Beira charneca, Beira montanha
Beira campina, Beira em flor
Beira pinhal, Beira azenha
Beira meu bem, meu amor
Beira estevas, giestas
Rosmaninho, carqueja, alecrim
Beira de romarias e festas
Onde tudo é belo, nada é ruim
Beira de águas cristalinas
Refrescantes sem igual
Sejam fontes, presas ou minas
Não há melhor em Portugal
Beira da Senhora da Orada
Romaria sem rival
Fica na encosta da serra
Este santuário medieval
Senhora de São Vicente
Banhada pela ribeira
Grande fé tem nossa gente
Para nós, tu és a primeira
Tua água tem virtude
Para nossos males curar
Todos a bebem sem cessar
Para recuperar a saúde
Beira São Vicente
Do Santo Cristo milagreiro
Que bem a gente se sente
Na praça, no Seu terreiro
Beira São Vicente
Das filhoses e do Natal
Fritas na noite celestial.
Na praça, a fogueira aquece a gente
Beira das janeiras
Pelas ruas cantadas
Todos cantam sem peneiras
Sejam solteiras ou casadas
Beira dos entrudos
Mascarados a preceito
Magros, altos ou barrigudos
Cada um a seu jeito
Beira da semana
santa
A de São Vicente sem igual
Das ladainhas que a gente canta
Tradições sem rival
Cantam-se loas pungentes
Os martírios lembram a paixão
São assim estas gentes
Sejam, Vicentinos ou não
O São João é cantado
À volta da fogueira
Seja solteiro ou casado
É assim na nossa Beira
Lá vem o Senhor
Santo Cristo
Festa grande sem igual
Todo o Vicentino gosta disto
Não há outra em Portugal
Terra de grandes olivais
Vila bela e amorosa
Está cercada de pinhais
Meu lindo botão de rosa
Na torre tocam os sinos
Para o povo rezar
Na igreja cantam-se hinos
Para Cristo se adorar
Lá vem o povo leal
Sempre alegre e contente
Do Cimo, Caldeira, Fundo ou Casal
Bem-disposto e sorridente
Beira dos pífaros e pandeiros
Adufes e tocadores de bombos
Partida, Almaceda, São Vicente ou Pereiros…
Carregam-nos, pum, pum…aos seus ombros
Cedo de manhãzinha
Eis os bombos a chegar
O barulho já se avizinha
Lá vem o povo a cantar
Passa a banda Vicentina
Sempre muito afinadinhos
Ao passarem na esquina
Alegram todos os vizinhos
Zé da Villa
2 comentários:
Andam inspirados os poetas da nossa terra! Também não é para menos, com tantas coisas lindas que ainda por cá restam e outras que a memória vai apurando.
É pena que a Praça D. Sancho I não tenha paredes para tanta poesia, mas o que não nos faltam é paredes a precisar de ser embelezadas...
M. L. Ferreira
É, boas quadras populares!
A propósito dos bombos, relembrei há dias que em janeiro de 1894, quando a Vila foi invadida por cerca de 800 charnecos, até trouxeram bombos, o que é extraordinário, considerando as distâncias percorridas a pé!
Os tambores são mesmo o nosso instrumento desde tempos ancestrais.
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