Adquirir
hábitos culturais demora tempo, a partir dos bancos da escola deveria haver uma
disciplina que ensinasse as crianças incutindo nelas o amor pela cultura.
Teatro, música, cinema, pintura e por aí fora.
O
corpo dá sinais quando tem fome, sede… o espírito não, corpo precisa de
alimento, também devemos dar ao espírito os alimentos que necessita, cuidá-lo,
mima-lo com as belezas que as artes nos oferecem.
Na
cidade de Castelo Branco já existem ao longo do ano as mais variadas exposições
e muitos museus.
O
Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco mostra as mais diversas
formas de arte, a Casa da Nora também. O antigo edifício dos correios, os
museus Cargaleiro, Francisco Tavares Proença Júnior, Arte Sacra, Museu da
Memória Judaica… Ofertas culturais que a cidade oferece, que vale a pena ver
No
ano 2016, visitei o Museu Nacional de Arte Antiga que se situa na Rua das
Janelas Verdes, em Lisboa. Este museu guarda um espólio muito rico; pinturas de
autores portugueses (Domingos Sequeira, Vieira Portuense…), europeus (Bosch, Durer…),
esculturas, arte da China, India, Japão, mobiliário, biombos, ourivesaria,
cerâmica. Lá se encontra a famosa custódia de Belém, os célebres painéis de São
Vicente de Nuno Gonçalves…
Todos
os portugueses o deviam visitar.
Os
funcionários, sempre atenciosos para responderem às nossas dúvidas.
Todo
o espólio exposto é uma maravilha, mas, uma cadeira me despertou atenção
redobrada. Porquê! Na nossa vila existe um “exemplar” muito parecido. Sabem
onde se encontra!?
O
segundo museu que vou citar é também um museu nacional, fica na airosa cidade
de Viseu, paredes meias com a monumental Sé, é o Museu Nacional Gão Vasco. Deve
o seu nome ao mestre viseense Vasco Fernandes e guarda um espólio muito
importante de obras de arte do mestre e seus colaboradores. Para além dos
quadros, existem numerosos objectos que serviam o culto religioso: imagens,
cálices….
O
espaço é magnífico. No outro lado da praça, em frente, encontra-se a igreja da
misericórdia, que possui também um rico acervo museológico. Estes monumentos
estão cercados de artérias medievas com as casas bem preservadas.
Vale
a pena visitar a cidade de Viseu.
Há
muitos anos que não revisitava a igreja de São Roque e o museu da Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa. Quando o visitei pela primeira vez era um pequeno espaço
museológico. Juntamente com os meus irmãos António e João Maria, encontrei um grande,
valioso e maravilhoso museu. Rico em paramentaria, ourivesaria, pinturas,
relicários, tocheiros. A capela de São João Batista, uma maravilha!
Realço
o quadro que representa o casamento do rei D. Manuel l com a princesa Dona
Leonor, onde figura o vicentino D. Álvaro da Costa. Terá sido o primeiro
provedor da misericórdia de Lisboa.
Finalmente,
menciono o mais recente museu da cidade albicastrense, chama-se Museu da
Memória Judaica.
Situa-se
na Rua das Olarias, o local onde se encontra foi muito bem escolhido, a câmara
aproveitou o que restava das muralhas.
Através
do seu espólio, ficamos a conhecer a presença hebraica na cidade de Castelo
Branco. Vale a pena parar um pouco e escutar, graças às novas tecnologias,
episódios que aconteceram a pessoas acusadas pelo tribunal da Inquisição.
Olhar
as peças que servem os rituais judaicos, o grande painel onde figuram os nomes
dos judeus que de uma maneira ou outra sofreram perseguições, condenações no
tribunal do santo ofício. Amato Lusitano foi um dos que sofreu na pele os esbirros
da inquisição.
J.M.S
2 comentários:
Podemos fazer semelhante, em São Vicente. Aliás o José Miguel já lançou o desafio, aquando da discussão sobre a antiga casa do Coronel.
No futuro Museu de Arte Sacra podia existir uma seção sobre a religiosidade dos cristãos novos. Ou num outro espaço. A seu tempo se fará, tenho esperança.
Não posso estar mais de acordo com a opinião do J.M.S. É pena que alguns dos melhores espaços culturais do país (é especialmente notório em Castelo Branco) estejam tantas vezes às moscas.
Penso que as escolas têm um papel importante nesta área e acho que estão a fazer o que lhes compete, apesar das limitações com que se deparam. Quanto às famílias, é óbvio que terão que ser os principais motivadores, começando por retirar as crianças da frente da televisão e levando-as para a rua, que mais não seja para um jardim.
M. L. Ferreira
Postar um comentário