No domingo, dia 28, os vicentinos juntaram-se e partilharam as suas memórias do 25 de Abril, na Biblioteca, em mais uma tertúlia do projeto Conta-me histórias, que visa animar esta comunidade.
Recordaram-se os tempos
em que a Pide vinha inquirir junto do pároco sobre as três pessoas que
habitualmente não iam à missa e contou-se o caso do rapaz que aos domingos ia
namorar a terra alheia, faltando à missa, e concorreu à Polícia, à GNR e à Guarda
Fiscal, mas só foi chamado depois de levar um cabrito ao senhor vigário. E a
história daquela menina de Aldeia de Joanes, que lia semanalmente o Jornal do
Fundão ao pai e que um dia foi abordada pela Pide que lhe perguntou o que mais
gostava de ler no jornal, mas ela respondeu que só lia o anúncio que o pai
mandava publicar no jornal.
Lembrámos o nosso
militar de Abril, o nosso padre democrata e o nosso empresário que numa noite
mudou o nome da nossa Praça, de Salazar para 25 de Abril. E as primeiras férias
pagas e a ameaça de incendiar a casa a quem as pagava e fazia descontos para a Segurança
Social.
Mais a criação dos
autocarros para estudantes e as colónias de férias em que as crianças
apreendiam um mundo novo. E as greves por melhores salários, o fim da guerra, a
alegria de sermos livres, o recenseamento eleitoral com pausa para a Gabriela,
as primeiras eleições e a vizinha que demorou muito a votar, porque havia
muitos partidos com quadradinho onde traçar a cruz.
No dia 19 de maio
voltamos a encontrar-nos em nova tertúlia, pelas 15 horas, com a Senhora da
Orada como tema e local.
Esta segunda tertúlia
foi quase totalmente organizada pelas responsáveis da Biblioteca (Celeste, Libânia
e Conceição) e pela Maria da Luz. O nosso obrigado e as minhas desculpas, pois
na sessão esqueci-me de lhes agradecer, assim como ao presidente da Junta.
José Teodoro Prata
Seguem-se as fotos da Rita Amaro:
Um comentário:
O muito que foi dito sobre o antes do 25 de abril de 1974 não foi novidade para mim, que o sofri, como quase toda a gente, mas principalmente por ter nascido mulher numa aldeia de Portugal.
Não sabia era o que tinha perdido nos tempos que se seguiram, em grande parte “culpa” do Adelino. Mais uma vez fiquei com a ideia de que ando sempre em contramão…
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