segunda-feira, 23 de julho de 2018

Frescura no calor do verão

Há quanto tempo não viam um ribeirinho de meruje?
Parece que agora se tornou gourmet.
José Teodoro Prata

3 comentários:

M. L. Ferreira disse...

Se calhar o nosso mal foi que estas coisas se tenham tornado gourmet, talvez por serem associadas a comida de pobres. A verdade é que tínhamos uma alimentação muito mais saudável quando comíamos a meruge, as acelgas, as beldroegas, as azedas, as urtigas, os agriões, etc. que nasciam selvagens e contribuíram para fazer da dieta mediterrânica uma das mais ricas e saudáveis. Para além disso tínhamos um planeta mais sustentável e uma despesa em saúde menos elevada.

Anônimo disse...

Olá Libânia, o que tu gostas da natureza... O gourmet acho que não tem a ver comida de pobre, mas com os sabores originais de espécies espontâneas cada vez mais difíceis de encontrar.Talvez por isso, a cozinha gourmet não fornece refeições, mas tão só experiências gastronómicas e os chefs não cozinham, fazem trabalhos manuais com os alimentos, basta reparar no enlevo do empratamento.
O mal de tudo isto é que o modelo da industrialização capitalista, qual glaciar, tomou um rumo difícil de alterar ou de suster e o que resta é perguntar: estamos todos mais ricos ou mais pobres? A resposta não pode ser dada só a pensar nas imensas bugigangas que todos possuímos. Nós somos natureza também e como é que ela está?
FB

M. L. Ferreira disse...

Que bom encontrar-te aqui, de vez em quando, Francisco!
Sobre comida gourmet, só sei o que vejo na televisão, porque quem me tira uma feijoada, um bacalhau com todos, uma caldeirada, ou uma sardinhada, tira-me tudo. Mas dias, não são dias…
E é verdade que gosto da natureza e tento fazer a parte que me cabe, mas às vezes é difícil, principalmente quando, por exemplo, atendo o telemóvel num lugar público e vejo as pessoas estranharem o modelo que ainda uso de há duas ou três gerações atrás.

Sobre as bugigangas que gostamos de acumular, há um livro que fala sobre isso duma forma divertida. Chama-se Papalagui e é uma reflexão através das conversas que um chefe índio tem com o seu povo depois de uma viagem que fez à Europa. Já o li há muitos anos e não me recordo muito bem, mas acho que fala sobretudo do nosso modo de vida, das relações que temos uns com os outros, e das coisas que temos em casa e não servem para nada. Não sei se ainda está à venda, mas vale a pena ler.