terça-feira, 3 de outubro de 2023

Gente Nossa

José Hipólito


Regressar às origens para fazer vinho, na Beira Interior

Luísa Marinho e Fernando Melo

02/10/2023

Foi na Beira Interior que nasceu a Adega 23, projeto idealizado por Manuela Carmona, médica apaixonada por vinhos. Com tudo feito de raiz, desde a plantação das videiras à adega, a marca começou com três blends e já aumentou o seu portfólio.

Manuela Carmona, natural de Castelo Branco e com vida feita em Lisboa, onde trabalha como oftalmologista, foi aos poucos apaixonando-se pelo mundo dos vinhos. Até que acabou por desejar produzir as suas próprias referências. Em Sarnadas de Ródão, perto da sua terra natal e ao lado da A23, encontrou um espaço ideal. Naquilo que era um “autêntico matagal”, como a própria lembra, construiu uma adega moderna e plantou 12 hectares de vinha, em 2015.

Com Rui Reguinga, que desde o início está no projeto e que continua a ser o enólogo consultor, desenhou os três primeiros blends, um tinto, um branco e um rosé, bem como, a seguir, o espumante de Arinto, um bruto natural. “As coisas evoluíram”, conta a médica que continua a rumar todos os fins de semana ao interior para se dedicar ao vinho.

Com José Hipólito como enólogo residente desde 2020, foi possível começar a pensar em mais vinhos. Continuam com os três blends e acrescentaram ao portfólio um reserva Syrah e Alicante Bouchet, e os monovarietais de Syrah, Viognier, Rufete e Síria, estas últimas castas identitárias da Beira. “O Rufete tem uma cor que parece Pinot Noir. É um vinho leve, que se deve beber mais fresco do que outros tintos. É bom no verão e com pratos de peixe.” A Adega 23 está aberta a quem a quiser conhecer. Durante a semana, as visitas são orientadas por Hipólito e ao fim de semana pela própria Manuela, que não se cansa de andar de um lado para outro. “Faço o melhor possível, já tenho a minha rotina profissional estabelecida e os vinhos são uma atividade divertida.” 

Manuela Carmona é médica oftalmologista e produtora assumida na região que a viu crescer. Os vinhos Adega 23 acabam de ver a gama aumentada e este varietal de Rufete – ou Tinta Pinheira – é fortemente identitário. Elegância a toda a prova, extração muito contida e muito sabor fazem dele excelente parceiro à mesa. Vinho feminino e ao mesmo tempo viril, a dualidade é fascinante. Com o enólogo José Hipólito está a produzir vinhos muito especiais. 

Ler aqui: https://www.evasoes.pt/beber/regressar-as-origens-para-fazer-vinho-na-beira-interior/1066308/

Nota: O José Hipólito é filho dos nossos Ernesto Hipólito e Celeste Jerónimo.

José Teodoro Prata

Um comentário:

Anônimo disse...

É destas pessoas com paixão pela natureza e pelas origens que precisamos no Interior. Se calhar nem necessitava, e é por isso que é ainda mais de louvar. É pena não ser na Vila.
O Zé Hipólito desfaz-se por S. Vicente da Beira e enquanto não se apanhou cá não descansou. Tem boa cepa e bons ensinamentos para isso. Já não é a primeira vez que escrevo isto: queremos investimentos para tentar fixar jovens casais. É isso que pode fazer a diferença nesta terra.
Até pode ser que o Zé Hipólito venha a ter o seu próprio projecto em S. Vicente da Beira (quem sabe), e com isso fixar outras pessoas.
Abraços, hã!
J. Barroso.

Nota: enviei um comentário para o post anterior; será que não chegou?