A Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública veio há dias inaugurar a Loja do Ciodadão de Vila Velha de Rõdão e na altura afirmou que As lojas do Cidadão são "marca de mordernização".
O concelho de Castelo Branco já tem Lojas do Cidadão em cerca de metade (atrever-me-ia a afirmar que são mais de metade) das freguesias, mas na nossa não há.
Nos últimos meses do mandato da anterior Junta de Freguesia senti que havia uma polémica local em torno da possível transferência dos serviços da autarquia para as instalações onde funcionou a Caixa Geral de Depósitos, na Estrada Nova. Presumi que o que estava em causa era juntar num mesmo local o serviço do Correios, a admninistração da Junta e a Loja do Cidadão (que finalmentre iria ser criada).
O clamor devia-se à deslocação para a periferia de serviços que dão vida ao centro da Vila. Procupação mais que justificada, não fosse nunca ter ouvido nenhuma proposta alternativa viável (que provavelmente existiram). A Junta ficará com quatro empregados, mas pensar que tem dinheiro para pagar a quem venha fazer as férias dos três administrativos é quase um delírio!
Ocupar o piso superior dos antigos paços do concelho, colocando um elevador para garantir o acesso aos utentes mais idosos? Sei que a Universidade Sénior ficaria desalojada, mas haveria alternativas.
Ocupar todo o piso inferior do edifício, ficando a administração da Junta onde está, passando os Correios para a sala contígua, que é a de trabalho da Junta, indo a Loja do Cidadão para o local onde agora funciona o Museu de Arte Sacra da Misericórdia, mas que vai ser parcialmente desativado com a abertura o Museu de Arte Sacra? (Essas instalações são da Junta e a Misericórdia continuaria com a sala ao lado da Igreja onde está o Senhor dos Passos; a arte sacra que não vai para o futuro museu cabe lá). Neste caso, a sala de reuniões da Junta passaria para uma das salas do piso superior.
Negociar com a Fábrica da Igreja a utilização da Casa Paroquial?
O meu objetivo não é colocar-me em bicos de pés, nem presumo que estou a propor algo de novo. A única coisa que me interessa é que criem a Loja do Cidadão, onde se achar que é melhor.
É caso para escrever como o outro na barragem do Alqueva: Criem-me, porra!
José Teodoro Prata
7 comentários:
Não tenho a certeza de ter percebido bem, mas pareceu-me que o problema maior para este adiamento da criação da Loja do Cidadão em SVB nem é apenas uma questão de logística, embora, de facto, nunca tenha havido consenso nas alternativas que se propunham quando o assunto era abordado. Penso que a maior relutância nasce por se pensar que já temos quem nos "trate dos papéis" que precisamos, e a criação da LC iria contra os interesses de algumas pessoas. Um pouco à nossa dimensão, é o que se passa por vezes em esferas mais altas: para se beneficiar uns poucos, prejudica-se a maioria. E por cá, como sabemos, estamos quase todos a ficar velhos e cada vez mais pobres.
Uma coisa parece certa: a Loja do Cidadão (LC), caso venha a ser instalada na Vila, é importante. A Junta de Freguesia deve empenhar-se nesse processo, porque a LC traz postos de trabalho, com o consequente reflexo no comércio local. Não há que olhar para trás! É a criação de postos de trabalho que tem escasseado nos últimos anos.
Agora vamos à questão dos interesses. É preciso tentar conciliá-los, mormente quando o mercado é pequeno, como é o caso da nossa Freguesia. Quando o concelho de SVB foi extinto, afirma-se que os Cunhas diziam que "não precisavam do concelho porque tinham boas charretes para ir a Castelo branco tratar dos papéis". Com a LC haveria muito mais gente beneficiada do que prejudicada. Julgo, por isso, que o primeiro critério deve ser esse. Lembro-me de um comentário que fiz a um post sobre portagens nos concelhos. De facto, quando se toca no 'status quo' mexe-se sempre com interesses instalados que, obviamente, também têm que ser atendidos dentro do possível. Ora, eu acho que, caso a LC venha a ser instalada em SVB, os interesses privados não são aniquilados, porque as pessoas continuarão a ir ter com a Solicitadora para lhes tratar dos assuntos ... na Loja do Cidadão; e poder ela levar até mais barato pelo serviço porque poupa em deslocações.
Depois, há ainda outra coisa: os serviços representados na LC talvez não abranjam todas as atividades, caso em que o assunto continuaria a ter que ser tratado na sede de concelho. Há também o problema das questões mais complexas que também têm que ser tratadas em Castelo Branco. Aliás, esta ideia parece presidir às Lojas do Cidadão que, de certa maneira, foram criadas com pessoal administrativo (logo, casos não necessariamente difíceis), para aliviar os atendimentos nos Serviços Centrais. Por isso, acho que a LC não colide necessariamente com a atividade da Solicitadora. E era bom termos uma e outra. Mas, para decidir melhor, a JF podia, inclusivamente, trabalhar sobre sondagens e estatísticas da presente e futura procura de serviços.
Abraços, hã!
JB
Numa sociedade ideal, as sugestões que o José Barroso nos deixa seriam indiscutíveis. O problema é que nós vivemos num mundo em que a lógica é a da competição em vez da colaboração. Este é o nosso mal, até porque são atitudes difíceis de mudar quando não existe vontade e mexe com interesses instalados. E não falo especialmente da Solicitadora, que tem sido uma mais valia para a nossa terra, principalmente no apoio às pessoas mais idosas, com dificuldade de se deslocarem e até de compreenderem algumas regras de funcionamento de alguns serviços.
Penso que esperamos todos que as coisas mudem também por cá, como têm mudado noutras freguesias.
O que pode ser criado é um Espaco Cidadão, e não Loja, porque apenas as sedes de concelho as têm, limitando-se as freguesias a terem espaços (recentemente foi inaugurado um na freguesia vizinha de Louriçal do Campo), e onde vai ser possível fazer a renovação de documentos como carta de condução ou cartão de cidadão. Mas não estou a ver como é que esses simples serviços possam criar postos de trabalho no comércio na vila, acho que isso vai ser bom para a população, mas apenas vai poupar uma ida a Castelo Branco (o que até acaba por ser mau para os taxistas) de resto não trará assim grandes movimentos no comércio, porque se todas as freguesias ficarem com um espaço idêntico, nem pessoas de fora isto vai atrair à vila.
Deves ter razão quanto a chamar-se Espaço Cidadão.
Quanto às vantagens, penso que dará emprego a uma pessoa (nos Cebolais e Retaxo funciona no salão da Junta, de um lado os Correios e do outro o Espaço Cidadão; a funcionária ligada aos correios está lá sempre e o outro não (talvez a meio tempo ou outra modalidade parecida, que ainda não entendi).
Traria gente das anexas à Vila e dispensaria todos de ir a outra fregueisa ou à sede do concelho.
Há anos, investiguei sobre o que era necessário para uma aldeia passar a vila. E o critério mais forte era o da existência de serviços à população: correios, lar, banco, escola... Ora não termos Espaço do Cidadão é quase passarmos para o fundo da lista das fregueias do concelho, pois quase todas têm lar, serviço de correios, junta de freguesia com funcionária...
Claro que há sempre contras e por isso devemos respeitar mais quem decide, pois tem de ter em conta diferentes variáveis.
Concordo consigo na questão em que este espaço cidadão pode trazer gente das anexas à vila, até vai ser bom para o comércio local com mais gente a circular na vila, porque sempre fica mais perto do que irem a Castelo Branco. Agora em relação à criação de um posto de trabalho, acho que mais valia aproveitar o funcionário dos correios e colocar os dois serviço a funcionar no mesmo espaço, no louriçal juntaram a junta de freguesia, os correios, o posto médico com o espaço cidadão, tudo com apenas um funcionário, os Cebolais e Retaxo são uma união de freguesias e como são aldeias com muita gente talvez se justifique a contratação de mais um funcionário, mas penso que em São Vicente bastava um para os correios e espaço cidadão, era arranjar um espaço digno e ficava mais um problema resolvido.
Bom ano, meus queridos.
Quer-me cá parecer que o tesoureiro destas coisas, se quiser ficar com o dinheiro em casa, tem um caminho fácil: entregar a decisão ao bom povo. "Dos Enxidros" fez-se ao arrepio de tais formalidades, senão...
Do coração, bom 2022. Com livros e saúde.
José Miguel Teodoro
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