O
ano dois mil e dezasseis, trezentos e sessenta e seis dias depois cortou
finalmente a meta.
Bissexto,
torto ou travesso. Terramotos, guerras, mortes inesperadas, inundações… dois
mil e dezasseis; exausto, entregou o testemunho ao ano dois mil e dezassete.
Folgazão, iniciou a corrida com esperança.
Foguetórios,
bebidas, comidas… ei-lo que parte sorridente, satisfeito e esperançoso.
Pura
ilusão, dois mil e dezassete à medida que vai percorrendo o caminho irá
encontrar os mesmos obstáculos, as mesmas manigâncias do seu antecessor. Fomes,
guerras, secas, terramotos, hipocrisias, ilusões, desilusões, algumas alegrias,
mortes inesperadas, desastres naturais, esperança num futuro melhor também. Gritará
aos quatro ventos: “Paz, quero Paz”. Deixem-se de tormentosas guerras, acabem
as perseguições ao nosso semelhante, a ganância, o ódio a inveja, continuarão a
reinar. Muitos passarão fome, poucos continuarão a empanturrar-se.
As
crianças Senhor, não têm culpa de nada tão pequeninas, que mal fizeram para começarem
a sofrer assim que nascem. E os velhinhos, tantos sacrifícios passaram para educar,
alimentar, cuidar os seus, tantas vezes esquecidos, abandonados.
Os
jovens fartam-se de estudar na esperança de um futuro mais risonho, têm que
abandonar o seu torrão natal à procura do pão que não encontram na sua terra.
O
ano dois mil e dezassete vai ser uma cópia exacta do ano dois mil e dezasseis.
Frio, chuva, vento, calor, acidentes, os estrangeirismos vão continuar a
enxamear a língua de Camões, mas também haverá muita fé e esperança num futuro
melhor. Um dia chegará a meta da igualdade, fraternidade e solidariedade. Está
longe, mas existe, temos que ter paciência, coragem e esperança num futuro
digno para todos.
A
nossa casa comum está doente, se cada der um pouco de si ao nosso semelhante,
se cada um de nós amar e respeitar a mãe natureza, o testemunho um dia será
recebido apoteoticamente, festivamente.
Guardado
cuidadosamente, elevando-se bem alto para que todas as nações da Terra o possam
ver entrelaçando as mãos, possamos alegremente dizer:
-
Finalmente chegou o ano que transporta o testemunho da Paz, Amor, Justiça, e Fraternidade.
J.M.S
Um comentário:
Podia chamar-se UTOPIA, aquele desejo que formulamos cada ano e que o Zé Manel sintetiza em Paz, Amor, Justiça e Fraternidade.
Postar um comentário