Joaquim Simão
Joaquim Simão, filho de João Simão e de Antónia
Duarte, cultivadores, nasceu no Casal da Serra, a 31 de julho de 1895.
Era analfabeto e tinha a profissão de
jornaleiro, quando assentou praça em Castelo Branco, como recrutado. Após a conclusão
da instrução da recruta, foi mobilizado para a guerra, e embarcou para França
no dia 21 de janeiro de 1917, integrado na 6.ª Companhia do 2.º Batalhão do 2.º
Regimento de Infantaria 21, como soldado com o n.º 498, chapa de identidade n.º
9287.
Do seu boletim individual de militar do CEP
constam as seguintes ocorrências:
a)
Baixa
ao hospital em 23 de março de 1917; alta no dia 29;
b)
Diligência
ao front em 20 de abril; presente em 26;
c)
Diligência
para os postos da retaguarda, em vinte de janeiro de 1918; Punido em 14 de janeiro
de 1919, com 4 guardas, por no dia 13 estar a fumar durante a formatura para a
revista de saúde;
d)
Embarcou
para Portugal com o Regimento de Infantaria 21, no dia 25 de fevereiro de 1919,
a bordo do vapor Helenus.
Família:
Joaquim Simão casou com Olímpia da Conceição,
no dia 26 de novembro de 1919, e tiveram 2 filhos:
·
João
Joaquim, que casou com Maria da Conceição e tiveram uma filha;
·
Maria
da Graça que casou com Joaquim da Cruz e tiveram três filhos.
Olímpia da Conceição faleceu em 1937, quando a
filha mais nova tinha apenas cinco anos de idade. Joaquim Simão não voltou a
casar.
Conta o neto João José que o avô era uma pessoa
alegre e conversadora, mas não falava muito sobre o tempo da guerra. Lembra-se apenas
de o ouvir falar de como era difícil a vida nas trincheiras e da fome que por
lá passaram.
Viveu sempre com os filhos no Casal da Serra,
onde trabalhou na agricultura e tratava de um pequeno rebanho. A terra e as
suas cabras eram das coisas que ele mais gostava e, como diz o neto João José «mesmo já depois de muito velhinho, não
largava o sacho da mão a arrancar as ervas da horta e ainda tinha uma cabra,
mesmo só para se entreter.»
Depois do casamento da filha, acompanhou-a por várias localidades onde o genro ia sendo colocado como guarda de passagens de nível da CP. Por fim fixaram-se na Lardosa, localidade onde Joaquim Simão faleceu, no dia 3 de Março de 1974(?).
(Pesquisa feita com a colaboração do neto João
da Cruz)
Maria Libânia Ferreira
Do livro: Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra
2 comentários:
Sem desrespeito pelo nosso grande combatente, Joaquim Simão, faço este comentário para tentar esclarecer o que se passou na CGD, Agência de S. Vicente da Beira, no meu caso particular.
Sempre tive conta na CGD, até porque era obrigado a tê-la para receber o vencimento (na Função Pública era obrigatório este banco). Mas, porque o Montepio Geral me ofereceu melhores condições de contrato de empréstimo, tive que mudar! E nessa altura, já se podia receber o vencimento por outro banco, mas mantive sempre a conta (uma conta na sede da CGD em Coimbra). Acontece que, certa vez, mandaram-me cerca de 300 € da ADSE de comparticipação de uns óculos, que foram lá parar. Quando, um dia, fui ver, tinha apenas 186 €, porque o resto tinha desparecido em taxas! E, pelos vistos, tive sorte porque parece que podiam ter desaparecido os 186 € e mais um empréstimo forçado do banco e respetivos juros! Tive que extinguir essa conta!
Em S. Vicente da Beira os meus pais tinham uma conta conjunta, onde eu era apenas movimentador, mas que depois converti em conta própria. Quando pedi mais informações, diz-me um dos empregados:
"Éramos três funcionários. Hoje somos 2 e talvez esta Agência venha a desaparecer, caso o número de contas não justifique a sua manutenção".
Então, eu mantive essa conta, uma vez que esse mesmo empregado me informou que contas com valor superior a 2.500 €, não pagavam taxa. Chama-se essa taxa "comissão de manutenção", designação que não deixa de ser curiosa. Com efeito, a existência de um banco deve-se ao dinheiro dos depositantes a quem o banco paga uns juros (menores); dinheiro esse, que o mesmo banco empresta a outros clientes que, por sua vez, pagam ao banco outros juros (maiores); sendo que a diferença entre esses juros é exatamente o ganho do banco! Isso consiste na atividade principal de um banco! Daí, a minha estranheza quanto às comissões de manutenção!
Sucede então que deixei essa minha conta na Agência da CGD de S. Vicente da Beira com um valor cerca de 5 vezes superior ao mínimo, para não pagar a dita taxa, ao mesmo temo que ia fazendo alguns movimentos de pagamento e recebimento com a caderneta.
Vai daí, um dia, dou com o pagamento de taxas de manutenção, na ordem dos 5 €/ mês, logo, 60 €/ano. Foi aí que decidi levantar todo o dinheiro e encerrar também essa conta! Fiquei sem contas na CGD, em qualquer parte do país.
Sobre o que propõe o JMT (se bem compreendi, toda a gente de S. Vicente da Beira, pensar em ter conta na CGD ou outro banco), talvez seja uma hipótese. Mas isso leva a um unanimismo sobre um assunto que é, por natureza, diverso. Ou seja, nem todos têm uma boa relação pessoal, negocial ou outra com a CGD e o interesse coletivo da Vila não coincide com o interesse individual de cada um. Depois, ainda temos outro problema: para que as contas pudessem ter eficácia quanto à manutenção da Agência da CGD (ou outro banco) em S. Vicente da Beira, seria necessário que fossem todas abertas nessa Agência, embora, obviamente, pudessem ser movimentadas em qualquer lado, on line. Talvez possa ser, mas carece de unidade que, como se sabe, na Vila não existe! Há ainda os que, como eu, não podem fazer isso porque têm conta obrigatoriamente (por enquanto, por causa de um empréstimo), noutro banco. Porque é contraproducente pagar taxas de manutenção de contas unicamente para benefício da Vila, a não ser que esse banco seja o Montepio Geral. Se for, aí contem comigo!
Abraços, hã!
JB
Mal comparado (Deus nos livre de voltar a esses tempos!), a reflexão que este assunto nos traz leva-nos a concluir que continuamos a viver numa espécie de escravatura, agora infligida pelos bancos, companhias de seguros, empresas de telecomunicações, etc. etc. As regras que nos impõem, ditadas exclusivamente por eles, tornam uma ilusão a liberdade em que julgamos viver. Nós bem queremos escapar, mas no modelo de sociedade que adotámos, seremos sempre apanhados…
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