sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Casamentos, 1803

CASAMENTOS, 1803

Paróquia de Nossa Senhora da Assunção
São Vicente da Beira

- Quando, há uns meses, iniciei a recolha e publicação sistemática dos registos paroquiais da nossa freguesia, tinha intenção de o fazer para batismos, casamentos e óbitos, mas não me foi possível fazer o dos casamentos, porque os ficheiros que me deram, os da Torre do Tombo, em Lisboa, não tinham os casamentos após 1803.
Mas agora o Arquivo Distrital de Castelo Branco colocou, online, os registos paroquiais que tem: batismos, de 1851 a 1911, casamentos, de 1803 a 1911, e óbitos de 1843 a 1911. É fácil consultar. Podem escrever o nome do arquivo ou fazê-lo por esta hiperligação dessa página:
Assim, começo hoje a publicar os registos dos casamentos, pelo ano de 1803.

- Este trabalho que estou a realizar é também enviado para uma equipa de pessoas que está a fazer a genealogia de toda a população do concelho de Castelo Branco. As partes da Póvoa de Rio de Moinhos, Alcains e Salgueiro já estão online:

- O que se terá passado com o noivo do registo n.º 6? Prometeu-se a uma e casou com outra!

- Tínhamos dois soldados no Regimento de Cavalaria de Almeida, um da Partida (n.º 6) e outro do Sobral (n.º 8). Era bom organizarmos uma visita a Almeida, para vermos onde os nossos antepassados cumpriram o serviço militar!

- O casamento mais importante do ano realizou-se na capela do Casal da Serra, que sabemos ser particular, dos irmãos João e José Duarte Ribeiro, o José já falecido, em maio deste ano de 1803, fundadores da Casa Grande do Casal da Serra (a casa a seguir à esquina antes da segunda fonte). A capela era devotada a São João Batista e fora construída nos anos 60 do século XVIII. Situava-se no seguinte local: nas traseiras da atual capela, a rua bifurca-se em duas e, subindo pela da esquerda, a capela situava-se no lugar da atual casa da primeira esquina, à esquerda. Depois serviu de Escola Primária.

- Com tão grande mortalidade de crianças e jovens, poucos chegavam à idade de casar (e vários noivos eram viúvos). Só 10 casamentos!

1
Noivos: Joaõ Nunes, viúvo de Caterina Nunes, do Sobral do Campo, com Maria Leitoa, solteira, filha de Antonio Leitaõ e Maria Martins, dos Pereiros
Data: 26/01/1803
Testemunhas: Padre Joze Barata e Joze Fernandes, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

2
Noivos: Domingos Rodrigues, viúvo de Inocencia Antunes, do Louriçal do Campo, com Maria Francisca, viúva de Joze Rodrigues, da Paradanta (Peradanta)
Data: 06/02/1803
Testemunhas: Padre Joze Barata e Joaquim Joze de Brito, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

3
Noivos: Manoel Alves, solteiro, filho de Joaõ Alves e Maria Nunes, do Mourelo, com Jozefa Leitoa, solteira, filha de Teodoro Dias e Izabel Leitoa, da Partida
Data: 25/05/1803
Testemunhas: Padre Joze Barata e Joze Caetano, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

4
Noivos: Domingos Esteves Manteigas, viúvo de Francisca de Jesus, do Barbaído, com Jozefa Leitoa, solteira, filha de Joze Leitaõ e Mariana Jorge, já defuntos, da Partida
Data: 28/06/1803
Testemunhas: Padres Joze Barata e Joaõ Ribeiro, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

5
Noivos: Joam Antonio, solteiro, de S. Vicente da Beira, filho de Antonio Joze Carpinteiro, natural de Avô, bispado de Coimbra, e Tereza Caetana Engeitada, com Maria Jacinta Clara, solteira, filha de Domingos Alves Nogueira e Tereza Jacinta, de S. Vicente da Beira
Data: 20/07/1803
Testemunhas: Padres Joze Baratta e Joam Ribeiro, de S. Vicente da Beira
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

6
Noivos: Joze Dias, solteiro, da Partida, soldado de cavalo da 1.ª Companhia do Regimento de Almeida, filho de Teodoro Dias e Izabel Leitoa, também da Partida, com Jozefa Nunes, solteira, filha de Joam Alves e Maria Nunes, do Mourelo
Data: 24/07/1803
Testemunhas: Padres Joze Baratta de Gouvea e Francisco Duarte, de S. Vicente da Beira
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ
Observações: Joze Dias já contraíra esponsais com Maria Antunes, da Partida, mas ficou livre, por sentença do Vigário Geral do Bispado da Guarda, Izidoro Joze dos Santos

7
Noivos: Domingos Lopes Folgado, solteiro, de Escalos de Cima, filho de Domingos Lopes Folgado e Maria Nunes Cantoa, também dos Escalos de Cima, com Maria Martins, solteira, filha de Miguel Martins, das Rochas de Cima, e Maria Martins, do Violeiro
Data: 10/08/1803
Testemunhas: Doutor Antonio Joze Ferreira de Carvalho e Joze Antonio, de S. Vicente da Beira
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

8
Noivos: Joaquim dos Reis, solteiro, dispensado(?) da 1.ª Companhia da Cavalaria de Almeida, do Sobral do Campo, filho de Joze dos Reis e Maria Duarte, também do Sobral do Campo, com Ilena Maria da Conceissam, solteira, do Tripeiro (Terpeiro), filha de Salvador Gonsalves e Maria Francisco, também do Tripeiro
Data: 17/08/1803
Testemunhas: Pe. Joze Baratta e Manoel Rodrigues Castanheira, de S. Vicente da Beira
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

9
Noivos: Fabiam Francisco Leitam Guedelha, viúvo, do Orvalho, filho de Joze Antonio Leitam e Cecilia Francisca Guedelha, também do Orvalho, com Dona Joana Humblina Simoins Delegada Ribeira, filha do Capitão Joaõ Duarte Ribeiro e Dona Joana Delegada Simoins, assistentes em S. Vicente da Beira
Data: 26/11/1803
Testemunhas: Pe. Francisco Joze de Mesquita e Capitão Joaõ Barata de Gouvea
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ
Observações: O casamento realizou-se na capela do Casal da Serra

10
Noivos: Leonardo Vas, solteiro, filho de Rafael Vas e Angelica Pires, do Souto da Casa, com Jacinta Rodrigues, solteira, filha de Manoel Leitaõ e Maria Rodrigues, da Paradanta
Data: 04/12/1803
Testemunhas: Manoel Barata e Joze Fernandes,de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

José Teodoro Prata

3 comentários:

Anônimo disse...

Documento interessantíssimo!
Realmente é estranho ter havido apenas dez casamentos em 1803, quando o número anual de batismos, por essa altura, era bem maior!
Mas do que mais gostei, nesta publicação, foi do desafio a visitar Almeida. Nunca lá fui, mas está na lista das minhas próximas visitas. Em grupo, e com alguém entendido, será muito melhor! Eu vou! E, se não for possível ser antes, porque não por alturas da próxima Feira do Artesanato/ Medieval? Não será passeio pedestre, mas talvez seja possível arranjar algum patrocínio para o transporte.
Não é como com o desafio que lancei para uma sardinhada na Senhora da Orada. Nem o E. H. que me atentou o juízo, deu a cara. Depois veio com desculpas: que não viu, e mais isto e aquilo… Amigos destes!...
Também achei interessante a referência à Casa Grande. É também o título de um livro belíssimo que nos reaviva memórias de gentes, lugares, tradições e acontecimentos que fazem parte da nossa cultura e património. Recomendo, para os que gostam deste género de leitura.
E, já agora, outro desafio: o presidente da Associação Pequeno Lugar, na Partida, disponibilizou-se para uma visita guiada ao Centro Interpretativo das Mantas de trapos e da obra de António Salvado (alguns de nós tivemo-lo como professor…) e ao parque natural “Ribeirinha da Infância”. Nesta altura, tempo de férias e de festas, é difícil combinar alguma coisa, mas lá para o fim do mês ou princípio de Setembro, podíamos combinar uma visita. Acho que é bem mais interessante organizar uma visita para um grupo do que só para uma pessoa. Para despertar o apetite, espreitem só uma pescaria que por lá fizeram…

M. L. Ferreira

Ernesto Hipólito disse...

O meu patamar é tão alto, mas tão alto que não me permite responder a provocações de arrivistas citadinos!

E.H.

José Teodoro Prata disse...

Mas a Libânia tem razão: ela sugeriu uma sardinhada e todos ficámos calados.
Eu talvez tivesse mais obrigações, mas a verdade é que não me sinto o responsável do blogue, embora na pratica o seja!
Vou tentar compensar esta minha falha, brevemente.