No verão de 1974, fui com uns amigos acampar para a serra da Estrela, no final do ano letivo. Nesse tempo fazia-se campismo na Nave de Santo António. Até lá existia uma capela onde se dizia missa nos domingos. Mas além de uns chuveiros e umas torneiras, não havia mais nada. Era campismo selvagem, como agora se diz, mas a Nave ficava cheia de gente, talvez milhares.
À noite, fomos surpreendidos por magotes de gente que percorria o acampamento a cantar esta canção. De facto, ela resumia tantos anos de luta e sacrifícios dos operários da zona da Covilhã!
Não era esta que eu procurava, mas achei-a e não resisti, é um portento!
Poema e voz de Manuel da Fonseca, cantada por Vitorino.
Atentem bem na letra.
Um hino aos desprezados de todos os tempos!
José Teodoro Prata
Um comentário:
Realmente muito fortes, as cantigas! E é bom ouvi-las de vez em quando para não nos esquecermos do caminho que fizemos nestas quatro décadas. É verdade que nem tudo está bem e estaremos todos fartos de ouvir os discursos que ano após ano repetem a necessidade de melhorar a economia, a justiça, as condições de vida dos mais necessitados, etc. etc. tardando tanto que esse desígnio se cumpra.
Mas, apesar dos muitos males que ainda persistem em Portugal, o 25 de Abril trouxe-nos a paz e a liberdade que são o fundamento da dignidade humana.
M. L. Ferreira
Postar um comentário