tinham um talo de mão-travessa, que eu agora tapei. Quando tiverem outro tanto fora da terra, tapo de novo.

José Teodoro Prata