domingo, 21 de maio de 2017

Béjar

Na passada quinta-feira, fui de visita de estudo a Espanha. A manhã foi passada em Moraleja, num intercâmbio escolar, e depois rumámos a Salamanca. Logo a seguir a Plasencia, surgiu-me aquela que eu conhecia apenas dos registos paroquiais: Béjar. Ao contar a história da vinda dos antepassados do Robles Monteiro para a Covilhã, esqueci-me de fotografar, mas esta é a paisagem vista da autoestrada.



O percurso aqui marcado passa na fronteira de Marvão (Galegos), mas nós (SVB) atravessaríamos nas Termas de Monfortinho e dali diretos a Plasencia. É perto.
Béjar é uma cidade de montanha. Ainda havia neve, não tanta como na foto. A abundância de água e de gado ovino fizeram surgir uma forte indústria de lanifícios, daí a contratação do João António Robles (roble é carvalho, em castelhano) para vir ensinar os operários portugueses, no tempo do Marquês de Pombal.
O meu colega, professor de Espanhol, contou-me que ali se situa a praça de touros mais antiga de Espanha, ainda de planta retangular. A meia encosta, existe uma aldeia de montanha com uma arquitetura tradicional, muito bonita (vê-se da autoestrada). Anualmente, realiza-se em Béjar um importante festival de blues.


Este registo refere o batismo de Josefa, nascida a 28.10.1812, filha de Bernardo Ribeiro Robles, da Covilhã, e Antónia Raimunda Ribeira, de São Vicente da Beira, neta paterna de João António Robles e Belchior Gomes, naturais de Béjar, Espanha, e neta materna de José Custódio Ribeiro, de SVB, e Maria Hipólita Cassiana, de Zalamea, Espanha.
Acima referi que este Robles e a sua esposa eram os antepassados do Robles Monteiro. Mas sê-lo-ão também de pessoas ainda a viver em São Vicente.

José Teodoro Prata

3 comentários:

Anônimo disse...

Vivam! Muita coisa interessante se diz aqui! Gostei, sobretudo, da crónica da TT! Gabo-lhe a capacidade de síntese porque consegue contar, de uma tirada e, numa linguagem tão simples quanto bonita, um monte de histórias que se passaram connosco nos domingos, em S. Vicente! Parece que quase tudo tem corrido assim, por várias gerações. Quase...
Por exemplo, quando fui para a escola lembro-me que levei uma pedra e um ponteiro (também de pedra) para escrever. Eles hoje levam o tablet. Pelo menos a avaliar pelo tamanho, devem ser mais ou menos a mesma coisa. As promessas de amor é que já não são feitas nos troncos das árvores da estrada nova!
Abraços
ZB

Anônimo disse...

Penso que, apesar de alguns inconvenientes, somos uns privilegiados por vivermos nesta região do interior de Portugal, perto da fronteira com Espanha porque, para além das muitas belezas que temos cá deste lado, podemos facilmente atravessar a fronteira e visitar cidades tão importantes como Salamanca, Cáceres, Mérida ou Plasência.
Este artigo, pela fotografia e descrição, aguçou-me a vontade de ir até Bejar, até porque vi esta localidade indicada várias vezes no percurso para La Alberca, localidade interessantíssima que, por motivos diferentes das outras, merece uma visita.
E quem são estes descendentes dos Ribeiro Robles ainda a viver em S. Vicente? Precisava saber…

M. L. Ferreira

José Teodoro Prata disse...

A última frase é sobretudo um desafio.
É que, nos 100 anos que mediaram entre o Bernardo Robles e o Robles Monteiro, houve muitos nascimentos e casamentos, no seio desta família alargada, pelo que não existiu apenas a linha genealógica que desembocou no Robles Monteiro, mas muitas outras.