terça-feira, 13 de julho de 2021

Análise Swot

Diz-me a Wikipédia que Análise SWOT ou Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças, em português) é uma técnica de planeamento estratégico utilizada para auxiliar pessoas ou organizações a identificar forças, fraquezas, oportunidades, e ameaças relacionadas à competição em negócios ou planejamento de projetos. Destina-se a especificar os objetivos de riscos do negócio ou projeto e identificar os fatores internos e externos que são favoráveis e desfavoráveis para alcançar esses objetivos.

 

O José Miguel Teodoro já deu o pontapé de saída neste debate e hoje secundo-o (mas não sei se conseguirei swotar corretamente).

 

A barragem do Pisco

Pontos fortes:

Biodiversidade da fauna e da flora;

Beleza paisagística;

Clima amenizado pela massa de água;

Facilidade de criar um circuito pedestre de média distância (cerca de 6 km?), de grau de dificuldade fácil, de forma circular (com partida e chegada à nossa praça;

Possibilidade futura da existência uma praia fluvial e da prática de desportos aquáticos na albufeira (se continuar desativada para abastecimento de água ao domicílio);

Existência, a jusante, de uma casa de turismo rural (Lugar do Ainda) e de uma quinta de agricultura biológica (Fonte da Pipa – família inglesa), a integrar no circuito pedestre;

Encontra-se à venda a quinta do Casal do Pisco.

Pontos fracos:

O circuito pedestre teria de ter um troço na estrada, entre o fundo da Barreira do Hospital e o Alto da Fábrica; o ideal seria passar do fundo da Oriana para o Casal do Pisco, mas o espaço necessário (algumas dezenas de metros) é propriedade privada e ainda teria de se romper o muro do Casal do Pisco, também privado. É possível aglutinar vontades?

O percurso pedestre já foi marcado há alguns anos, mas nunca foi divulgado (não existe folheto no Turismo de Castelo Branco), nem se fez a sua manutenção, pelo que troços do percurso desapareceram na vegetação, assim como a respetiva sinalética. Penso que não existe oficialmente e a junta de freguesia que o criou deixou-o também morrer. Vários mandatos de junta se seguiram, sem que o projeto tenha sido retomado e concluído. Desconheço os motivos.

Há gente e vontade para fazer a manutenção do percurso, em regime de voluntariado, se acaso a sua manutenção falhou por falta de meios da junta? (à semelhança do que se faz/fazia na Senhora da Orada). Noticiou-se há dias que os reclusos do Estabelecimento Prisional de Castelo Branco vão ser envolvidos nos arranjos dos espaços verdes do concelho…

Quererá a nova junta, a eleger em breve, abraçar este projeto, dando-lhe existência legal e efetiva?

 

José Teodoro Prata

domingo, 11 de julho de 2021

Swot quê?

Partindo do alerta do J. Barroso sobre a inutilidade de estudos teóricos sobre coisas que estão mais que diagnosticadas (ele exprime isto com maior exactidão), trago mais combustível para este desafio. A primeira entrega, de 5.

Partilho hoje o primeiro “ponto forte” (ou “fraco”, consoante o ângulo de observação) que vejo em SVB. Numa perspectiva situação/problema à acção, acrescento uma proposta de trabalho.  

1 – Pessoas

Quem somos, hoje?

Andamos a contar mortos (é uma expressão do meu amigo e colega quando andámos, juntos, a fazer o levantamento e registo dos mortos provocados por uma doença fatal no séc. XVII, pelos registos paroquiais), fazemos livros sobre meia dezena de varões locais de nome sonante, escrevemos sobre momentos de glória do passado. Ainda existe margem para mais, mas já vamos com um quadro bem composto. Muito passado, pouco presente.

E se Dos Enxidros tivesse um registo biográfico dos SVB, residentes/ausentes, incluindo os descendentes, com uma pequena biografia individual (e o que fazem, que profissões)? Organizada alfabeticamente, permitindo pesquisa online e leitura.

Permite: conhecermo-nos, frequentarmo-nos (eu poderia recorrer, se houvesse por aqui um oculista ou um médico de especialidade lá das nossas bandas, ou comprar botões na retrosaria daquela senhora das Quintas), olear e expandir a “rede”.   

JMT

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Fado na Praça

 A notícia é fresquinha, de hoje, no Reconquista.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 5 de julho de 2021

O nosso Belgais

O jornal Reconquista de 1 de julho noticia um evento musical de âmbito internacional organizado pelo centro de artes da Quinta da Lira. O congresso decorrera em finais de agosto, em Castelo Branco, com atividades em São Vicente da Beira, na semana anterior.

A Quinta da Lira situa-se na encosta da Oles e segue um conceito totalmente novo entre nós: o de floresta jardim/horta, em que a natureza cresce livremente, em total respeito pela biodiversidade. 

Parabéns à proprietária e dinamizadora.



Para conhecer a associação organizadora do congresso (ANIMUSIC), clicar em: https://sites.google.com/site/animusicpt/

(Ao lato, à direita, mudar de inglês para português)

José Teodoro Prata

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Os Sanvicentinos na Grande Guerra

 Francisco Patrício Leitão

 

Francisco Patrício Leitão nasceu em São Vicente da Beira, no dia 17 de setembro de 1894. Era filho de José Patrício Leitão e Bárbara de Oliveira, proprietários e moradores na rua do Convento.

Alistou-se no dia 9 de julho de 1914, como recrutado, e foi incorporado no 2.º Batalhão do Regimento de Infantaria 21, no dia 13 de maio de 1915. Sabia ler, escrever e contar e tinha a profissão de jornaleiro. Foi vacinado.

Ficou pronto da instrução da recruta em 28 de agosto e foi licenciado a 29 do mesmo mês, domiciliando-se novamente em São Vicente da Beira. Voltou a apresentar-se no dia 16 de setembro e, em 15 de abril de 1916, foi promovido a 1.º Cabo.   

Fazendo parte do CEP, embarcou para França, no dia 21 de janeiro de 1917, integrado na 1.ª Companhia do 2.º Batalhão do Regimento de Infantaria 21, no posto de 1.º Cabo, com o n.º 515, chapa de identificação n.º 8737.



O seu boletim individual do CEP esclarece pouco sobre o percurso de Francisco no teatro de guerra, para além de que participou no raide efetuado pela sua companhia, em 9 de março de 1918, e que esteve na Linha de Aldeia, desde 20 de janeiro até 6 de fevereiro.

Regressou a Portugal, no dia 28 de fevereiro de 1919, a bordo do vapor inglês Helenus.

Passou ao Regimento de Infantaria de Reserva 21, em dezembro de 1924, e à reserva efetiva, no mês de agosto de 1928.

Louvores e condecorações:

  • Louvado pela coragem demonstrada durante o raide realizado pela sua companhia, no dia 9 de março de 1918.
  • Medalha comemorativa das campanhas do Exército Português em França.


Família:

Francisco Patrício Leitão casou com Maria Santiago, natural do Ninho do Açor, no dia 3 de junho de 1922 (Maria Santiago ficou conhecida em São Vicente como Maria do Ninho). Deste casamento nasceu apenas um filho: Emídio Patrício Costa Andrade que partiu ainda jovem para estudar, dizem que primeiro no seminário e depois em Lisboa, onde se formou em engenharia. Emídio Patrício foi casado e teve dois filhos (não foi possível confirmar este dado). Viveu muitos anos em Angola e, quando regressou a Portugal, ficou a residir com a família em Lisboa. Poucas vezes voltou à terra depois da morte dos pais, pelo que não há muitas memórias dele em São Vicente.

Francisco Patrício Leitão trabalhou durante muitos anos em São Fiel (inicialmente na secção do Sanatório e mais tarde no Reformatório), para onde entrou em agosto de 1933 e onde tinha as funções de vigilante/porteiro. Fazia o caminho sempre a pé, muitas vezes acompanhado pelo senhor Joaquim dos Santos, que nessa altura também lá trabalhava como professor de música. Contam que uma vez, ao regressar a casa, já de noite, chovia tanto que quando ia para atravessar a ribeira do Louriçal (Ocreza) foi arrastado pela água. Valeram-lhe uns choupos que havia um pouco mais abaixo, que evitaram que fosse na enxurrada. Só deram por ele já no dia seguinte, felizmente ainda com vida, mas muito maltratado.



Para além do trabalho em São Fiel, geria algumas propriedades que tinha, quer no Ninho do Açor, heranças da mulher, quer em São Vicente da Beira.

A esposa faleceu em Lisboa, no ano de 1979, e ele terá falecido uns anos depois. Não foi possível apurar ao certo a data e o local da sua morte, uma vez que não consta nenhuma informação no seu registo de batismo, nem no livro de enterramentos do cemitério desta Vila. É provável que tenha falecido também em Lisboa, já nos anos oitenta do século passado.

 

(Pesquisa feita com a colaboração de várias pessoas de São Vicente e funcionários da Tapada da Renda, Louriçal do Campo)

Maria Libânia Ferreira

Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"

domingo, 27 de junho de 2021

O tempo em maio

Resumo Climatológico de maio de 2021

2021-06-14 (IPMA)

Em maio de 2021 o valor médio da temperatura média no Globo foi 0.26 °C superior ao valor médio de 1991-2020 e inferior em 0.46 ° C na Europa (Fig. 1).

Em maio de 2021, a maior parte da Europa teve temperaturas inferiores à média. Na Alemanha foi o maio mais frio desde 2010 e no Reino Unido verificaram-se temperaturas máximas muito baixas. Por outro lado, ocorreram temperaturas acima do valor médio na região leste do continente, no sul de Espanha, Grécia, Turquia e oeste da Noruega. Por exemplo, na Rússia, as temperaturas ultrapassaram 30 °C na zona norte do Círculo Polar Ártico.

Em relação à precipitação o mês foi mais húmido do que a média na maior parte da Europa central e do norte e mais seco do que a média no restante continente.

Em Portugal continental o mês de maio de 2021, classificou-se como quente e muito seco em relação à precipitação (Fig. 2).

Em relação à temperatura do ar, o valor médio da temperatura média, 16.20 °C, foi +0.47 °C em relação ao valor normal 1971-2000.

O valor médio de temperatura mínima do ar, 9.75 °C, foi o 3 º mais baixo desde 1931, com uma anomalia de -0.74 °C; o valor médio de temperatura máxima do ar, 22.64 °C, foi superior ao valor normal, +1.68 °C.

O valor médio da quantidade de precipitação em maio, 32.8 mm, foi inferior ao valor normal 1971-2000 correspondendo a 46 %. De salientar durante o mês o dia 31 de maio, na região nordeste do território, a ocorrência de aguaceiros fortes, queda de granizo e trovoada.

Assim no final de maio verificou-se um aumento da área em seca meteorológica assim como da intensidade na região Sul. As regiões do Baixo Alentejo e Algarve estão na classe de seca moderada com alguns locais em seca severa. De salientar também a região nordeste na classe de seca fraca.


Encontrei esta preciosidade num site (o do Instituto Português da Terra e do Mar) que visito mais de uma vez por semana, embora nunca me tivesse interessado pela informação da margem esquerda.

Na mesma altura, dei de caras (no Estátua de Sal) com um artigo do Miguel Sousa Tavares ("O futuro dos jovens socialistas", publicado no Expresso) de que vos deixo este parágrafo:

Mas não é disso que fala o relatório da ONU. Não é de boas intenções, daquelas que enchem o inferno: é do próprio inferno que avança sobre nós e que cada vez está mais próximo. O relatório chama-lhe a “próxima pandemia” e avisa que para esta não há vacina, será mais prolongada e terá efeitos muito mais devastadores, podendo durar décadas e conduzir à fome, ao déficit energético, ao caos ambiental e social, a guerras e migrações que a Idade Contemporânea nunca viu. Trata-se, como toda a gente inteligente ou informada sabe, da falta de água no planeta, causada pelas secas prolongadas ou súbitas com origem nas alterações climáticas. Há muito que relatórios semelhantes nos vêm avisando para isto, e o que este tem de mais assustador é que é mais recente, reunindo dados mais actualizados, mais bem medidos e melhor analisados. Em Glasgow, os governantes do planeta serão confrontados com a realidade que muitos teimam em não querer ver e chegará a hora da verdade, já sem um Trump como desculpa para a inércia colectiva. Sendo, porém, verdade que uns países estão mais ameaçados de imediato que outros. E entre os mais ameaçados estão, primeiro que todos, os países do Sul da Europa e, depois, os da África Ocidental. Azar o nosso, Portugal fica exactamente no Sul da Europa (e, não fosse o relatório dizê-lo, ninguém aqui tinha ainda dado por isso). Mas o relatório também diz que a ameaça da falta de água é agravada “pelo uso ineficiente dos recursos de água, a degradação dos solos devido à agricultura intensiva, a deflorestação, o uso elevado de fertilizantes e pesticidas, o pasto intensivo e a elevada extracção de água para fins agrícolas”. Oh, que azar o nosso! Tirando a deflorestação, que remete para a floresta amazónica e a política agrícola-incendiária de Bolsonaro, tudo o resto é exactamente o que caracteriza a nossa “agricultura moderna”, tão louvada e acarinhada pela nossa ministra da Agricultura. Ou seja, estamos no epicentro do sismo e a fazer tudo o que podemos para que ele nos atinja em cheio.


Por mim, fiquei espantado com esta ameixeira. Tenho-a há mais de 10 anos no Ribeiro Dom Bento, nunca deu nada, exceto há dois anos alguns frutos raquíticos, mas este ano surpreendeu-me com uma carga enorme e frutos bem desenvolvidos. Está a gostar do calor do inferno que já se anuncia...


José Teodoro Prata

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Mapa covid

 


José Teodoro Prata