quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Vicentinos ilustres

 Simão de Sousa de Refoios

VIDA E OBRA

- Nasceu em São Vicente da Beira, em meados do século XVI.

- Foi o filho primogénito de Jácome de Sousa de Refoios e de sua esposa e prima Maria de Refoios. Viveram nas suas casas nobres, em S. Vicente da Beira. Em 1567, Jácome de Sousa foi testemunha no 1.º casamento do pai de António de Azevedo Pimentel.

- Simão de Sousa de Refoios sucedeu na casa de seu pai e foi 9.º Senhor do morgado de Santa Eulália.

- Acompanhou D. Sebastião a África e com ele morreu na batalha de Alcácer-Quibir (1578).

- Não deixou descendência, pelo que o morgado passou a sua irmã D. Leonor de Sousa. Esta casou com Nuno da Cunha e foram os bisavós de João Nunes da Cunha que foi vice-rei da Índia e a quem D. Afonso VI concedeu o título de 1.º conde de São Vicente. 

Em cima: representação da batalha de Alcácer Quibir.

Em baixo: Menino Jesus de Malines, da Misericórdia, e janela manuelina, na rua Manuel Lopes, ambos do século XVI, o século em que viveu e morreu Simão de Sousa de Refoios.


Simão de Sousa de Refoios terá assistido à construção da fonte velha, pois a inscrição mais antiga da atual fonte refere-se ao rei D. Sebastião e tem a data de 1578. Neste ano, travou-se a batalha de Alcácer Quibir, onde pereceram o rei e o vicentino Simão de Sousa de Refoios

José Teodoro Prata

Um comentário:

M. L. Ferreira disse...

Um dos livros com que tenho andado às voltas ultimamente é a MONOGRAFIA DE CASTELO BRANCO, de António Roxo. É quase um roteiro histórico, cultural e turístico, pela referência que faz a quase todas as instituições, lugares, monumentos e homens ilustres da cidade. Uma das instituições de que fala é o Recolhimento de Santa Maria Madalena e Asilo de Infância Desvalida, criado em 1750, e destinado a acolher «…mulheres convertidas, que em clausura voluntária se resolvão a viver honestamente, sem embargo de quaesquer leys em contrario…». Funcionava num palacete na rua dos Cavaleiros que atualmente faz parte do Museu Cargaleiro. Mais tarde serviu também como casa de acolhimento e educação para crianças abandonadas. Isto tudo a propósito da referência a D. Joana Francisca de Sousa de Refoios, que era uma das freiras recolhidas no Convento de São Vicente da Beira e foi nomeada regente daquela instituição em 1753. Fiquei na dúvida se seria natural de São Vicente, e recorri ao livro O CONCELHO DE SÃO VICENTE DA BEIRA …. do José Teodoro onde encontrei bastante informação sobre a família Refoios, incluindo a de que, no século XVI, havia três irmãs (netas deste Simão?) no Convento Franciscano da Vila.
É incrível a quantidade de gente ilustre que houve em São Vicente. Se calhar, por causa disso é que fomos todos sempre tão pobres porque eles eram donos das terras todas. Para não a dividirem, mandavam para o convento todas as mulheres que não conseguiam um bom casamento.