Os óbitos de Outubro
A freguesia de São Vicente da Beira registou, entre 1917 e 1919, uma média mensal de 4,8 óbitos, sem contar com Outubro e Novembro de 1918, os meses da gripe pneumónica. Nestes, o número de mortos subiu para 20, em Outubro, e 66, em Novembro.
Esta maior mortalidade em Novembro contraria a tendência nacional, em que o mês mais mortífero foi o de Outubro.
Como os registos do Hospital só nos dão informação detalhada de 4 óbitos por gripe pneumónica, temos de utilizar os registos paroquiais, que não apontam a causa da morte.
Nem todos morreram por gripe pneumónica, nestes dois meses, mas foram a quase totalidade. A gripe pneumónica atacou sobretudo os jovens e adultos jovens, pelo que temos de excluir os idosos, possivelmente já imunizados por uma epidemia da mesma doença ocorrida em 1889. Os bebés talvez também tenham sido vitimados pela gripe pneumónica, embora nestes não haja tantas certezas, pois ainda era habitual morrerem muito e raramente eram levados ao hospital.
Apresentam-se, hoje, os óbitos de Outubro de 1918. Transcrevem-se os nomes tal como foram registados.
02-10-1918: Leopoldina, de 1 ano, filha de Manuel Joaquim e Maria Domingas, naturais e moradores no Tripeiro.
02-10-1918: Maria, de 16 meses, filha de Antonio Soares cruz e Maria Serra, jornaleiros, naturais e moradores no Casal da Serra.
04-10-1918: Gracinda, de 4 anos, filha de Antonio Afonso e Maria da Conceição, jornaleiros, naturais e moradores no Tripeiro.
12-10-1918: Antonio, de 1 ano, filho de João Caio e Serafina da Conceição, jornaleiros, naturais e moradores no Casal da Serra.
12-10-1918: João Nunes, de 45 anos, solteiro, mendigo/jornaleiro, natural do Mourelo. Faleceu no Hospital, de febre paratifóide.
16-10-1918: Maria dos Anjos da Silva Leal, de 35 anos, casada, doméstica, natural dos Pereiros, filha de Joaquim da Silva Leal e Isabel Maria, proprietários.
22-10-1918: Jose Duarte Soalheira, de 70 anos, viúvo de Antonia Clara, jornaleiro, natural e morador em S. Vicente da Beira, filho de Francisco Duarte e Luiza Bernarda.
22-10-1918: Albertina, de 20 meses, filha de Francisco João e Joaquina Alves, naturais e moradores na Paradanta.
24-10-1918: Jacinta Maria, de 34 anos, casada com Joaquim Bartolomeu, natural e moradora na Partida, filha de João Alexandre e Joaquina Maria.
26-10-1918: Adrião Mateus, 27 anos, solteiro, jornaleiro, natural e morador em S. Vicente da Beira, filho de José Mateus e Maria Luxindra, também de S. Vicente.
26-10-1918: Maria de Oliveira, de 52 dias, filha de Lopo Vitorino e Carolina de Oliveira, naturais e moradores em S. Vicente da Beira.
28-10-1918: Maria Luisa, de 3 anos, filha de Alexandre Caio e Antonia Carlota, naturais e moradores no Casal da Serra.
29-10-1918: Maria Amalia Roque, de 21 anos, solteira, doméstica. Filha de Manuel Roque e Ludovina Varanda, moradores em S. Vicente da Beira, na Rua Nicolau Veloso.
30-10-1918: Emilia do Rosario, de 23 anos, doméstica, filha de Francisco Afonso e Maria Sebastiana, naturais e moradores no Tripeiro.
30-10-1918: Maria do Rosario, de 23 anos, doméstica, filha de Antonio Fernandes (já falecido) e Maria Ludovina, moradora em S. Vicente da Beira.
30-10-1918: Antonio Caio, de 16 meses, filho de Alexandre Caio e Antonia Carlota, naturais e moradores no Casal da Serra.
31-10-1918: Ana Ramalho, de 29 anos, doméstica, filha de João Ramalho e Maria de São Pedro, todos naturais e moradores no Casal da Serra.
31-10-1918: Antonio Lourenço, de 28 anos, natural do Tripeiro, filho de José Lourenço e Maria Joaquina, moradores também no Tripeiro.
31-10-1918: Antonio Candeias, de 14 anos, pastor, filho de Manuel Luis Candeias e Maria da Conceição, naturais e moradores em S. Vicente da Beira. Faleceu de gripe pneumónica, no Hospital.
31-10-1918: João Marcelino, de 25 anos, filho de Joaquim Marcelino e Maria Ana, todos naturais e moradores no Tripeiro.
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