Hermenegildo Marques
Hermenegildo
Marques nasceu em São Vicente da Beira, no dia 25 de dezembro de 1895. Era filho
de Manuel Marques, Guarda-Fiscal, natural do Sobral do Campo, e de Ana Martins.
Assentou
praça no dia 9 de julho de 1914, em Castelo Branco, e foi incorporado no
Regimento de Artilharia de Montanha, em 13 de janeiro de 1915. De acordo com a
sua folha de matrícula, sabia ler e escrever mal e tinha a profissão de
sapateiro. Foi vacinado.
Ficou
pronto da instrução da recruta no dia 24 de maio de 1915 e foi licenciado em 26
do mesmo mês, indo domiciliar-se em Aranhas, Penamacor. Passado pouco tempo,
foi novamente mobilizado e fez parte do contingente de reforço às tropas que se
encontravam em Moçambique. Embarcou no dia 7 de outubro de 1915, integrando a 2.ª
Expedição enviada para o norte daquela província ultramarina.
Tal
como os seus companheiros de expedição, também terá ficado retido durante
alguns meses em Porto Amélia, em muito más condições de higiene, alimentação e
outras, e só em 1916 partiu para a zona de guerra, na fronteira com os
territórios alemães.
Regressou
à Metrópole a 28 de setembro de 1916, vindo residir para São Vicente da Beira. Passou
ao 2.º escalão do Exército e ao 7.º Grupo de Bateria de Reserva, em 31 de dezembro
de 1924, e ao Depósito de Licenciados do Regimento de Artilharia n.º 4, em agosto
de 1926. Em setembro de 1930, passou à Companhia de Trem Hipomóvel e, em 31 de
Dezembro de 1935, passou à reserva, por ter completado 45 anos de idade.
Condecorações:
- Medalha comemorativa das campanhas
em Moçambique;
- Medalha da Vitória.
Família:
Hermenegildo
Marques casou em São Vicente da Beira, com Maria da Ressurreição dos Santos, no
dia 9 de abril de 1918, e foi aqui que lhes nasceram os 3 filhos que tiveram:
- João dos Santos Marques, que casou
com Guilhermina(?) e tiveram 4 filhos;
- António Marques (06/10/19120), que
casou com Ana de Jesus e tiveram 2 filhas;
- Maria da Luz Marques, que casou com
Mário Pedro e tiveram 4 filhos.
Em
1927 o casal domiciliou-se em Lisboa, na rua Cidade de Cardiff, mas regressou a
São Vicente da Beira, em Outubro de 1934. Foram depois viver para a Covilhã,
onde Hermenegildo teve uma oficina de sapateiro. Contam que era um grande
artista e tudo o que fazia (sapatos,
carteiras e outros objetos) eram autênticas obras de arte. Trabalhou nessa
profissão até ao fim da vida.
Dizem
também que era uma pessoa muito alegre e um bom tocador de guitarra. Juntamente
com o seu amigo José Cipriano (José da Silva Lobo), um grande cantador de fado,
e outros rapazes da idade deles, faziam grandes farras percorrendo as ruas da
Vila a tocar e a cantar, parando apenas à porta das tabernas para molhar a
garganta e afinar a voz.
Hermenegildo faleceu ainda novo, na freguesia de Santa Maria Maior, Covilhã, no dia 20 de maio de 1959. Tinha 63 anos.
(Pesquisa feita com a colaboração do neto Carlos Marques Pedro)
Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
2 comentários:
Tudo me indica que esta Josefa dos Pereiros, a viver no Casal da Fraga, era a avó Zefa de que fala o Pe. Jerónimo e que ele conheceu já viúva de um Jerónimo.
Assim sendo, a mulher do Hermenegildo seria irmã do ti Miguel Jerónimo, pai do Pe. Jerónimo.
De facto esta Josefa, casada com António Jerónimo (Lopes?)teve muitos filhos, entre eles Maria da Ressurreição (mulher de Hermenegildo Marques), que tinha um irmão gêmeo, e seriam os filhos mais velhos do casal. Dos mais novos, muitos ainda nos lembramos do ti Sebastião e do ti Miguel. Pelo meio nasceram outros, mas nem todos terão sobrevivido até à idade adulta, como era normal naquele tempo.
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