José Hipólito
Regressar às origens para fazer vinho, na Beira Interior
02/10/2023
Foi na Beira Interior que nasceu a Adega 23, projeto idealizado por Manuela
Carmona, médica apaixonada por vinhos. Com tudo feito de raiz, desde a
plantação das videiras à adega, a marca começou com três blends e já aumentou o
seu portfólio.
Manuela Carmona, natural de Castelo Branco e com vida feita em Lisboa, onde
trabalha como oftalmologista, foi aos poucos apaixonando-se pelo mundo dos
vinhos. Até que acabou por desejar produzir as suas próprias referências. Em
Sarnadas de Ródão, perto da sua terra natal e ao lado da A23, encontrou um
espaço ideal. Naquilo que era um “autêntico matagal”, como a própria lembra,
construiu uma adega moderna e plantou 12 hectares de vinha, em 2015.
Com Rui Reguinga, que desde o início está no projeto e que continua a ser o
enólogo consultor, desenhou os três primeiros blends, um tinto, um
branco e um rosé, bem como, a seguir, o espumante de Arinto, um bruto natural.
“As coisas evoluíram”, conta a médica que continua a rumar todos os fins de
semana ao interior para se dedicar ao vinho.
Com José Hipólito como enólogo residente desde 2020, foi possível começar a
pensar em mais vinhos. Continuam com os três blends e acrescentaram ao
portfólio um reserva Syrah e Alicante Bouchet, e os monovarietais de Syrah,
Viognier, Rufete e Síria, estas últimas castas identitárias da Beira. “O Rufete
tem uma cor que parece Pinot Noir. É um vinho leve, que se deve beber mais
fresco do que outros tintos. É bom no verão e com pratos de peixe.” A Adega 23
está aberta a quem a quiser conhecer. Durante a semana, as visitas são
orientadas por Hipólito e ao fim de semana pela própria Manuela, que não se
cansa de andar de um lado para outro. “Faço o melhor possível, já tenho a minha
rotina profissional estabelecida e os vinhos são uma atividade
divertida.”
Manuela Carmona é médica oftalmologista e produtora assumida na região que a viu crescer. Os vinhos Adega 23 acabam de ver a gama aumentada e este varietal de Rufete – ou Tinta Pinheira – é fortemente identitário. Elegância a toda a prova, extração muito contida e muito sabor fazem dele excelente parceiro à mesa. Vinho feminino e ao mesmo tempo viril, a dualidade é fascinante. Com o enólogo José Hipólito está a produzir vinhos muito especiais.
Ler
aqui: https://www.evasoes.pt/beber/
Nota: O José Hipólito é filho dos nossos Ernesto Hipólito e Celeste Jerónimo.
José Teodoro Prata
Um comentário:
É destas pessoas com paixão pela natureza e pelas origens que precisamos no Interior. Se calhar nem necessitava, e é por isso que é ainda mais de louvar. É pena não ser na Vila.
O Zé Hipólito desfaz-se por S. Vicente da Beira e enquanto não se apanhou cá não descansou. Tem boa cepa e bons ensinamentos para isso. Já não é a primeira vez que escrevo isto: queremos investimentos para tentar fixar jovens casais. É isso que pode fazer a diferença nesta terra.
Até pode ser que o Zé Hipólito venha a ter o seu próprio projecto em S. Vicente da Beira (quem sabe), e com isso fixar outras pessoas.
Abraços, hã!
J. Barroso.
Nota: enviei um comentário para o post anterior; será que não chegou?
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