Voltei à escola, a convite dos meus colegas, para falar sobre a participação dos beirões na 1.ª Guerra Mundial.
Precisei de fazer um pouco de estatística, que agora quartilho
convosco:
Participaram na guerra, como combatentes, um total de 77
rapazes da freguesia de São Vicente da Beira: 56 integraram o Corpo Expedicionário
Português (CEP), que lutou na frente ocidental, na Flandres (fronteira entre a
Bélgica e a França, perto da cidade de Lille, junto ao rio La Lys): e 21
participaram nas campanhas militares no Sul de Angola e no Norte de Moçambique;
nos três locais contra os alemães.
Cerca de 60% dos nossos combatentes eram analfabetos.
Faleceram 6 combatentes, durante a guerra ou imediatamente
após o regresso. Um número muito reduzido,
em comparação com Penamacor que mandou um batalhão para Moçambique e teve mais
de 100 mortos. Ou as freguesias do distrito de Portalegre, pois o Regimento de
Infantaria 22 (RI 22), daquela cidade, esteve envolvido diretamente na Batalha
de La Lys, uma pequena incursão alemã (comparada com as grandes batalhas desta
guerra), mas que aos portugueses diz muito, pois os alemães atacaram e
devastaram o setor português (e inglês).
Treze combatentes ficaram bastante doentes por toda a vida:
stresse psicológico, pulmões queimados pelos gases, tuberculose…
Dos 56 militares do CEP, 20 deles (36%) sofreram castigos
e/ou estiveram mesmo presos por atos de indisciplina e até revolta militar;
incluindo o Major Fabião, que inicialmente era um dos oficiais do RI 22 de
Portalegre, mas que depois desempenhou funções noutro regimento.
José Teodoro Prata
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