domingo, 13 de junho de 2010

Programa da Feira


Clicar na imagem, para ver melhor.

No dia 20, domingo, entre as 9h e as 12h, realiza-se o percurso pedestre pela Vila.
Será um passeio essencialmente urbano e cultural, mas com muitos cheirinhos de ruralidade.

Percurso:


1. Igreja Matriz: a origem, as fases de construção e a arte sacra.
2. A Praça como centro do poder político e religioso.
3. A Casa da Câmara: a origem, a reconstrução de 1765 e as várias dependências.
4. O Solar do Conde de S. Vicente.
5. A Albergaria do Espírito Santo e a Misericórdia; a Igreja da Misericórdia; a albergaria da Misericórdia; a arte sacra da Misericórdia.
6. O Solar dos Viscondes da Borralha.
7. O Convento das Religiosas Franciscanas; a Igreja do Convento.
8. As casas de Manuel Lopes e de Manuel Simões: Benedita Simões e os Cunha Pignatelly.
9. Portados quinhentistas e seiscentistas; janelas manuelinas.
10. A Judiaria de São Vicente.
11. A Casa da Roda, no entroncamento da Rua da Cruz com a Corredoura.
12. A Canada dos Gados, nos Carqueijais.
13. A antiga Capela de São Domingos, na Corredoura.
14. O Marzelo: o cruzamento de estradas, a fonte e a regadia.
15. São Sebastião: a capela; o hospital da Misericórdia; o lar da Misericórdia.
16. A Fonte Velha: a primitiva fonte; as mudanças; o largo, o monumento do centenário.

Intervalo para lanche.

17. Pela Rua Velha: A Rua Dona Úrsula; a Rua do Bêco; a Rua do Forno; a Rua das Lajes; a antiga casa do Visconde de Tinalhas.
18. A rua que vai da praça para a devesa; a ponte e a capela de Santo André, na Ribeirinha.
19. A Estrada Nova como estrada de circunvalação à Vila; o nicho.
20. São Francisco: de capela de Santo António a capela de São Francisco; de curral e açougue municipais a cemitério; a missão franciscana de 1744 e a Ordem Terceira; o Calvário e a Semana Santa.

Regresso à Praça e fim do passeio, a tempo dos interessados irem à missa das 12.30h.
Quanto ao almoço, cada um trata do seu: em sua casa, nas barraquinhas da Feira (haverá comida) ou no restaurante da "Mila".


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dois vicentinos-maestros em Silvares


A vila de Silvares não esquece os dois vicentinos que estiveram na génese da sua Filarmónica. Li a notícia no site: http://www.bandasfilarmonicas.com/bandas.php?id=234
O texto que se segue foi elaborado a partir dele.



A Filarmónica Silvarense foi a concretização de um desejo do povo de Silvares, vontade congregada pelo então pároco, Padre José Lopes de Assunção, natural de São Vicente da Beira, o qual juntou alguns notáveis da freguesia. Surgiu então a primeira direcção da Banda, em data que se desconhece, mas que terá sido por volta de 1919-1920.
Os homens que integravam essa direcção eram:

Padre José Lopes de Assunção
• Joaquim Nunes
• José Valentim
• Joaquim Ferrão
• António Rodrigues Fabião

A ideia partiu do Pároco da freguesia. As primeiras aulas foram ministradas pelo próprio Padre José Lopes de Assunção , durante algum tempo numa divisão da casa que é hoje pertença dos herdeiros do falecido Abílio Ladeira.

Sendo o entusiasmo e empenho dos aprendizes muito superior ao esperado, o Padre José Lopes de Assunção já não tinha capacidade e conhecimentos musicais suficientes para poder continuar com o projecto, tendo convidado um colega, o Padre José Maria de Bogas de Baixo, para se encarregar da formação dos músicos. O Padre José Maria trouxe para ali alguns instrumentos já velhos que pertenciam à Banda de Bogas de Baixo, para os músicos da Banda de Silvares poderem começar a tirar escalas. Mas, nesses tempos, não havia a facilidade de transportes que há hoje em dia e o Padre José Maria teve de abandonar o projecto.

A então “comissão instaladora” chamou um maestro, Ernesto Hipólito de Jesus, sapateiro de profissão, para poder continuar a ensaiar os músicos.
O maestro instalou-se, numa divisão de um palheiro, que também servia de local de ensaio, e onde ele podia continuar a exercer a sua profissão.
Os estatutos foram elaborados, em 1927. A comissão organizadora da Sociedade Filarmónica Silvarense foi a seguinte:

Ernesto Hipólito de Jesus (Maestro e sapateiro)
• Casimiro Pereira Brasinha (proprietário)
• José Ramos Paulos (agricultor)


O maestro Ernesto Hipólito de Jesus é o primeiro da fila de cima, a contar da direita.

O Padre José Lopes de Assunção nasceu em S. Vicente da Beira, no ano de 1888, filho de Joaquim Lopes e Maria Joaquina. O seu irmão, Luís Lopes, estava casado com Maria José Afonso Lopes, natural do Vale de Figueiras. Este casal vivia no alto da Rua da Cruz, na maior casa à esquerda de quem sobe.
Neste blogue, por duas vezes fiz referência a esta Maria José Afonsa, como nós dizíamos, que conheci já viúva.
Numa próxima publicação, darei informações sobre o maestro Ernesto Hipólito de Jesus.

sábado, 5 de junho de 2010

Cruciformes


Casa da Rua Manuel Simões, ao cimo, já perto do entroncamento com a Rua da Cruz.

Em trabalho anterior, expliquei a origem, segundo alguns estudiosos, das pedras salientes dos lados das janelas.
Um outro vestígio deixado pelos nossos antepassados cristãos-novos são os cruciformes: cruzes de várias formas, gravadas nos portados das habitações.
Estas cruzes encontram-se por toda a Beira raiana, região onde se fixaram dezenas de milhares de milhares de judeus expulsos de Espanha, após 1492.
Em 1495, é a vez de Portugal ser varrido pela intolerância religiosa que proibiu o culto dos judeus e dos mouros (muçulmanos). Milhares de judeus abandonaram o Reino de Portugal, nos anos seguintes, mas muitos outros aqui permaneceram, tendo-se convertido ao cristianismo.
Estes passaram a ser designados por cristãos-novos, em oposição aos portugueses que praticava o cristianismo desde sempre e por isso conhecidos por cristãos-velhos.
Ora os cristãos-novos eram olhados com desconfiança pelos cristãos-velhos, alguns injustamente, mas outros não, pois continuavam a praticar secretamente ritos religiosos judaicos.
Uns e outros gravavam cruzes nos portados das suas habitações, para mostrarem a todos que eram bons cristãos e assim se livrarem de desconfianças e perseguições, sobretudo da Inquisição, introduzida em Portugal, no ano de 1536.
Vários cristãos-novos de S. Vicente da Beira foram presos e julgados por este tribunal religioso que prolongou a sua acção até à segunda metade do século XVIII.


Janela da casa acima apresentada, com porta de madeira, do tempo em que ainda não se usavam janelas com vidros.


Portado da mesma casa, com o cruciforme na ombreira da direita.


Pormenor do cruciforme do portado anterior.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Judeus e Cristãos-Novos

Participei, neste domingo, num passeio à judiaria de Castelo Branco e numa conferência sobre "Judeus, Cripto-Judeus e Cristãos-Novos: a casa doméstica na Beira Interior quinhentista", ambos dinamizados pelo Arquitecto José Afonso.
Falou-se frequentemente de S. Vicente da Beira, uma das muitas povoações da Beira onde existiu uma comunidade judaica desde finais da Idade Média.
Tenciono apresentar informações sobre esta comunidade, na I Feira de Artesanato e Gastronomia, a realizar nos dias 18, 19 e 20 de Junho (e não nos dias 11, 12 e 13, como inicialmente estava previsto e cheguei a noticiar neste blogue).
Será no dia 20, domingo, entre as 9 e as 12 horas, numa visita guiada pela Vila.


Segundo estudos realizados, a tradição beirã de deixar pedras salientes dos lados da janela, onde se colocam vasos de flores, tem a sua origem na tradição judaica de ali colocar o candelabro aceso, nas noites de festa religiosa.
Casa da Rua Manuel Lopes.



Candelabro judaico (Menorah), um dos símbolos religiosos do judaísmo.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dia de Portugal...


A artista Luci Bento, natural do Vale de Figueiras e a viver, actualmente, na Partida, é um dos 10 finalistas ao concurso “Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa”.
No dia 8 de Junho, estará no Museu do Oriente, em Lisboa, onde participa num encontro entre candidatos finalistas vindos dos vários pontos do globo, entidades oficiais e empresas. As actividades serão encerradas pelo Senhor Presidente da República.
Depois segue para o Algarve, integrada na comitiva das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, este ano realizadas na cidade de Faro. No dia 10 de Junho, pela televisão, saberemos se foi uma das vencedoras.
Boa Sorte!

Nota: A imagem acima apresentada é um pormenor de uma fotografia tirada pelo Pe. José Leitão, numa exposição de pintura da artista, realizada em S. Tiago, Partida. A foto já foi publicada nos Enxidros e nela estão, além de Luci Bento, o Pe. Branco e os presidentes da Câmara e da Junta.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Cristo-Rei de Almada


Há meses, anunciei a publicação do livro "Por alturas do Cristo-Rei de Almada", do nosso conterrâneo José Miguel Teodoro.
A apresentação é já este sábado, 29 de Maio, pelas 16 horas, no auditório do Convento dos Capuchos, na Caparica.
Estarão presentes as autoridades eclesiásticas: o Bispo de Setúbal e o Reitor do Santuário Cristo-Rei.
A edição é da Câmara Municipal de Almada.
O convite abaixo apresentado é para todos os leitores Dos Enxidros.