Faz
este ano 2018, cem anos que terminou a primeira guerra mundial.
O
argumento principal, parece ter sido o assassinato do arquiduque Francisco
Ferdinando em Sarajevo.
Os
grandes países da Europa, face a este incidente começaram a tomar medidas e responsabilizaram
a Sérvia por este acto hediondo.
Entretanto,
a Alemanha trazia em mente fazer uma invasão relâmpago à Rússia; na altura era
uma nação aliada da França. No dia 1 de Agosto do ano 1914, a Alemanha entra em
território russo, a seguir, invade a Bélgica e o Luxemburgo.
Algum
tempo antes, tinha invadido a Sérvia. A Inglaterra, não gostou que a Alemanha
tivesse invadido a Bélgica; assim, no dia 4 de Agosto declarou guerra à
Alemanha.
O
rastilho aos poucos ardia por toda a Europa, cidades, vilas e aldeias
completamente devastadas, mortes por todo o lado, milhões de pessoas morrem,
soldados abrem valas denominadas trincheiras, onde vivem, dormem, comem,
guerreiam. Valas cobertas de água, lama; o frio, a neve, o vento são atrozes.
Portugal,
ao princípio lá se foi mantendo neutro; mas, existiam as colónias. Angola e
Moçambique eram alvo da cobiça alemã.
Os
Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, a Índia…participam no conflito.
Finalmente,
no dia 11 de Novembro de 1918, é decretado o armistício, os aliados ganham a
guerra.
Os
impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro, Turco, desapareceram.
A
Europa retalhou-se em pequenas nações, uma catástrofe igual; nunca mais, diziam.
Famílias
inteiras morreram. “Nos anos setenta do século passado, em França, ainda havia
muitas terras sem dono; maçãs, nozes… eram de quem as apanhava. Ainda se viam ruas
esventradas, por causa das guerras”.
A
primeira grande guerra iniciou-se no dia 28 de Julho de 1914 e terminou em
1918. Quatro anos, três meses e 14 dias depois.
Homens
de um e outro lado da barricada, matam-se, caem que nem tordos; tudo por causa
da vã glória de mandar.
O
imperialismo, seja ele qual for, não é bom. Isto de um país querer impor sua
vontade noutros territórios dominando-os, seja a nível cultural ou económico
nunca deu bons frutos.
Portugal,
por causa de defender as colónias que estavam a ser alvo da cobiça alemã, teve
que entrar na guerra ao lado dos aliados. Nossos soldados, mal equipados, mal
armados, mal comidos, sempre demonstraram grande valentia.
Durante
dois anos, as tropas portuguesas foram enviadas para Angola e Moçambique; em
1916, os ingleses pediram a Portugal o arresto de todos os navios alemães que
se encontrassem nas costas portuguesas. Quem não achou graça nenhuma, foram os
alemães que declararam guerra a Portugal. Desta maneira, no dia 9 de Março de
1916, Portugal entra “oficialmente” no conflito militar.
No
ano 1917, o comandante português, Tamagnini Abreu, comanda as primeiras forças expedicionárias.
Muito mal preparadas, a Inglaterra dá uma ajuda ensinando os portugueses a
lutar nas trincheiras.
Milhares
partiram para a Flandres, norte de França… Duzentos mil. Dez mil
aproximadamente, morreram em combate ou noutras circunstâncias, milhares
regressaram feridos, estropiados, esgazeados…
Durante
o tempo que durou o conflito, participaram na guerra cerca de sessenta milhões;
morreram oito milhões de soldados; civis, quase outros tantos, seis milhões;
muitos países que não participaram directamente no conflito, não estavam
melhor, as populações morriam à fome, as crianças andavam ao deus dará pelas
ruas. Um horror!
Genocídios
em massa, limpezas étnicas. O homem não aprendeu a lição, alguma décadas depois
inicia-se outro grande conflito; segunda guerra mundial.
Nunca
mais terminam as guerras.
Paz,
haja Paz.
O
diálogo une os povos; a ira, a ambição desmedida, destrói e mata. O mundo
precisa de amor fraternal, o ódio é a causa das desgraças e das misérias
humanas.
Criem-se
pontes, derrubem-se muros, para que o povo que somos todos nós, não sofra mais
atrocidades.
Olhem;
nascemos nus, quando morremos vestem-nos um fatito e calçam-nos um par de
sapatos, quantos há, que nem isso. Então…
O
Zé é que se lixa.
J.M.S
A Grande Guerra vista pelo pintor expressionista alemão Otto Dix.
José Teodoro Prata
2 comentários:
Números horríveis, os dos mortos nesta guerra! Quase todos homens na flor da idade e sem saberem muito bem as razões por que viam morrer os camaradas; os próximos podiam ser eles.
Mas o mais inquietante disto tudo, é a perceção de muita gente de que a guerra é precisa para resolver muitas coisas. Assim sendo, a paz no mundo está longe de ser um dado adquirido.
O que nos vale é a arte, para podermos ir lidando com estas fragilidades dos homens...
M. L. ferreira
Há tempos li no intróito de um filme esta citação: "Para que os maus vençam, basta que os bons não façam nada!". Não me lembro do filme, nem sei quem é o autor da frase. Estávamos aqui a debater isto até amanhã de manhã e não chegávamos a um consenso.
Muitos homens (de boa vontade) têm tentado ao longo da História, criar pontes de diálogo para evitar conflitos. Não posso deixar de lembrar aqui dois ou três exemplos de homens extraordinários: Jesus Cristo, Gandi, Mandela. Sendo que o primeiro é, para os crentes, também divino.
Mas uma coisa é certa: algo se tem avançado. Creio que foi depois da Primeira Grande Guerra que apareceu a Sociedade das Nações. Com o fracasso desta, veio a Segunda Guerra Mundial. Mas depois, fundou-se a Organização das Nações Unidas que se tem preservado. Estão lá representados quase todos os países do mundo. É claro que isso, por si mesmo, não tem chegado, porque a ONU não vincula totalmente os países. Nomeadamente, quando estes decidem ações militares. Mas é assim, por vontade desses países (ou de alguns), já se vê! A ONU vale o que vale, mas é alguma coisa. É um princípio. É uma referência. Todavia, tem prevalecido quase sempre, não a visão do mundo dos homens extraordinários, mas a visão do mundo dos homens comuns. Reside aí, em parte, a questão das guerras. Depois, as mortandades nos conflitos, são, como se sabe, diretamente proporcionais ao desenvolvimento da máquina. Incluindo a máquina de matar! É preciso dar lugar ao diálogo e à diplomacia. O Homem pode aprender a escolher o Bem em vez do Mal!
Abraços.
ZB
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