domingo, 5 de novembro de 2017

Reflorestar


Várias associações e autarquias das vertentes norte e sul da Gardunha têm reunido no sentido de encontrar respostas para a recente destruição da vegetação na nossa serra. De São Vicente da Beira, participam o movimento Todos Juntos, o GEGA e a Junta de Freguesia. As crianças e adolescentes das várias escolas também vão ser envolvidos nas ações a desenvolver.
A aposta imediata é a recolha de sementes de árvores autótenes, no sentido de promover a reflorestação das áreas queimadas. Vai proceder-se ao levantamento dos terrenos públicos, onde se possam plantar as novas árvores.
Embora altamente meritória, a iniciativa levanta-me algumas reservas: acho as medidas curtas para tamanha destruição ciclicamente repetida; idênticas iniciativas já foram promovidas no passado, sem resultados à vista; só nos espaços públicos? então mas os espaços ardidos não são quase todos privados?; a maioria das áreas públicas que conheço situam-se nos altos da serra, onde a vegetação não vinga, basta olhar in loco e basta verificar os resultados de anteriores plantações nesses locais.
A reflorestação, tal como a prevenção, ou aposta na implementação de medidas, começando pela sensibilização,  junto dos privados ou está condenada ao fracasso.

José Teodoro Prata

2 comentários:

Anônimo disse...

Tudo isto é muito bonito, mas se não houver coordenação, orientação através de entidades responsáveis, nada feito
Estas iniciativas não se podem deitar fora, mas
Na vila quase não existem terrenos baldios, as terras pertencem aos privados, as Associações ou Movimentos estão dispostos a reflorestar essas terras!
Já disse e volto a repetir, enquanto não houver uma verdadeira politica que envolva a limpeza das matas os grandes incêndios continuarão a existir
Se as matas estiverem minimamente limpas de matos, o fogo entra e poucos danos faz, para isso...

1º-Caberia ao Estado limpar as matas, "públicas ou privadas"

2º-O proprietário pagaria uma certa percentagem por hectare de mata limpa, essa factura seria emitida pelos serviços responsáveis

3º-Seriam criados muitos postos de trabalho,evitando a saída de muitas pessoas das suas terras de origem

4º-Poupar-se-iam gastos astronómicos nos aviões que passam o verão a apagar os fogos

5º-O pinheiro pode e deve continuara a existir; para além da madeira; dá-nos a resina, caruma, pinhas.

-O fogo entrou "furioso" nos nossos pinheiros, as terras que eu tinha sem matos "vão lá ver", a ramagem lá no alto continua verde

-Valeu a pena o trabalho que eu tive, para além de preservar alguma mata, salvei uma casa, um forno e uma loja de arrumos

-A maioria das pessoas são idosas, os filhos vivem longe, o ministério da agricultura através dos serviços florestais pode e deve levar por diante a limpeza

-Antes da casa roubada é que se devem tomar as devidas precauções; depois, não adianta por trancas à porta
J.M.S


Anônimo disse...

Só para dar uma achega ao Zé Manel que está coberto de razão, mas não de racionalidade. Isto é: sem criação processo estruturado e lucrativo
ninguém pega em nada.
O Estado não o vai fazer porque não tem capacidade, nem meios para isso. temos visto o tem acontecido aos Paques Nacionais e agora ao Pinhal de Leiria.
A solução são as fabricas de biomassa e o Estado eventualmente pagar um x por hectare os proprietários como ajuda, do dinheiro que deixa de estoirar, no combate. As equipes seriam da responsabilidade das autarquias, ou privadas, que estabeleceriam prioridades e zelariam pelo cumprimento dos perímetros de segurança nas aldeias e estradas.
Para que isso aconteça é preciso, no entanto, mudar de paradigma: O Estado tem de passar de gestor de interesses privados a gestor de interesses públicos e para é preciso ter tomates. Será que os tem? Diz que sim, mas a ver vamos...
FB