Demóstenes
Vou contar uma verídica
história
Que se passou na Antiguidade
Numa grande e próspera
cidade
Atenas; urbe de grande
memória
Demóstenes o filósofo,
discursava
Na grande praça central
A multidão passava e não
parava no local
O povo distraído não lhe
ligava
Atenienses; clamava
irritado
Certo dia de muito calor e
seca
Um rapaz alugou uma pileca
Para o levar a um
determinado lado
Era a hora do meio-dia
Não havia sombra para o ir
tapando
Aproveitou a sombra do
burro e ia andando
O dono não gostou do que
via
Eu aluguei meu burrinho
Não aluguei sua sombra
benfazeja
Se a quiser aproveitar
como deseja
Tem que me dar mais
dinheirinho
Não acredito no que estou
a ouvir
Diz o rapaz incrédulo e
espantado
Ao alugar o burro sua
sombra hei alugado
Depois disto contado
Demóstenes desceu do
púlpito
Perguntou o povo, de
súbito
Que aconteceu ao coitado!
Então o grande orador
Para o céu os olhos voltou
Deuses, vejam como o povo
se interessou
Por este conto balofo e
sem grande valor
Assim é no tempo actual,
de agora
Há interesse por
futilidades
E lança-se o que é bom fora
Zé da Villa